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30 de agosto de 2011

Não se brinca com Quem é sério!

O terceiro mandamento ensina que não podemos tratar com leviandade tudo que se refere ao nosso Deus. Quando Ele advertiu o Seu povo ordenando “não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:) recebemos a ordem de não blasfemar, ou não brincar com o que procede de Deus. O Catecismo Maior de Westminster comentando as suas implicações declara que esta ordem “exige que o nome de Deus, os Seus títulos, os atributos, as ordenanças, a Palavra, os sacramentos, as orações, os juramentos, os votos, as sortes, as Suas obras e tudo pelo qual Ele se dá a conhecer, sejam santa e reverentemente usados ao se pensar, meditar, falar e escrever; mediante uma santa profissão de fé e um viver digno, para a glória de Deus e o bem de nós mesmos e dos outros.”[1] Este mandamento se aplica de modo direto a algumas situações como 1.O uso desvalorizado dos nomes de Deus, de modo fútil, desautorizado, irrefletido e desnecessário; 2. A invocação do Seu nome numa falsa ou corrompida forma de adoração; 3. Recorrer ao Seu nome para apoiar uma mentira; 4. Frontalmente zombar de Deus.

Toda irreverência em relação a Deus é pecado! É algo muito perigoso brincar, fazer piadas e mencionar de forma irreverente e irresponsável o nome ou as obras de Deus. Às vezes, ouço crentes fazendo piadas que ridicularizam ao SENHOR ou, mais especificamente de Jesus, fazem para entreter pecadores com o santo nome do Todo-Poderoso. Como é comum que pecadores corram inconseqüentemente, onde os anjos até mesmo temem pisar! Paulo nos adverte afirmando que “não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7).

Quando pais contam piadas desta espécie diante dos seus filhos, eles estão ensinados a serem blasfemadores. Conseqüentemente, com dificuldades estas crianças, adolescentes, ou jovens se comportarão nos cultos, que é o ajuntamento solene do povo de Deus, com reverência necessária. Brian H. Edwards observa que “a nossa adoração também mostra o que pensamos do nosso Deus e, sendo que a adoração sincera a Deus é a culminação da existência humana, a adoração blasfema é o ponto mais baixo que um homem ou uma mulher pode chegar.”[2] Mas, aquilo que fazem nas reuniões nada mais é do que reflexo do culto a Deus prestado no seu dia a dia. Assim, podemos imaginar com tristeza no coração como é o relacionamento diário, e qual a seriedade com que vivem o evangelho de Cristo em cada momento de suas vidas.

Não poucas pessoas, sem peso de consciência, fazem seus votos e juramentos sem calcular as conseqüências, simplesmente apelando para o nome de Deus. A Escritura diz que devemos ser conhecidos pela nossa seriedade e firmeza de convicção, de modo que a nossa palavra seja confiável. O nosso “sim” deve significar “sim”, e o nosso “não” realmente deve ter o absoluto sentido de “não” (Mt 5:37). Não é pecado jurar ou fazer votos quando somos exigidos pelas autoridades instituídas por Deus, mas não podemos recorrer aos juramentos de modo tão irresponsável, ou em situações em que são desnecessários. O nome de Deus somente deve ser invocado para ser testemunha do que dizemos ou fazemos, quando o nosso testemunho é insuficiente e a glória de Deus é ameaçada de escândalo (1 Ts 2:5 e 10).

É possível blasfemar duas vezes numa mesma relação. Se já não bastasse o uso indevido, ou imoral de um dos nomes de Deus, há uma situação relativamente nova na desobediência deste mandamento, me refiro ao vício de linguagem no uso de alguns dos nomes de Deus, que em geral, cristãos e ateus mencionam o Seu nome sem realmente pensar nEle. J. Douma denuncia que “as pessoas mencionam a Deus, todavia, sem pensar realmente nEle. Na Bíblia maldizer tinha um significado religioso, mas na atualidade maldizer está tão secularizado que as pessoas utilizam a palavra ‘deus’ sem pretender nada dizer com ela. Para a maioria das pessoas que assim fazem, Deus está morto, alguém contra quem não se pode insultar.”[3]

Ninguém pode por descuido desrespeitar Àquele que é fonte de toda autoridade, ignorando momentaneamente que ofender a Deus com zombarias provoca a Sua santa ira. A sentença sobre este pecado está declarada “o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. Estas coisas foram escritas para que não pequemos, entretanto, se loucamente ofendermos a reputação de Deus, devemos urgentemente recorrer com sincero arrependimento e confessar o nosso pecado, pela intercessão dAquele que tem o nome sobre todos os nomes (Fp 2:9-11). Assim, diante do mau uso do nome do Senhor, devemos recorrer ao seu nome, para que sejamos perdoados com misericórdia, “porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10:13).

