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30 de dezembro de 2010

Abstinência Sexual Antes do Casamento... Isso é Mesmo Relevante?

Estudo recente mostrou que casais que esperam para ter relações sexuais depois do casamento acabam tendo relacionamentos mais estáveis e felizes, além de uma vida sexual mais satisfatória, segundo a revista científica Journal of Family Psychology, da Associação Americana de Psicologia. Pessoas que praticaram abstinência até a noite do casamento deram notas 22% mais altas para a estabilidade de seu relacionamento do que os demais. As notas para a satisfação com o relacionamento também foram 20% mais altas entre os casais que esperaram, assim com as questões sobre qualidade da vida sexual (15% mais altas) e comunicação entre os cônjuges (12% maiores).

O sociólogo Mark Regnerus, da Universidade do Texas, autor do livro Premarital Sex in America, acredita que sexo cedo demais pode realmente atrapalhar o relacionamento. Segundo ele, “casais que chegam à lua de mel cedo demais – isso é, priorizam o sexo logo no início do relacionamento – frequentemente acabam em relacionamentos mal desenvolvidos em aspectos que tornam as relações estáveis e os cônjuges honestos e confiáveis”. Veja a matéria na íntegra no seguinte link:

http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2010/12/28/interna_internacional,200528/abstinencia-antes-do-casamento-melhora-vida-sexual-diz-estudo.shtml )

E a Bíblia com isso?

É interessante como as pessoas dão valor a determinadas informações só porque saíram de uma revista científica. A Bíblia sempre falou isso e deveriam ter dado o crédito a ela. A Bíblia diz que a vontade de Deus é a nossa santificação e que nos abstenhamos da prostituição (no original, pornéia, “impureza sexual” – 1Ts 4.3 - que inclui a fornicação). A fornicação é a relação sexual entre solteiros, ou seja, a relação sexual sem que haja a aliança entre ambos ou o compromisso formal do casamento. Por que isto é errado? Primeiro, porque a fornicação perverte o padrão estabelecido por Deus na Criação, de que homem e mulher se unissem em matrimônio a fim de suprirem-se mutuamente e se multiplicarem. Uma das razões porque Deus mandou o dilúvio foi o fato de se casarem e se darem em casamento (Lc 17.27 – casamento aqui não tem a mesma conotação que hoje em dia. Casamento naquele tempo tinha o sentido de relação sexual mesmo. A idéia é a de que as relações sexuais eram sem compromisso, conforme Gn 6.2,3). O plano de Deus para o sexo é dentro do casamento (Gn 2.24,25), em relacionamento de amor, compromisso e fidelidade. O sexo em santidade na Bíblia está envolvido com a idéia de aliança do casamento. O casamento, por sua vez, é comparado ao relacionamento de Cristo com a Igreja. Paulo disse que a impudicícia nem sequer deveria ser nomeada entre os crentes (Ef 5.3). A impureza sexual é coisa que não pode sequer ser cogitada entre pessoas cristãs regeneradas e lavadas pelo sangue do Cordeiro. A Bíblia também condena a fornicação no sétimo mandamento (Êx 20.14); na listagem das obras da carne em Gálatas 5.19; na lista de impurezas que brotam do coração (Mt 15.19) e mostra de forma positiva que a abstinência sexual antes do casamento é estar em comunhão com Deus (exemplo de José do Egito - Gn 39.8,9 e Hb 13.4).

Se ainda paira dúvida quanto à relevância da abstinência sexual antes do casamento, cito aqui alguns perigos evitados pela obediência ao princípio bíblico. A abstinência sexual antes do casamento evita a gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, insegurança sexual (“será que sou melhor do que os que ele – ou ela – teve?”), consciência pesada, desapontamento e escândalo (perante os pais, amigos, Cristo). Olhando por outro ângulo, a abstinência sexual provê bênçãos para a verdadeira intimidade no casamento, consciência limpa, bom ambiente para geração de filhos, satisfação e cumplicidade e saúde física.

