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27 de abril de 2012

ABAIXO A ECLESIOFOBIA


Está mais que claro que a lei da homofobia não se restringe à defesa dos direitos do cidadão que optou a homossexualidade como estilo de vida, até porque tais direitos já são amplamente garantidos em nossa Constituição Federal. O que querem na verdade é o passe livre para fazerem o que lhes der na telha sem conceder o direito de contra-resposta.

Isto ficou claro pela afronta que fizeram a alguns símbolos cristãos durante uma Parada Gay em São Paulo. Aliás, em nome de uma generalização irreal onde qualquer desacordo com a prática homossexual já está criminalizada sob o título de homofobia, alguns homossexuais se sentiram e se sentem no direito de expor publicamente a sua cristianofobia ou eclesiofobia.

Que tipo de regime é este reivindicado? O do silenciamento total? O do “eu tenho o direito de achincalhá-lo, mas você só possui o direito de se calar”? O que querem? Que façamos como alguns evangélicos de Chicago e empunhemos cartazes dizendo: “I'm sorry for how the church treated you”, ou simplesmente “I’me sorry”? Ou ainda: “façam o que quiser conosco, pois não temos o direito de nos defender”?

Vivemos numa democracia de direito(s) onde nenhuma opressão pode ser canonizada, nenhum regime pontual de exceção pode ser dogmatizado. Assim como qualquer um pode e deve exigir o seu direito de defender, praticar e ensinar a prática homossexual como cidadão livre perante a lei, eu também posso e devo exigir o meu direito de defender, praticar e ensinar a prática heterossexual como cidadão livre perante a lei. Aliás, tenho o direto de me posicionar contra várias práticas de natureza sexual como a do adultério, a da fornicação, a da prostituição, a da orgia, e de tudo aquilo que as Escrituras condenam como pecado.

Precisamos ter muito cuidado, pois, como afirmou Antonio Gramsci, as instalações autoritárias não ocorrem apenas pela força, mas também pelo consenso. O direito à cidadania antecede os interesses e os desinteresses de cada um. Assim como qualquer um, sou cidadão de direito e reivindico sê-lo de fato. Portanto, não pode haver consenso algum na aplicação de uma lei que autorizará a prática claramente excludente, não importando de que natureza esta lei seja.

Se os homossexuais querem respeito, devem também se dar ao respeito e respeitar as diferenças contidas na rede social.

Viva a liberdade! Abaixo a intolerância, seja ela de que natureza for!

Sola Scriptura.

19 de abril de 2012

Geração de adoradores ou de soberbos?

qual o peso maiorUma das marcas que deve estar presente no cristão é a humildade. Porém, a luta para não pensarmos de nós além do que convém (Rm 12.3) é sempre grande. Como exemplo disso, basta lembrar que vez por outra os discípulos discutiam sobre qual deles seria o maior no reino de Deus (Mt 18.1-5; Mc 9.33,34; Mc 10.35-45; Lc 22.24).

Mas graças a Deus que na Bíblia temos também exemplos maravilhosos de humildade. O Senhor Jesus continua sendo o modelo a ser seguido. O apóstolo Paulo, após exortar os filipenses a terem o mesmo sentimento que houve nele, afirmou que “ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, [...] a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”.

“Para Jesus era mais fácil, pois ele é Deus”, diriam alguns, e para demonstrar que é possível que um pecador cultive a humildade cito o exemplo de João Batista. Quando seus discípulos foram ter com ele, após discutirem com um judeu com relação à purificação, dizendo que Jesus, que havia sido batizado por João, estava também batizando e muitos iam a seu encontro, ouviram de João: “Convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.25-30).

A concepção teológica da igreja de Cristo pode ser notada por meio daquilo que é cantado. As músicas entoadas pelos crentes refletem o entendimento (ou a falta dele) que eles têm acerca do evangelho.