A nossa língua deve se mover com santo temor. Ao orarmos a Ele, ou ao falarmos dEle diante ou para as pessoas, seja o nosso coração cheio de reverência e do prazer desta íntima comunhão, por meio de Cristo, de modo que, “não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para a edificação, conforme a necessidade e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4:29).

NOTAS:
[1] Catecismo Maior de Westminster, perg/resp. 112
[2] Brian H. Edwards, Los Diez Mandamientos para hoy (Ciudad Real, Editorial Peregrino, 2000), pág. 146
[3] J. Douma, Los Diez Mandamientos – manual para la vida Cristiana (Grand Rapids, Libros Desafío, 2000), pág. 105

25 de agosto de 2011

Deus vai te honrar, irmão!

Deus-te-ama-Mártires2

A frase que dá título a esse post está frequentemente na boca de cristãos, citada da seguinte forma: “Faça o que é certo, e Deus vai te honrar!” É assim que muitos crentes são motivados a cumprir aquilo que a Escritura ordena, mas será essa uma atitude correta?

Quando se faz o que é correto, pensando no “benefício” de ser honrado, revela simplesmente um coração egoísta, preocupado com sua própria glória. O ensino bíblico, entretanto, é claro. Por meio de Isaías o Senhor afirma: “A minha glória, não a dou a outrem” (Is 48.11). Deus não fica obrigado a nos honrar quando fazemos o que é certo e isso é facilmente percebido nas Escrituras.

No Evangelho conforme Lucas, Jesus ensina que os discípulos deveriam perdoar ao irmão arrependido, ainda que ele pecasse sete vezes no mesmo dia, mas se arrependesse. Diante disso, os discípulos pediram ao Senhor que lhes aumentasse a fé. Jesus então conta a parábola de um servo que arou durante todo o dia e que, chegando à noite, foi ordenado pelo seu patrão a servir a mesa. Por mais cansado que estivesse, a obrigação do servo era servir ao seu senhor. Jesus então pergunta: “Porventura, terá de agradecer ao servo porque este fez o que lhe havia ordenado?” – e completa – “Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer” (Lc 17.9-10).

O ensino de Jesus é claro. Os discípulos deveriam fazer o que estava sendo ordenado, sem esperar recompensa. É isso que a expressão “somos servos inúteis” enfatiza, o humilde reconhecimento de ter cumprido uma obrigação.

Uma história que ensina muito bem a forma correta de o crente se portar é a dos amigos de Daniel. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram denunciados por não se dobrar diante da estátua de Nabucodonosor, que mandou chamá-los. O rei deu mais uma chance para que eles se prostrassem diante da imagem sob pena de serem lançados na fornalha de fogo, caso se recusassem. Questionou ainda sobre qual seria o deus que os livraria de suas mãos (Dn 3.1-15). A resposta que deram ao rei foi contundente: “Quanto a isto não necessitamos te responder. Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste” (Dn 3.16-18).

A postura dos três jovens foi perfeita. Eles sabiam que Deus era poderoso para livrá-los, mas deixaram bem claro que ele não estava obrigado a isso. Ainda assim, sob o risco de perderem a vida, fizeram o que era correto diante de Deus. Não fizeram para ser honrados, mas para tributar glória ao Senhor.

Alguém poderia perguntar sobre o texto de 1Samuel 2.30, sobre como interpretar, então, o que o Senhor diz ali: “Aos que me honram, honrarei.” A resposta é que não precisamos negar que Deus pode “honrar” seus servos, se assim desejar, mas compreender que a motivação para viver em conformidade com os preceitos da Escritura não é a busca da nossa honra, mas a honra do único que é digno de louvor.

Roguemos ao Senhor que nos faça obedientes e humildes, buscando sempre a sua honra, e que todas as vezes que formos tentados a buscar nossa própria honra nos lembremos bem daquilo que afirmou João Batista, “convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30).

Milton Jr.

17 de agosto de 2011

152 ANOS DE PRESBITERIANISMO NO BRASIL

A Igreja Presbiteriana do Brasil comemorou neste dia 12 de agosto de 2011 os seus 152 anos de existência no Brasil, embora saibamos que a presença reformada em solo tupiniquim antecede, e muito, esta data. Pois foi em 21 de março de 1557 que houve a primeira Santa Ceia de orientação reformada no Brasil, mais precisamente na baía da Guanabara, ministradas pelo Rev. Pierre Richier e seu auxiliar, o Rev. Guillaume Chartier, pastores enviados pessoalmente pelo próprio João Calvino. Quase cem anos depois, entre os anos 1637 e 1644, o nordeste brasileiro viveu forte influência da Igreja Reformada quando a região de Pernambuco foi comandada por Maurício de Nassau. Portanto, a fé reformada ronda as nossas terras desde o século XVI, ou seja, há 454 anos.