Há quem diga que a relação sexual entre namorados hoje em dia é questão cultural. Os tempos mudaram... Cuidado com esse pensamento. A vontade de Deus não muda jamais. O que Deus afirmou no passado afirma hoje também porque tem por trás um princípio e uma relação com seu próprio ser perfeito. Porque Deus é eternamente e imutavelmente santo, sempre exigirá santidade por parte dos homens, inclusive na sexualidade.

Mas e se alguém tiver relações sexuais antes do casamento? Há como consertar? Antes de mais nada, lembremos de que a Bíblia diz: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (1Jo 1.9). Confesse a Jesus seus pecados. Se arrependa de coração! Peça perdão a Deus e a quem você ofendeu com sua prática. Tome precauções quanto ao namoro, para evitar as tentações. Prefira espaços públicos e freqüentados por muita gente. Evite lugares ermos e jamais namore dentro do carro em lugar escuro. Leia o artigo sobre o “beijo de língua” (http://bibliacomisso.blogspot.com/2010/11/o-beijo-de-lingua.html) e pense honestamente sobre como eliminar as possibilidades de sofrer mais ainda com as tentações. Evite filmes e programas de televisão com cenas de sexo e fornicação (essas coisas encorajam). Resolva firmemente não contaminar-se com os costumes e idéias populares. Evite namoro muito longo. Procure casar-se logo! Obedeça a Deus e colha os preciosos frutos de sua obediência! Que Deus te abençoe!

Pr. Charles

20 de dezembro de 2010

É Natal, e daí?

Fiquei a pensar sobre o que escrever em mais um Natal. Não que os assuntos sejam escassos, a questão é que todos já estão mais que batidos.

Eu poderia escrever sobre a imprecisão da data, ou seja, que Jesus não nasceu em Dezembro ou Janeiro (como quer a Igreja Cristã Oriental), pois essa época é extremamente fria na região da Judéia e os pastores, conforme o Evangelho de Lucas 2: 8 – 20, não estariam no campo com suas ovelhas. Aliás, por esta informação do evangelista, o nascimento do Salvador se deu, provavelmente, entre maio e julho.

Eu poderia escrever sobre a já tão batida questão da incorporação do paganismo romano ao cristianismo. Refiro-me às antigas comemorações do solstício, festa celebrada pelos pagãos do império romano e que serviu de inspiração para o atual “25 de dezembro”. Poderia até reforçar dizendo que a Igreja Primitiva, antes da suposta conversão de Constantino, nunca festejou o nascimento de Jesus.

Eu poderia escrever sobre os elementos estranhos que nada têm a ver com Jesus. Temos a árvore e a guirlanda, elementos da flora que serviam como objetos de adoração aos antigos nórdicos, elementos esses que passariam a simbolizar o Natal. Há as luzes que tremulam nas casas, perpetuando a memória das velas utilizadas nos templos católicos. Há o São Nicolau de Myra (conhecido por aqui como Papai Noel) que, com sua indumentária “made by Coca-Cola Company”, alegra a imaginação dos que querem receber presentes e agrados.

Eu ainda poderia escrever sobre o maldito consumismo exacerbado estimulado pela mídia que, por seus fortes apelos, leva muitos ao crime do roubo. Há a famosa “depressão natalina” que aumenta os rendimentos dos psicólogos e dos psicanalistas. Há as mensagens de solidariedade, amor e caridade, mensagens essas totalmente esvaziadas de sentido.

Como vocês podem ver, eu poderia escrever sobre muita coisa...

Na tentativa de inovar, eu poderia escrever informando que não tenho nada contra os que possuem, tanto em casa como na igreja, uma árvore de natal, guirlandas, bolas coloridas, lâmpadas que piscam, e todos os apetrechos comuns à data. Poderia tornar público que presenteio nessa época, além de gostar de receber presentes, é claro. Poderia informar que comemoro o Natal com a família, felicitando-os na virada do 24 para o 25 de dezembro. Aliás, nessa época eu só não bebo, pois desde 1987 tornei-me abstêmio, embora não veja problemas quando outros bebem com moderação.

Como vocês podem ver, eu poderia revelar muita coisa sobre mim...