Repare nestas duas letras, uma mais antiga e uma mais contemporânea:

“Com tua mão segura bem a minha, pois eu tão frágil sou, ó Salvador, que não me atrevo a dar jamais um passo sem teu amparo, Cristo, meu Senhor!”

Amparo Divino – Hino 153 do Hinário Novo Cântico

“Pois se por pouco, um momento só, deixasses de olhar para mim, me guardar, eu estaria caído ao pó. Mal sei cuidar de mim... só se o Senhor cuidar”.

Graça – Jorge Camargo

O que elas têm em comum? O reconhecimento humilde da nossa condição diante do Senhor. Somos tão falhos e pecadores que dependemos totalmente dele e de sua graça. As letras glorificam ao Senhor e exaltam a quem de direito.

Ultimamente, porém, temos testemunhado dentro do evangelicalismo brasileiro uma mudança catastrófica de concepção que tenho chamado de “ufanismo gospel”. A letra a seguir já tem alguns anos, mas marca o início dessa nova percepção. Leia (vou enumerar as linhas para comentar depois):

1. “Que não passe de nós o teu espírito, que tudo o que foi dito a nós venha se cumprir.

2. Que não seja preciso que se levante outra geração que vá avante. Venha sobre nós e realize o seu querer.

3. Geração de adoradores queremos ser, sacerdócio santo para oferecer o perfeito louvor e em nossas vidas fluir o teu querer.”

Geração de adoradores – Igreja Nova Vida de Alcântara

Embora a última linha diga que a tal geração de adoradores quer ser um sacerdócio santo para oferecer a Deus o perfeito louvor, a letra revela outras coisas:

1. Até hoje não se levantou nenhuma geração que adora “perfeitamente”, tem que ser a nossa;

2. Essa frase expressa que gerações anteriores à nossa não deixaram Deus realizar o seu querer e o anseio é de que Deus não precise esperar por outra geração após a nossa para poder cumprir seu propósito (no caso, levantar uma geração que adora perfeitamente);

3. Por último, o falso entendimento de que podemos oferecer a Deus uma adoração perfeita.

“Ufanismo”, conforme os dicionários, é a “atitude de quem se vangloria exageradamente de alguma coisa”. E não é exatamente isso que está refletido na música? Quem a escreveu simplesmente ignorou que não há adoração perfeita. O Senhor só recebe a nossa adoração por causa da mediação de Cristo Jesus. Não há adoração perfeita, mas um perfeito Mediador.

Foi ignorada também toda a história da igreja que mostra homens que morreram e foram perseguidos por causa do amor a Deus e à sua Palavra, colocando a tal “geração de adoradores” como a melhor que se levantou até hoje.

Mas, convenhamos, deve ser mesmo difícil dizer que somos “A” geração de adoradores que tem a adoração como estilo de vida em um país em que há liberdade religiosa, não é mesmo? Fácil era adorar a Deus no passado, como retrata o escritor aos Hebreus:

“Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra” (Hb 11.35-38).

Podemos lembrar ainda como foi tranquila a vida da igreja primitiva sob o Império Romano, que atirava para os leões aqueles que professavam a Cristo, a facilidade que era para John Huss cantar os Salmos enquanto queimava na fogueira ou como era pacífico o governo que cortava a língua dos huguenotes para que não testemunhassem da sua fé.

De fato, diante de gerações tão apáticas e tão sem amor ao Senhor como foram essas, precisamos de que ele levante uma geração que o leve mais a sério e clamar para que não seja preciso que se levante outra geração além da nossa, que prestará o louvor perfeito.

O “ufanismo gospel” tem levado cristãos a pensarem de si além do que convém, contrariando assim a Palavra de Deus. Temos de clamar ao Senhor que opere mesmo uma mudança em nossa geração, mas não para sermos “A” geração de adoradores, antes, para sermos humildes em reconhecer que o Deus que sustentou nossos irmãos que o adoraram no passado é o mesmo que nos sustenta hoje e que aceita nosso imperfeito louvor pelos méritos do seu Filho, nosso perfeito Mediador.