Mas foi em 12 de agosto de 1859 que o Rev. Ashbel Simonton, missionário estadunidense, chegou ao Brasil para plantar a Igreja Presbiteriana. Seu ministério aqui foi de apenas oito anos quando veio a falecer de febre amarela aos 34 anos de idade. Mas foi o próprio Deus, em sua fidelidade, que plantou e preservou o povo presbiteriano brasileiro e hoje a Igreja Presbiteriana do Brasil é uma grande e respeitada denominação.

Após toda esta trajetória vivenciada pela fidelidade pactual do Senhor Deus, seria oportuno refletir um pouco sobre a relevância da IPB em solo brasileiro e qual seria o seu legado. Acredito que os desafios são muitos, e há muita coisa boa a se imitar de nossos pais do passado. Por este motivo, quero destacar aqui apenas quatro desafios que devemos preservar como igreja no Brasil, existente na sociedade brasileira:

1) Fidelidade na pregação da Palavra. Durante a jornada do povo de Deus ao longo dos tempos, muitas foram, e ainda são, as tentativas de se esvaziar as Escrituras Sagradas de seu conteúdo básico. As heresias, as superstições e o humanismo buscam inserir ideologias enfraquecedoras da firme, irremovível e inabalável Lei do Senhor. E não há como negar a triste constatação de muitos pregadores presbiterianos que subscrevem tais idéias alienígenas à nossa única regra de fé e de prática. Por isso, nosso desafio continua em desmascarar todas as bravatas e sofismas que, em nome do pragmatismo ou do intelectualismo estéril, tentam desonrar a preciosa revelação divina. Portanto, a Igreja Presbiteriana deve continuar fiel na pregação da Palavra!

2) Comportamento ilibado pela santificação. O mundo está cansado dos teatros e das dissimulações decorrentes de igrejas que nada mais são do que sepulcros azulejados em picadeiros psicodélicos. É preciso compreender de uma vez por todas que o verdadeiro brilho diante das multidões não é aquilo que a carne, o mundo ou Satanás podem replicar. O verdadeiro brilho que ofusca as multidões é a vida de piedade e de obediência à Lei do Senhor Deus. Vidas impolutas, vidas santas! É disso que o mundo necessita para imitar. Portanto, a Igreja Presbiteriana deve continuar santa neste mundo depravado!

3) Engajamento na evangelização mundial. Esta obrigação que recai sobre cada crente é indiscutível. Neste sentido, é ato de infidelidade não se envolver com a proclamação das virtudes do nosso Deus aos pecadores. O próprio missionário Simonton, nosso pioneiro, foi um instrumento divino para a plantação de nossa igreja no Brasil. Ele mesmo foi desafiado à evangelização mundial por Charles Hodge e enviado ao Rio de Janeiro pela Igreja Presbiteriana dos EUA (PCUSA), entidade que já mantinha vários postos missionários na Índia, na Tailândia, na China, no Japão e na Colômbia desde 1837. Este é o grande exemplo que temos dos nossos antepassados. Nisto devemos também ser fiéis. Portanto, a Igreja Presbiteriana deve continuar engajada na evangelização ao redor do mundo!

4) Coerência quanto aos parâmetros teológicos. Hoje em dia, o termo evangélico é sinônimo de superficialidade ou de polissemia doutrinária. Não há mais robustez teológica nem compromisso com a Verdade. O que se vê e o que se ouve são inovações nocivas ao zelo peculiar às práticas daquilo que pertence ao Senhor Deus e à sua Palavra. Um exemplo disto é a noção atual de autoridade, presente nos títulos esdrúxulos que identificam aqueles que intitulam a si mesmos como apóstolos, patriarcas ou arcanjos. Além disso, o liberalismo inoculado mansamente envenena a muitos contra tudo aquilo que prioriza os valores morais e éticos de Deus. Ou seja, relativiza o pecado para adequar a teologia às práticas prazerosas dos membros, dando-lhes conforto na depravação. Isso se vê no cotidiano, no discurso e nas liturgias lamentáveis. Não nos esqueçamos de que somos reformados, conseqüentemente possuímos uma teologia muito bem expressa por meio dos nossos símbolos de fé que, no ingresso à igreja, prometemos observar ao longo de nossa vida como crentes. Portanto, a Igreja Presbiteriana deve continuar coerente à sua teologia expressa em seus símbolos de fé!

É importante concluir dizendo que o conjunto destas práticas não deve ser visto como um fim em si mesmo, mas todas elas, assim como todas as nossas demais ações e pensamentos, devem ser unicamente para a glória devida ao nosso Deus, o motivo da nossa existência como igreja e o preservador desta obra até ao Dia do Senhor Jesus.

Que neste ano a mais de vida, que nas comemorações dos 152 anos de existência no Brasil, reflitamos sobre a nossa identidade e o nosso propósito neste mundo.

Sola Scriptura.
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Este artigo foi publicado simultaneamente em meu Blog particular.