Mas o que importa tudo isso? Em que cresceríamos diante dessas informações tão batidas? Diga-se de passagem, o Natal como comemoração mais divide do que ajunta, mais rui do que edifica, mais escandaliza do que estabiliza. E é por esse motivo que, para mim, o mais importante nessa época (e em qualquer época do ano) é saber que Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Ou seja, vindo a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. Como resultado, posso afirmar que fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal (João 3: 16, 17; Gálatas 4: 4, 5; 1 Timóteo 1: 15).

Disso todos sabem, mas é a mensagem que vale a pena repetir.

O que escrever a mais? Apenas isto: muito obrigado meu Senhor pelo nascimento do meu Salvador, evento histórico que ratificou a minha salvação e eleição.

E é nesse último contexto, e apenas nele, que eu desejo a todos um feliz natal!

Sola Scriptura!

Alfredo de Souza

16 de dezembro de 2010

Pais e Filhos, companheiros de peregrinação

imagesA última vez que postei alguma coisa (e isso já faz um bom tempo!) compartilhei com vocês algumas questões práticas acerca da comunicação no casamento. Vimos que embora a batalha pela boa comunicação seja milenar, é possível que o casal cristão alcance vitória nessa importante área do casamento se ouvir a palavra do Senhor e praticá-la.

Respondendo alguns comentários, prometi escrever no futuro alguma coisa sobre o relacionamento entre pais e filhos. Confesso que o desafio se não for igual é ainda maior, pois do mesmo modo que a relação conjugal, o relacionamento entre pais e filhos está em crise. Crise de liderança da parte dos pais. Crise de rebeldia da parte dos filhos. O resultado? Problemas sérios de comunicação na família. Acho que por isso demorei a escrever sobre o assunto!

Então, pensei em escrever sobre o tema baseado no que Paulo ensina aos Efésios sobre a relação entre pais e filhos (Efésios 6.1-4). Paulo acredita que entre aqueles que ouviriam a leitura de sua carta nas várias igrejas estariam os filhos. Mas por quê? (1) Porque eles são parte importante do Pacto (Gn 17.7; At 2.38, 39). (2) Porque o Senhor Jesus os ama. Ele mesmo disse que dos pequeninos é o reino dos céus (Mc 10.13-16). É por isso que a Bíblia tem uma mensagem importante sobre esse tema.

UMA PALAVRA AOS FILHOS (6.1-3)

1. Uma mensagem simples e direta aos filhos (6.1). Eles devem obedecer a seus pais, e esta obediência deve ser motivada não somente pelo amor, gratidão e estima por eles. Embora tais motivações sejam muito importantes, a obediência deve ser “no Senhor, porque isto é justo”. Em outras palavras, porque eu amo ao meu Senhor Jesus Cristo, eu obedeço àqueles que ele escolheu para me pastorear. A ordem bíblica para a harmonia dos relacionamentos familiares é sempre a mesma. O meu amor e devoção a Cristo irá moldar o meu amor e honra para com meus pais.

2. Paulo fortalece o seu ensino por meio de uma referência à Lei de Deus (6.2, 3). Ele lembra aos filhos o 5º Mandamento para lhes explicar que honrar pai e mãe significa:

a) Amar. A Bíblia nos ensina que o amor e a obediência caminham juntos. O filho demonstra verdadeiro amor para com seus pais quando os honra.

b) Aceitar suas determinações com obediência. O amor é fruto da graça de Deus em nossas vidas, enquanto a obediência é a resposta de gratidão a esse amor. A submissão que um filho deve aos seus pais quando exercida no Senhor se fundamentará sempre em Deus e em sua Palavra.

c) Mostrar um espírito de respeito e consideração. O filho deve sempre respeitar seus pais, nunca envergonhá-los ou zombar de suas fraquezas e deficiências.

d) Demonstrar tudo isso tanto para o pai como para a mãe, porque ambos são iguais em autoridade para com seus filhos. Diante de Deus, amor, obediência, respeito e consideração são iguais quando um filho olha para seu pai e sua mãe.

