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27 de junho de 2013

Sobre as Manifestações

Há algum tempo atrás eu ouvia as notícias matinais no rádio, quando uma, em especial causou meu espanto: o Projeto de Emenda à Constituição nº 37 (PEC-37) que retirava do Ministério Público a tarefa de investigar crimes (inclusive a corrupção) havia sido aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Vale ressaltar que alguns deputados já condenados por corrupção ativa fazem parte dessa comissão. Então no mesmo dia comentei com minha esposa e perguntei: onde está o povo brasileiro que não sai às ruas para protestar contra uma calamidade dessas?

Enfim, o gigante acordou. A multidão está nas ruas, desde que o aumento nas tarifas de ônibus foi anunciado nas principais capitais dos estados do país. O aumento foi recuado, mas a multidão permanece nas ruas. Só há uma conclusão a tomar: não era pelos R$ 0,20. O aumento das tarifas foi só a gota d’água. As multidões estão revoltadas com a corrupção, com a má gestão do dinheiro público (a copa do mundo está orçada em R$ 33 bilhões, sendo que as três últimas copas juntas custaram menos que isso). A população percebeu que o mesmo dinheiro que foi investido na construção dos estádios poderia ter sido utilizado na saúde e na educação. Essas coisas eram prioritárias. Portanto, a terceira causa das manifestações é a falta de investimentos em educação e saúde.

Qual deve ser o envolvimento da igreja nessas questões? É lícito ao crente tomar parte em manifestações públicas como estas que estão ocorrendo pelo Brasil?

Os governos civis foram instituídos por Deus para reger manter a ordem e paz nas comunidades civis. Para isto, têm o poder do uso da espada (força), da cobrança de impostos para serviço da sociedade e o poder de legislar em prol do bem comum (Rm 13.1-7). A igreja deve então obedecer e respeitar as autoridades. No entanto, se o Estado exigir coisas contrárias à Palavra de Deus, os cristãos têm a obrigação de não obedecer, porque “antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).

Também a igreja se relaciona com o Estado o âmbito da moralidade. Dessa forma, ela tem a tarefa de se posicionar claramente, como uma voz profética, caso o Estado não cumpra o que é devido e quando ele se desvia do padrão aceitável de moralidade. É o caso da corrupção, do descaso com as necessidades reais dos cidadãos, como saúde, educação e segurança. Quando o Estado pratica a impunidade, a violência é encorajada e o crime tolerado. Os resultados são terríveis.

A Igreja sempre se relacionou com o Estado em obediência devido ao seu temor a Deus, mas em alguns momentos de desonestidade, imoralidade e ditadura da iniquidade, ela se posicionou contrariamente e até lutou. Por exemplo, “os huguenotes (calvinistas franceses) guerrearam dez vezes por sua fé na França; os calvinistas holandeses expulsaram com a força das armas os hereges invasores espanhóis; os puritanos ingleses decapitaram um rei por lesa patria – algo inédito na história – além de terem derrotado as tropas do rei (que impuseram a liturgia católica nas igrejas reformadas) no campo de batalha; os puritanos escoceses pegaram em armas para defender a liberdade de culto presbiteriana contra os anglicanos ingleses; e os presbiterianos estiveram na linha de frente da revolução americana, na época das treze colônias” (extraído e adaptado do artigo do Tiago Santos – Editora Fiel).

Eu creio que a igreja deve assumir algumas posições claras nesses tempos de crise. Contra a impunidade, a idolatria, a corrupção (que está ligada ao amor ao dinheiro – idolatria), o PLC 122/2006 (que impõe superdireitos aos homossexuais) e a falta de investimentos em saúde, educação e segurança. Deve, no entanto, fazer isto com moderação e sobriedade, sem jamais apoiar o vandalismo e a violência. Deve também evitar achincalhar as autoridades civis, o que seria uma clara desobediência ao mandamento de Deus. Eu creio que Deus pode usar nosso patriotismo como uma causa secundária de sua providência para o bem de nossa nação. Mas não nos esqueçamos também de que as nossas armas são diferentes. Ouçamos as palavras de Paulo: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador” (1Tm 2.1-3; cf. 1Pe 2.11-17). Vamos trabalhar, orar e jejuar: “Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz” (Jr 29.7).