11 de agosto de 2011

Ser Pai


Certamente, sempre haverá coisas no mundo que fascinam, mesmo porque a Terra está cheia das riquezas do Senhor. Belezas naturais, lindas praias de areia branquinha e águas cristalinas, lindos cenários de altas montanhas alternadas por vales profundos cheios de orquídeas e outras plantas exóticas, a vida, a saúde, o bem-estar, estar acompanhado de quem amamos e gostamos de ter por perto. Hoje eu gostaria de destacar algo que fascina de modo profundo a alma de um homem: ser pai.

Ser pai é ver a vida se transformar ao ouvir o primeiro choro do primeiro filho. Ser pai é pensar: “a partir de agora uma vida indefesa dependerá de meu esforço e proteção”. Ser pai é saber que terá de sair de madrugada para levar o filho no médico, e fazer isto sem a menor preocupação com a noite mal dormida. Ser pai é ver os filhos brincando e se aproximar para fazer parte da farra. Ser pai é ver os olhinhos brilhando dizendo: “você é lindo!”; “você é forte!”. Ser pai é saber de tudo um pouco. É ser dicionário, enciclopédia, consultor de entretenimento televisivo e cinematográfico, lutador de boxe, guindaste da alegria infantil, parque de diversões, lançador de desafios, criador de frios na barriga, herói nos assaltos à geladeira escondido da mamãe, realizador de sonhos.

Ser pai é fácil. Ser pai cristão é difícil. Ser pai é botar filho no mundo. Ser pai cristão é ser exemplo de vida com Deus aos filhos, é ensinar-lhes a Palavra de Deus ao deitar, ao levantar, andando pelo caminho e exercendo a disciplina. Ser pai é falar o que der na cabeça; ser pai cristão é controlar o linguajar para edificar os filhos. Ser pai cristão é ir à igreja assiduamente e zelar para que os filhos também o façam. É orar com os filhos quando eles se vêem atemorizados pelos “bichos da noite” e pelas provas finais. É fazer culto doméstico trazendo maturidade espiritual e crescimento à família. Ser pai cristão é ser amigo, confidente, digno de confiança e respeito. É rir das piadinhas sem graça; é chorar de preocupação diante dos perigos das más companhias e da violência desse mundo.

Ser pai cristão é reconhecer que a graça de ter quem te chame de “papai” ao seu redor é obra do Pai celestial. A graça nos faz gerar filhos, realizar-se com o crescimento e progresso deles. Mas ser pai cristão também é refletir sobre o Pai celestial. O pai cristão é falho; o Pai celestial é santo, perfeito e justo. O Pai celeste amou rebeldes e delinqüentes que o provocavam à ira. Os amou tanto que os escolheu para serem seus filhos adotivos. Para ter os filhos adotivos amados debaixo da sua graça, o Pai celeste deu a vida do único Filho, o eternamente gerado, o eternamente amado e motivo de todo o seu prazer. Este foi reconhecido como figura humana, fez-se filho maldito porque sofreu a cruz maldita em nosso lugar levando sobre si o nosso pecado. Morreu naquela cruz terrível sofrendo a ira do Pai celeste sobre o pecado. Viu-se separado dele a ponto de bradar: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Mas depois do pior momento, voltou a sentir o consolo do Pai e entregou sua vida através de uma declaração solene: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”.

Foi assim que o Pai celeste nos fez seus filhos, benditos, herdeiros e co-herdeiros com Cristo. Sua vontade é que sejamos pais amorosos, ainda que jamais alcancemos a grandeza do amor do Pai celeste. Que reflitamos a luz do caráter do Santo seguindo o seu modelo de paternidade. Que jamais abramos mão do privilégio do contato com os filhos. Que eles aprendam conosco a ser filhos obedientes a Deus e não venham a aprender com maus exemplos de maus professores informais. Que sejamos pais que participam do processo de crescimento e educação, sem nos omitir. Assim a glória do Pai celeste brilhará através de nós.

Pr. Charles

10 de agosto de 2011

Quem manipula quem? O problema da abordagem comportamental

condicionamentoToda cidade tem um doido, desses que vivem pela rua e que são conhecidos por todos, virando até lenda em alguns casos. Pois um desses era constantemente motivo de chacota. A razão? Todos os dias ele passava na frente de um bar onde um grupo de amigos parava para beber. E era sempre a mesma história, cada dia um deles oferecia ao doido uma nota de 10 reais e uma moeda de 1 real para que escolhesse. E não é que o doido sempre escolhia a moeda, para a satisfação dos envolvidos na história, que explodiam em risadas?! Foram mais de 2 meses assim até que um dia um dos amigos disse ao doido: “Você é muito burro! A nota de 10 reais vale mais que a moeda de 1” – e emendou: “Você não sabe disso? Escolha a nota!!!” O doido com muita tranquilidade respondeu que não, e o que questionava perguntou o porquê, ouvindo logo a resposta: “É que se eu escolher a nota acaba a brincadeira.”