Por que este é um mandamento tão importante? Porque Deus promete longevidade àqueles que honram a seus pais. A resposta se acha na promessa ligada a ele: “para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra”. O que acontece quando fazemos o contrário? Apresento pelo menos algumas consequências:

a) A Desobediência aos pais indica uma vida indisciplinada.

b) Conduz ao vício e a destruição.

c) Associado a outros pecados semelhantes, diminui a expectativa de vida. O grande número de mortes entre os jovens brasileiros é uma terrível prova disso.

Filhos indisciplinados representam a ruína para a família, para a igreja, para uma nação. A grande causa da desestruturação familiar, crise de autoridade na igreja e toda quebra de valores morais e éticos que enfrentamos em nosso país resultam de uma geração de filhos desobedientes e indisciplinados. Porque todos os problemas começam em casa, Paulo continua sua admoestação se dirigindo agora aos pais.

UMA ADMOESTAÇÃO AOS PAIS (6.4)

1. Paulo também apresenta uma orientação aos pais (6.4). Ele se volta em particular para os pais (embora com aplicação também as mães) e diz, “… não provoqueis vossos filhos à ira”. Paulo se dirige especialmente aos pais por duas razões: (1) porque como pastores de seus lares são responsáveis pela educação de seus filhos. (2) porque na maioria dos casos, os pais necessitam muito mais do que as mães desta admoestação bíblica. Na maioria das vezes, nós pais somos os principais culpados por provocar a ira no coração dos nossos filhos. Como assim?

(1) Quando protegemos excessivamente. Nada em excesso faz bem. Superproteger um filho irá estragá-lo. Não são poucos os que dizem: “Ah! Se meus pais não tivessem me protegido tanto, eu saberia andar de bicicleta ou nadar!”.

(2) Quando preferimos mais um filho a outro. O exemplo de Isaque e Rebeca servem como ilustração. Ele favoreceu mais a Esaú; ela preferiu mais a Jacó. O resultado? Você já sabe não é? (Gn 25.28).

(3) Quando desestimulamos e oprimimos. Nós somos muito bons em corrigir, mas duros e frios em reconhecer as coisas boas que nossos filhos fazem. Conheço um pai (que se diz cristão) que não aceita que seus filhos cheguem a casa com uma nota abaixo de 9,5. Seus filhos vivem oprimidos e desestimulados. Definitivamente, isso não é pastorear o coração dos filhos segundo Efésios 6.

(5) Quando somos negligentes. No conflito entre Davi e seu filho Absalão, quem você acha que falhou primeiro? A falha era somente de Absalão? Não foi também Davi parcialmente culpado por negligenciar seu filho (1 Sm 14.13, 28)?

(6) Quando usamos palavras ásperas e violência física direta. A disciplina física quando necessária deve ser feita em amor, nunca com violência. Crueldade e palavras ásperas cheias de humilhação são pecaminosas e criminosas.

2. Paulo conclui seu ensino confrontando o aspecto positivo com o negativo. Ele diz que ao invés de provocar em nossos filhos à ira devemos educá-los “… na disciplina e admoestação do Senhor”. O que aprendemos com isso?

a) Que antes de sustentarmos os nossos filhos com comida, boa educação e lazer, nossa obrigação é educá-los e discipliná-los para que temam ao Senhor. A provisão espiritual deve vir antes da material. Se jogamos mais bola ou vídeo game do que oramos e lemos a Bíblia com nossos filhos; se trocamos o Dia do Senhor pela praia, ou Shopping Center, estamos invertendo as prioridades.

b) Que a educação dos nossos filhos deve ser cheia de amor e brandura. Contudo, isso não exclui a firmeza (ver Hb 12.11). “Disciplinar” diz respeito especialmente ao que se faz ao filho, enquanto, “admoestar” envolve primariamente o que se diz ao filho. Admoestar é educar com eficiência por meio da comunicação, seja ela ensino, advertência ou estímulo.

c) Toda a disciplina e admoestação ao filho devem ser “do Senhor”, ou seja, toda a atmosfera em que a educação é dada deve ser tal que o Senhor possa colocar sobre ela sua benção aprovadora.

CONCLUSÕES PRÁTICAS

(1) Uma palavra aos filhos: Honrem seus pais como vocês honram ao Senhor. Amem a seus pais como vocês amam ao Senhor. Obedeçam a seus pais como vocês obedecem ao Senhor. Se fizerem isso os problemas de comunicação serão superados.