“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11.36).

Milton Jr.

12 de abril de 2012

"Evangelho" de Conveniências


Você sabe o que o “evangelho” de hoje tem em comum com lojas como “am pm”, “Hungry Tiger” e “Seven Eleven”? As conveniências. Essas lojas estão à disposição, em muitos lugares, 24 horas por dia, exibindo produtos dos quais você julgue precisar a qualquer momento. Geralmente, o leque de opções é impressionante e você jamais é obrigado a levar a loja inteira; só o que você julgar interessante ou necessário, embora o preço que se pague pelo produto é mais caro.
Semelhantemente, há um perigo que tem rondado a igreja de Cristo e ameaçado a sua saúde espiritual. É o perigo do evangelho de conveniências. Ele funciona mais ou menos assim: o evangelho seria um estilo de vida cheio de opções; basta você escolher aquilo que lhe é necessário e no momento da necessidade. Nesse sistema, você adota o que julgar conveniente do evangelho e descarta o que não lhe interessa. Por exemplo: falarem mal de mim é contra o evangelho e isso é conveniente para mim; nisso eu me apego. Se eu falar mal do outro, aí eu não adoto o evangelho; falo sem dó nem piedade. Conto com as orações dos irmãos, pois isso é coisa do evangelho conveniente para mim. No entanto, não oro a semana inteira, porque vivo numa intensa correria. Vou à igreja nos domingos porque adorar a Deus é coisa do evangelho; isso é conveniente. No entanto, falto às atividades da igreja durante a semana porque fico “cansado”, não cumprindo o que prometi no dia da profissão de fé (participar das atividades da igreja e das assembléias). Outro produto da loja evangélica de conveniências.
Se partirmos para outra abordagem, a coisa fica pior. O marido quer que a esposa seja fiel, pois isso é coisa do evangelho, mas ele olha para outras mulheres com intenção impura no coração, porque lhe é “conveniente”. A mãe exige uso equilibrado do computador pelos filhos porque isso é coisa nobre do evangelho, mas fica horas vendo novela, porque lhe é “conveniente”. Um menino se queixa do irmão ou da irmã (e vice-versa) aos pais, quando se sente injustiçado, mas quando ele é o perpetrador da injustiça, é “conveniente”. Um rapaz critica o que engravidou a namorada porque isso é contra o evangelho, mas ele faz sexo com a sua, porque é “conveniente”. Famílias guardam o Dia do Senhor, porque é coisa do evangelho; mas em dia de jogos e eventos interessantes convém dar uma “escapadinha”.
O problema desse evangelho de conveniências é que a Bíblia diz que todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm. Todas são lícitas, mas nem todas edificam. Todas são lícitas, “mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1Co 6.12; 10.23). O evangelho não é um guarda-roupa do qual você tira seletivamente aquilo que interessa em dado momento. O evangelho puro é absoluto e simples. Não admite que se faça uso dele apenas em parte, naquilo que é conveniente. A observância total é necessária. Tiago disse que se alguém tropeçar num só item da lei de Deus é transgressor da totalidade (Tg 2.10), justamente porque o Evangelho é simples e não pode ser dividido em compartimentos.
Pense: será que você tem feito uso do evangelho como loja de conveniências? Quer só a promessa, mas não quer o compromisso? Quer só as bênçãos, mas não quer cumprir os deveres? Quer que lhe respeitem, mas não quer tratar ninguém com amor e dignidade? Quer que os outros cumpram a Palavra de Deus, mas não refreia a língua? Há quem defenda a autoridade da Bíblia em muitos aspectos, mas quando a verdade da Palavra aponta para seu erro, interpreta como válido só para aquele tempo. É hora de mudar. Pense no evangelho como uma coisa só; indivisível! Comprometa-se com ele todo e o viva. Não é fácil, mas é necessário. Isso é de fato conveniente. Convém que em todo o tempo vivamos para a glória de Deus.
Pr. Charles