A piada é engraçada (pelo menos eu acho) e nos remete ao título do texto: quem manipula quem? Em outro artigo abordei o problema de focar na mudança de comportamento e demonstrei que isso é ineficaz se queremos ajudar nossos irmãos em seu processo de santificação e conformidade à imagem do Redentor. O maior problema do foco na mudança de comportamento é que acaba por formar “fariseus”, mas há outro problema que será abordado aqui e que eu chamo de “círculo de manipulação”.

Um caso comum

Pense na história de Fernando e Joana. Eles são casados e ambos são membros de uma igreja protestante há alguns anos. São engajados no trabalho da sua comunidade e muito responsáveis em suas atribuições. Porém, em seu lar, os conflitos só aumentavam. Joana cuidava do trabalho de casa, da criação dos filhos e desejava ter a ajuda de Fernando em alguns afazeres domésticos.

Entretanto, o desejo de ser ajudada, que não é mal em si mesmo, acabou por se tornar uma exigência. Ela começou a entender que precisava daquilo para ser feliz e como seu marido não lhe dava a ajuda que queria ela o julgava (“ele é um péssimo marido”) e o punia. A forma que encontrou para punir o marido era recusar-se a ter relacionamento sexual com ele.

O que temos aqui é um bom desejo que se tornou um péssimo senhor. A partir do momento em que Joana pune o seu marido porque este não fez o que ela achava que ele deveria fazer, ela demonstra que está sendo controlada pelo seu desejo e, em termos bíblicos, isso se chama idolatria. É fácil perceber quando um bom desejo se torna um ídolo, basta verificar se pecamos para conseguir o que queremos ou se pecamos porque não conseguimos o que queremos, mas, apesar da facilidade, aqueles que estão obedecendo ao “mau senhor” geralmente não se dão conta. Aqui entra em cena a figura do conselheiro bíblico, que deve levar o aconselhado a enxergar essa situação.[1]

O círculo de manipulação

Ao privar Fernando do relacionamento sexual, além de punir o marido, Joana conseguia também manipulá-lo para fazer o que ela queria, ou seja, ajudar nos afazeres domésticos.

Fernando, por sua vez, satisfazia o desejo da sua esposa ajudando-a com a louça, porém o fazia porque estava interessado mesmo era em sua satisfação sexual, revelando também estar sendo controlado pelo seu desejo.

Ele descobriu também como manipular sua esposa. Quando queria sexo, se tornava o melhor marido do mundo, pois sabia que à noite seria satisfeito. Ela, por sua vez, achava que o manipulava punindo-o com a falta de sexo. A pergunta do título deve ser lembrada aqui: Quem está manipulando quem?

Na verdade, o círculo de manipulação acaba por escravizar e transformar ambos, marido e mulher, em simples marionetes manipuladas pelo ídolo. É o mau desejo que faz com que eles “funcionem” desta forma e mostra que eles estão servindo a um mau senhor.

Esse círculo de manipulação pode causar a falsa impressão de que as coisas vão bem, afinal de contas o marido agora ajuda nos afazeres diários, e a esposa não briga mais nem se nega a relacionar-se com o esposo.

Bastará, porém, que o marido perca o interesse pelo sexo, que é quem está governando sua vida, ou que a esposa entenda que “merece” um marido que faça muito mais do que simplesmente ajudar nos afazeres domésticos para que os conflitos retornem. A solução equivocada será novamente punição da esposa para manipulação até que o marido entenda como virar o jogo para conseguir o que quer da esposa. É um círculo sem fim.

Quebrando o círculo, pelo poder de Deus

Como vimos, a abordagem comportamental gera um círculo vicioso no qual os envolvidos se enganam achando que estão controlando o comportamento alheio, quando na verdade estão também escravizados por seus próprios desejos, que se tornaram “maus senhores”.

Para que Fernando e Joana resolvam de forma efetiva os conflitos, é necessário lidar com eles de forma bíblica.

Tiago afirma em sua epístola que as guerras e contendas acontecem por causa dos prazeres que fazem guerra em nossa carne (Tg 4.1). Ele afirma ainda que o homem não recebe o que pede em razão de o pedido ser para esbanjar nos prazeres da carne (4.3). Após isso acusa, então, os crentes de serem infiéis (adúlteros na ARC). Isso quer dizer que até a oração, quando direcionada pelos “desejos da carne”, constitui-se um ato de infidelidade. Tiago explica isso de forma clara ao afirmar que a amizade do mundo constitui-se uma inimizade contra Deus (4.4). Podemos resumir isso dizendo que os nossos conflitos com o próximo têm como causa o nosso conflito (infidelidade) com Deus, quando em vez de nos submetermos a ele somos escravizados por nossos desejos.

Tiago não estava falando nenhuma novidade. Seu irmão, o nosso Senhor Jesus Cristo, já havia dito que, onde está o nosso tesouro, ali estará também o nosso coração (Mt 6.21). Isso quer dizer que aquilo que entendermos ser o mais importante será o que controla a nossa vida. Isso fica claro quando observamos as palavras anteriores onde ele ordena a não ajuntar tesouros na terra, mas a procurar ajuntar tesouros no céu.