(2) Uma palavra aos pais: Cuidem para que seus filhos sejam criados com amor segundo a Palavra de Cristo. Exercitem a boa comunicação. Disciplinem e admoestem com um santo desejo de que eles sejam crentes e não se percam. O próprio coração da educação cristã é conduzir o coração da criança ao coração de Seu Salvador.

Pr. Alan Kleber

6 de dezembro de 2010

Simão, o mágico, e os “Simões” modernos

negocio bencao a parteO livro de Atos narra, no capítulo 8, a história de Simão, um mágico da cidade de Samaria que era um grande “sucesso” entre o povo. Ele iludia a população com mágicas, o que lhe rendeu grande fama. O texto diz que todos lhe davam ouvidos chamando-o, inclusive, de “Grande Poder”.

Quando a mensagem salvadora do Evangelho chegou a Samaria por meio de Filipe, diácono da Igreja primitiva, que anunciava a Cristo e realizava sinais e prodígios (8.4-8), a multidão que andava após Simão creu no Senhor. Aparentemente o próprio Simão abraçou a fé, sendo até batizado. Digo aparentemente porque o texto sugere que o que despertou o interesse de Simão não foi propriamente a Palavra pregada, mas os sinais realizados. O versículo 13 diz que ele “acompanhava a Filipe de perto, observando extasiado, os sinais e grandes milagres praticados.

Notamos, porém, que Simão não estava preocupado com a glória de Deus, mas com a sua própria, queria mesmo era voltar a ser visto como o “Grande Poder”. Cristo Jesus não era o Deus digno de adoração, mas simplesmente aquele que poderia conceder o que ele realmente queria, voltar a ser notado pelo povo.

A evidência disso está nos versículos subsequentes. Quando os apóstolos tomam conhecimento da conversão de samaritanos, enviam para lá Pedro e João. Lucas narra que, quando Simão viu que mediante a imposição de mãos dos apóstolos os que creram recebiam o Espírito Santo, tratou de tentar “comprar a bênção”, ofereceu dinheiro aos apóstolos para que lhe fosse concedido o mesmo poder, e isso rendeu a ele uma dura repreensão por parte de Pedro, que afirmou: “o teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus” (8.20). Pedro afirmou ainda que Simão não tinha parte naquele ministério, que seu coração não era reto e que ele deveria se arrepender, o que não sabemos se, de fato, ocorreu.

Mudando o que tem de ser mudado, notamos que quase dois mil anos depois do ocorrido com Simão e devidamente registrado nas Escrituras para o nosso ensino, o evangelicalismo brasileiro, sobretudo no meio neopentecostal, padece do mesmo pecado. A grande diferença é que no caso bíblico foi Simão que tentou comprar dos apóstolos a bênção, enquanto hoje são os “apóstolos”, “pastores” e “missionários” que tentam vender os favores divinos aos milhares de incautos “Simões” hodiernos.

Não é preciso pesquisar muito para verificar. Basta perder (esse é o termo exato) tempo assistindo à maioria dos programas evangélicos ou navegar um pouco pela internet para encontrar “pastor” chamando de trouxa aqueles que ofertam simplesmente porque amam a Deus, sem esperar nada em troca, “apóstolo” pedindo o trízimo (pasme! 10% para cada pessoa da Trindade.) e garantindo que após isso os ofertantes terão um bom ano, e “missionário” pedindo “contribuição” a fim de orar pela salvação dos que foram indicados pelos associados.

Se vivesse hoje, Simão, o mágico, teria como escolher o melhor investimento, pechinchar e ficaria até indeciso de quem comprar devido à grande quantidade de oferta no vergonhoso mercado “da fé”.

A triste ironia é que tudo isso tem acontecido em igrejas que são tidas por muitos como “herdeiras” da Reforma Protestante, mas que desconhecem, ou fingem não saber, que um dos grandes problemas atacados por Lutero em suas 95 teses foi justamente a simonia, nome dado à compra ou venda ilícitas das coisas espirituais, que tem origem na história de Simão, o mágico.