Que Deus abençoe a nossa nação!


Pr. Charles

11 de junho de 2013

Amor de Irmãos



Geralmente nutrimos uma noção de nós mesmos que nem sempre corresponde à realidade. Achamos que está tudo bem, que conhecemos a Bíblia, que vivemos de acordo com ela e até criticamos a superficialidade da teologia dos nossos irmãos pentecostais. Perdura, no entanto, uma realidade muito triste: olhamos para as ruínas do lado de fora dos nossos muros, quando a destruição está rondando o sossego do nosso próprio regato.

Você já reparou como as família não tem se preocupado em aplicar o mandamento de amar o próximo dentro de casa? Nossas crianças sabem falar de cor o mandamento que resume a segunda tábua da lei, mas não sabem demonstrar carinho uma pela outra. Certa vez vi uma cena que me entristeceu muito. Um menino morrendo de sono numa igreja desejava se recostar no ombro de sua irmã mais velha, e ela, sem piedade alguma, o empurrava trazendo-lhe frustração e muito incômodo. Enquanto via aquela cena, eu me perguntava: por que irmãos crentes vivem assim? Quanto custa demonstrar compaixão e amor por quem vive ao nosso lado todos os dias e de quem sentiremos muita falta no futuro?

É muito comum o sentimento de frustração e remorso de quem teve oportunidade de amar e não o fez, quando já é tarde demais para correr atrás do prejuízo. Eu fico me lembrando de quando eu convivia com meus irmãos quando eu era criança. Foram muitas oportunidades de demonstrar carinho, atenção, amizade, que já se foram. Hoje moro a seis horas e meia de distância de uma irmã e de um irmão, dez horas do outro e oito horas da outra. Morro de saudades deles e não posso vê-los na hora em que quero. Jamais pensei em minha infância que eu ficaria distante deles. Provavelmente, ficarei a cerca de 12 horas de avião de distância deles no ano que vem. Queria voltar no tempo para fazer cafuné nas minhas irmãs, para andar de mãos dadas com elas no Shopping, para brincar mais com meus irmãos, conversar mais sobre carros, máquinas e games, e brigar menos com todos eles, mas o tempo não volta jamais.

Por que você, que hoje tem seus irmãos perto de você deveria tratá-lo apenas com rivalidade? Trate com amor! O mandamento de amar o próximo começa dentro de casa. Se você não ama a seu irmão, a quem vê, como amará a Deus, a quem não vê? Além disso, a Palavra de Deus nos exorta a amar o próximo não apenas de lábios ou de língua, mas de fato e de verdade. Não é só dizer “eu te amo” de vez em quando; é necessário ir além, fazer favores, buscar água quando ele pedir, pegar a toalha de banho quando ele entra no chuveiro e esquece, sem reclamar. A coisa mais rara hoje em dia é ver um irmão deitado no colo do outro recebendo carinho e afeto. Sim, alguma coisa está profunda e gravemente errada!

Se você leu essas palavras, e se elas pesaram em seu coração, não defenda sua consciência; não formule racionalizações para justificar sua omissão e falta de amor. Admita que você tem sido relapso quanto ao mandamento de amar o próximo dentro de casa. Quer alguém mais próximo do que o irmão ou irmã que mora na mesma casa? Se tem alguém que precisa o tempo todo de nosso amor, é o irmão com quem moramos. Peça perdão a Deus por sua atitude e se esforce a amar de fato e de verdade aquele que passa pelas mesmas lutas e alegrias que você no contexto familiar. Quando vêm as alegrias, vocês estão juntos; quando vêm as tristezas, vocês estão juntos também.

Ame agora, enquanto é tempo. Um dia o conto de fadas vai acabar e a realidade vai colocar milhares de quilômetros de separação. Aí só restará a saudade e a comunicação remota, quiçá a frustração de não ter amado como deveria antes. Infelizmente, será tarde demais.

Pr. Charles

1 de junho de 2013

Sorteio de LIVROS

Margarete Solino, Flavia Duraes e Maicon Custódio

Vocês foram sorteados com os livros. Enviaremos para suas casas. Apenas mandem um e-mail com o logradouro.

A demora no sorteio se deu por minha culpa, pois viajei. Conto com a compreensão de todos.

Grande abraço,

Samuel