Quando estamos dominados por nossos desejos, estamos “fabricando” um falso deus. Essa é a razão de Paulo afirmar aos coríntios que apesar de todas as coisas serem lícitas, ele não se deixaria dominar por nenhuma delas (1Co 6.12). A razão correta a nos motivar deve ser sempre a glória de Deus, como também ensina Paulo: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31).

Diante disso, se o casal quiser quebrar o “círculo de manipulação”, deverá tomar algumas atitudes:

1. Reconhecer a idolatria do coração

Fernando e Joana devem primeiramente entender que estão sendo “movidos” e “direcionados” não pelo Senhor, mas por seus próprios desejos, que constituem os seus “tesouros”, e isso é idolatria. No caso de Joana o ídolo era o “desejo de ser ajudada”, e no de Fernando, o “desejo pelo sexo”.

Esses desejos que não são maus em si, como já foi afirmado, tornaram-se falsos deuses. Eles fizeram falsas promessas de alegria: “Se você tiver um marido mais prestativo será mais feliz”; “se você tiver realização sexual será mais feliz” e para alcançar essa alegria Fernando e Joana estavam pecando um contra o outro, tentando “controlar” um ao outro pela manipulação.

Sem o reconhecimento de que o problema está no coração, que está adorando um falso deus, qualquer mudança será mero paliativo.

2. Confessar o pecado e rejeitar os falsos deuses

Não basta, porém, reconhecer que estão sendo idólatras. Verificado o fato de que estão sendo controlados por um falso deus, Fernando e Joana devem confessar o pecado de buscar satisfação e alegria fora do Senhor. Devem também abandonar os ídolos, dando ouvidos à voz de Deus, que ordena: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). A idolatria é uma grande ofensa a Deus, mas em Cristo Jesus há redenção. João afirma que, “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (1Jo 1.9).

Além de confessar o pecado contra o Senhor, eles devem também confessar o pecado de tentar controlar um ao outro. Após a confissão do pecado contra o próximo, há ainda mais a fazer.

3. Submeter-se às ordenanças do verdadeiro Senhor

A evidência do arrependimento será uma nova disposição no relacionamento com Deus e com o próximo. A Escritura ordena não somente parar de pecar, mas também assumir uma nova postura. Aos colossenses Paulo explicou isso usando a metáfora do despir e vestir. Ele ordenou aqueles irmãos a terem uma nova postura porque haviam se “despido do velho homem” e se “revestido do novo homem” segundo a imagem daquele que os criou (Cl 3.9-10).

Fernando e Joana deveriam, então, obedecer à vontade de Deus em relação ao casamento. O matrimônio, conforme estabelecido na Escritura, é uma instituição que visa à satisfação do outro. Não poderia ser diferente, pois o apóstolo Paulo afirma categoricamente que o amor não busca os seus próprios interesses (1Co 13.5).

Desta forma, as ordenanças no casamento são sempre em relação ao outro. Paulo ordena ao marido que ame sua esposa, e à esposa que se submeta ao marido, mas não diz para um cobrar do outro (apesar de gostarmos de cobrar do outro, mesmo que não façamos o que nos é ordenado). Se cada cônjuge se esforça para cumprir aquilo que lhe é exigido, há um casamento harmonioso e que glorifica a Deus.

No caso dos pecados específicos, tratados neste artigo, Joana deveria se relacionar sexualmente com o marido ou abster-se disso somente de acordo com aquilo que a Palavra ensina e não para manipulá-lo, a fim de fazer dele um marido mais prestativo.

Quando escreveu aos Coríntios, Paulo deixou claro que o casal não deve privar um ao outro do relacionamento sexual. A razão apresentada é que isso é “devido” ao outro e que o corpo do marido pertence à mulher, da mesma forma que o dela pertence ao marido. A única razão para privar o cônjuge do relacionamento sexual seria a dedicação à oração, mas somente com mútuo consentimento e com a orientação de novamente se ajuntarem para que Satanás não tente por causa da incontinência (1Co 7.1-7).

Fernando, por sua vez, também deveria colaborar com sua esposa nos afazeres domésticos (perdoem-me, machões), mas não em troca de sexo. A motivação correta deve ser o entendimento de que, por ser herdeiro com ela da mesma graça de vida, precisa viver a vida comum do lar, com discernimento e, tendo consideração para com a mulher como parte mais frágil, tratá-la com dignidade (1Pe 3.7).

4. Entender que só há satisfação plena e verdadeira no Senhor

Por último, ambos, Fernando e Joana, devem entender que a satisfação e alegria verdadeiras só podem ser encontradas no Senhor. Não dependemos de pessoas ou circunstâncias, pois temos tudo aquilo de que necessitamos em Cristo Jesus. Paulo compreendeu muito bem isso e pôde afirmar: “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4.11-13).