5 de abril de 2012

Cordeiro ou Coelho? O Verdadeiro Significado da Páscoa

 

Êxodo, segundo livro da Bíblia escrito por Moisés, conta a história da libertação do povo de Israel do cativeiro egípcio, que por 400 anos viveu debaixo da opressão de Faraó. Deus ouve o clamor de seu povo, e providencia um redentor; seu nome? Moisés, aquele que foi retirado das águas. Como profeta, Moisés foi enviado até Faraó, para dizer em nome do Senhor, que este libertasse o povo de Deus da escravidão e o deixasse ir livremente para o deserto.

O duro coração de Faraó não atendeu a ordem de Deus. O Egito, então, experimentou o juízo divino por meio de dez pragas (Êx 7.14–12.36) – (1) as águas tornaram-se sangue, (2) rãs, (3) piolhos, (4) moscas, (5) peste contra os animais, (6) úlceras, (7) chuva de pedras, (8) gafanhotos, (9) trevas, (10) morte dos primogênitos – sendo Israel preservado em todas estas coisas.

Entre o anúncio e a execução da décima praga, o Senhor institui um memorial, um estatuto perpétuo, denominado a “Páscoa do Senhor” (Êx 12.11). A palavra “Páscoa” (do hebraico “Pessach”, na língua grega “Pascha”) quer dizer simplesmente “passagem”. O sentido da palavra “páscoa”, entretanto, ganha força nas palavras daquele que institui e determina o que deveria ser feito pelo povo pactual e o que haveria de acontecer: “Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR. O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito” (Êx 12.12, 13).

Moisés então transmite o mandamento do Senhor ao povo e este faz tudo àquilo que lhe foi ordenado. Um cordeiro sem defeito deveria ser morto; seu sangue aspergido nas ombreiras e vergas das portas; sua carne assada no fogo comida com pães asmos e ervas amargas (Êx 12.7-10). O sangue inocente derramado seria o “sacrifício da Páscoa ao SENHOR" (Êx 12.26, 27). Deus feriria os egípcios, mas preservaria a Israel por meio de um sacrifício.

Quando vossos filhos vos perguntarem

Cordeiro ou coelho? Sangue ou ovos de chocolate? Sacrifício ou diversão? Não precisamos enfatizar aquilo que todo o crente já sabe. Páscoa não tem nada a ver com coelhos ou ovos de chocolate. Contudo, é importante que reafirmemos biblicamente algumas coisas para os nossos filhos:

(1) A história de Moisés e do povo de Deus no passado aponta para o Redentor dos eleitos de Deus e sua Igreja hoje. Ele nos libertou das trevas e nos transportou para o reino do Filho de seu amor, no qual temos a redenção e a remissão dos nossos pecados (Cl 1.13, 14).

(2) Cristo, nosso libertador, instituiu na noite em que foi traído uma nova Páscoa, a Santa Ceia do Senhor, substituindo o velho pelo novo (Mt 26.26-30). O juízo divino cairia sobre Ele; seu sangue seria derramado para salvar o seu povo de seus próprios pecados (Mt 1.21).

(3) Na celebração da Santa Ceia anunciamos a morte do Senhor, mas também o seu retorno, uma vez que ele triunfantemente ressuscitou (1Co 11.26). Porque ele vive, nós temos uma viva e real esperança escatológica.

Concluindo...

Precisamos falar para as gerações futuras o que nosso Senhor Jesus fez por nós: “Queridos filhos, vocês não precisam sacrificar mais cordeiros, porque o Cordeiro de Deus sacrificou a vida por vocês! Vocês precisam crer em Jesus, na sua morte e ressurreição para serem salvos. Esse é o verdadeiro sentido da Páscoa!”.

Portanto, “lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado… celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade” (1Co 5.7, 8).

Alan Kleber