Na verdade, tanto os estelionatários da fé, que têm vendido bênçãos, como os que têm comprado cometem o mesmo pecado de Simão, tentam usar Deus para os seus próprios interesses. Estes pensando que conseguirão o favor divino com ofertas, aqueles querendo faturar com a fé alheia, contudo, sempre com a mesma motivação egoísta.

Como se vê, não é de hoje que os homens querem se aproximar de Deus para os seus próprios benefícios. Cuidemos para não cair nessa mesma cilada e entendamos que o Senhor deve ser adorado não por aquilo que ele pode nos dar, mas por quem ele é como afirma o salmista: “grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, temível mais que todos os deuses” (Sl 96.4).

Milton Jr.

2 de dezembro de 2010

Jesus Cristo: Cordeiro de Deus, Leão de Judá



Os filósofos em todos os tempos sempre buscaram desvendar as questões da vida humana. Sempre tentaram encontrar a verdade que esclarecesse todos os mistérios. Depois de milênios tentando achar a resposta na natureza, desistiram dizendo que essa verdade universal não existe. O problema é que eles não buscaram a resposta na fonte correta. A natureza só consegue dizer que o Deus que a criou é grande, poderoso, sábio e perfeito. Para seguir além, somente pelas páginas da Bíblia.

A Bíblia exibe a Verdade, Jesus Cristo, em todas as páginas. Ele é a resposta, a razão de todas as coisas, em quem todas as coisas convergem. Para ele são todas as coisas. Jesus Cristo é o centro da Bíblia e do universo. Ele é o Verbo criador em Gênesis; é a sarça, a nuvem e a chama de fogo que guiou o povo no deserto; é o Príncipe dos Exércitos do Senhor em Josué; é o Tabernáculo, o Rei dos Reis, o Profeta. Dele falaram todos os profetas bíblicos e todas as cerimônias, inclusive o próprio templo, apontavam para ele. Ele é aquele que nasceu de forma humilde em Belém, da virgem Maria, gerado pelo Espírito Santo, nasceu sem pecado e viveu em perfeita obediência à lei de Deus revelada em sua Palavra. Os sinais que ele realizava, bem como seu ensino precioso atestavam a todos que ele era o Messias prometido, o Filho de Deus. Ele é a expressão exata do Ser de Deus, “sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3).

Em Apocalipse, a sua descrição é impressionante pela precisão e caráter. Ele é o Cordeiro de Deus, aquele que esteve morto, mas reviveu. Ele é o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Cordeiro, porque ele é aquele servo manso e humilde de coração que oferece descanso para a nossa alma (Mt 11.29). É o Cordeiro que levou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores. O castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele (Is 53). Ele é o Deus que se fez carne e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou sendo obediente até à morte, e morte de cruz” (Fp 2.7,8). Mas ele também é o Leão da tribo de Judá, o que foi exaltado e recebeu um nome que está acima de todo nome. Ele é aquele que tem a força, o Deus Forte prometido em Isaías 9.6. Ele é o Adonai, que vence seus inimigos e os coloca debaixo dos seus pés (Sl 110.1). Jesus Cristo é o Leão de Judá porque ele é forte vencedor e está à direita do Pai para interceder pelos seus. Ele é o cavaleiro sobre um cavalo branco, que é vencedor. Ele é aquele que triunfou sobre as potestades e principados, despojando-os na cruz do Calvário (Cl 2.15). Ele é o Leão forte que nos garante a vitória final, aquele que recebeu toda a autoridade no céu e na terra (Mt 28.18).

Jesus Cristo é o centro de todas as coisas. Ele deve estar no centro de nossa adoração. Ele é o Mediador e precisa estar no centro de nossas orações. Em Cristo também vivemos como igreja, sendo seu corpo. Que todos nos concentremos na majestade e na glória do nosso Rei, Profeta e Sacerdote, do nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo, para que sua glória seja conhecida e crida por todos os que estiverem ao nosso redor, ao nosso alcance. Levante você também esta bandeira. Jesus Cristo: o Cordeiro de Deus, o Leão de Judá. Que Cristo esteja no centro de nossa vida agora e sempre.

Pr. Charles