Creio não ser uma inferência indevida dizer também “aprendi a viver contente em toda e qualquer situação... com um marido que me ajuda ou com um marido que não me ajuda; tendo ou não tendo satisfação sexual”.

Entender isso será de suma importância porque, ainda que um dos cônjuges não mude a sua postura, o que não é incomum, não haverá motivos para desespero, crises, brigas, pois a satisfação e a alegria estarão sendo buscadas na fonte correta, no Redentor Jesus Cristo. “Nele o nosso coração se alegra, pois confiamos no seu santo nome” (Sl 33.21).

Conclusão

Quando se entende que a alegria e satisfação dependem daquilo que se pode encontrar em pessoas, seja nelas mesmas, seja naquilo que podem dar, sempre haverá frustrações e conflitos, porque pessoas sempre frustrarão as nossas perspectivas, principalmente porque, na maioria das vezes, esperamos mais do que elas podem dar.

Ao invés de manipular pessoas a fim de conseguir o que você quer, peça ao Senhor que sonde o seu coração por meio da Palavra, arrependa-se por estar confiando nas falsas promessas dos ídolos e volte o seu coração para o Redentor.

Entendendo que a plenitude de alegria e satisfação só podem ser encontradas no Senhor, teremos motivos de sobra para nos regozijar e exultar nele, não dependeremos de circunstâncias e, ainda que venhamos a sofrer por fazer sua vontade, podemos estar certos de que somos bem-aventurados (1Pe 3.14).

Milton Jr.


[1] Sobre esse assunto, leia o artigo do Jônatas Abdias, “Ensaio sobre a minha cegueira: o objetivo do aconselhamento bíblico”, no blog aconselhando.com.Bíblia.

4 de agosto de 2011

ACABOU A ESPERANÇA

Há momentos em que a esperança vai embora e não sabemos o que fazer. Jeremias viveu isso em Lamentações 3:18 quando disse: acabou a minha glória como também a minha esperança no Senhor. Não podemos esquecer que Jerusalém estava chorando e em completa destruição.


O que por vezes não lembramos é que o homem, ainda que pense demais de si mesmo, vive com uma idéia errada de segurança, mas quando para e pensa se desespera por não saber exatamente o que se dará no futuro. O dia de amanhã está absolutamente oculto aos seus olhos e, assim como Jeremias, você mesmo pode reconhecer que não tem esperança ou certeza de futuro.

Isso coaduna com a máxima do Novo Testamento que você é naturalmente morto nos seus pecados (Ef. 2:1ss) e ninguém pode chegar a Deus por suas próprias forças (Rm. 3:9ss).

Nesse momento, faz sentido o grito de Jeremias em Lamentações 3:21 – Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. Quando faz isso, para onde Jeremias aponta?

1. Para as Misericórdias do Senhor (3:22).

2. Para a Fidelidade do Senhor que é grande (3:23)

3. Para a Bondade do Senhor (3:25)

Esse três atributos são facilmente vistos no próprio texto. Analisando rapidamente, notamos que misericórdia é não receber o castigo que merecemos, por isso elas são a causa de não sermos consumidos; A Fidelidade do Senhor aponta para o fato de haver duas promessas de Deus: primeiro que todo pecado será punido e segundo que pessoas seriam salvas. Deus resolveu mantendo a sua fidelidade punindo seu próprio Filho na Cruz e com isso, na mesma Cruz, revelando sua misericórdia e bondade.

Mas o texto depois trata de outro atributo de Deus, sua Justiça (3:34-36), que é mais um atributo de Deus revelado no Calvário; finalmente, Deus mostra que apenas Ele teria condição de cumprir tudo o que promete, afinal quem é aquele que diz e acontece quando o Senhor não o mande? Revelando aqui a sua Soberania.

O que notamos aqui é que a Bíblia não busca esperança no ser humano. Em outras palavras, não há esperança em você para dirimir suas dúvidas e inseguranças, traga a sua memória o que te pode dar esperança: Os atributos de Deus que apontam para Jesus Cristo morto na cruz tomando o lugar daqueles que nele crêem.

2 de agosto de 2011

A Redenção da Família


Os debates recentes sobre a homossexualidade têm trazido à tona os valores sobre a família. O universo familiar tem se mostrado cada vez mais distorcido. No dia 25 de maio de 2011, um juiz brasileiro concedeu o direito de adotar um menino a duas lésbicas. Alguns casais de gays já conseguiram o benefício. Perceba como o princípio criacional do núcleo familiar como constando de homem, mulher e filhos foi solapado. O conceito de família está perdido, longe do princípio criacional. Por essa razão, precisa de redenção.

Levando essa realidade em conta, pensemos um pouco sobre os princípios estabelecidos por Deus:

O Núcleo Familiar: Homem e Mulher

A Bíblia relata que Deus fez homem e mulher (Gn 1.27) e lhes ordenou que se multiplicassem e enchessem a terra (v.28). Deus instituiu as relações familiares criando o homem e, logo depois, a mulher. Deus sabia que a solidão não era boa coisa para Adão (Gn 2.18), mas este ainda não havia percebido isso tão claramente. Para que o homem percebesse sua solidão, Deus lhe deu a tarefa de nomear os animais. Assim ele facilmente percebeu que cada macho possuía sua fêmea correspondente, menos ele. Então Deus curou sua solidão. Deus formou Eva da costela de Adão e lha trouxe. Ele concluiu que sua solidão estava curada, quando afirmou: “esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2.23). Era como se dissesse: “até que enfim, minha solidão foi curada; pois agora tenho uma fêmea correspondente, compatível!”. Deus estabeleceu um princípio a respeito da característica fundamental do núcleo familiar: homem e mulher. O homem naturalmente está ligado a seus pais, mas quando se une à sua mulher, cria um vínculo mais forte com ela (Gn 1.24). Juntos, agora podem procriar e cumprir a ordem do Senhor.

A Importância da Procriação Hoje

Aos que dizem que a ordem de encher a terra já foi cumprida, eu respondo: este princípio é criacional e perpétuo. A ordem de Deus vale para hoje também. Devemos ter filhos porque assim preservamos nossa identidade cultural e até religiosa. Um dos fatores que contribuem para o crescimento numérico da igreja é a procriação de seus membros. Para ilustrar a questão da preservação cultural através da fertilidade de um povo, cito Kadafi, o ditador da Líbia, que afirmou que “os muçulmanos tomarão conta da Europa sem pegar em armas”, porque a taxa de fertilidade do europeu é bem inferior à dos muçulmanos. Como nascem muito mais bebês entre muçulmanos do que entre europeus, a identidade cultural européia está sob seríssima ameaça. A razão do recente massacre na Noruega foi justamente a percepção de que o número de muçulmanos crescia assustadoramente na Escandinávia por um rapaz fraco de espírito e extremista, que não soube como lidar com sua frustração.

A Solução Bíblica para a Redenção da Família

A fim de redimir famílias partidas e comprometidas pela iniqüidade, a Bíblia reordena um princípio criacional no Novo Testamento. Paulo disse que o presbítero deveria ser “marido de uma só mulher” (1Tm 3.14). O presbítero deveria ser exemplo na igreja e viver de acordo com o padrão estabelecido por Deus no princípio. Também é dito que o marido deve amar a esposa “como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25). Além disso, a Bíblia reafirma o princípio criacional da liderança masculina ou da submissão da esposa: “as mulheres sejam submissas ao próprio marido como ao Senhor” (Ef 5.22). Os filhos são ordenados a honrar seus pais, pois isso é justo (Ef. 6.1-3). Note que as relações familiares sempre envolvem pais (marido e mulher) e filhos. Jamais o homossexualismo caracteriza um núcleo familiar.

A Bíblia insere propositalmente as relações familiares no trecho em que Paulo discorre sobre a necessidade de analisarmos nossa vida minuciosamente, como sábios que sabem priorizar o que de fato é importante no dia a dia (Ef 5.15-21). A remissão do tempo envolve gastá-lo com coisas úteis, evitando o excesso de entretenimento e desperdício, sempre buscando glorificar a Deus. Paulo diz que, em vez de nos embriagarmos com o vinho, no qual há extravagância e confusão, devemos buscar diligentemente a plenitude do Espírito. Várias ações contínuas são necessárias para que sejamos cheios do Espírito: falar mutuamente com salmos, entoar e louvar de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dar graças por tudo a Deus e sujeitando-nos uns aos outros. É exatamente nesse ponto que Paulo continua: “as mulheres sejam submissas ao seu próprio marido como ao Senhor”. As relações familiares incluem a sujeição uns aos outros no temor de Cristo. Cá entre nós: o lugar mais difícil do mundo de ser crente de verdade é dentro de casa.

Vamos redimir a família brasileira! Vamos apregoar que o alicerce da família está no princípio criacional de homem, mulher e filhos. Vamos esclarecer que a união homoafetiva (como eles chamam) é contrária ao padrão estabelecido por Deus na criação do mundo! Que os homens aprendam a liderar com firmeza e amor o seu lar, criando os filhos sob a disciplina e admoestação do Senhor (Ef 6.4). Que as esposas aprendam a cada dia a ser submissas ao seu próprio marido como ao Senhor! Que as crianças tenham referenciais de masculinidade e feminilidade bem claros desde cedo. Oriente seus filhos meninos brincarem de coisas próprias de menino. Que as meninas sejam encorajadas a brincar com brinquedos próprios de menina.

Assim daremos nossa contribuição para que a sociedade não seja solapada de vez com a perversão dos princípios universais e criacionais estabelecidos por Deus para o nosso bem e para a sua glória. E não se esqueça: família redimida, somente debaixo do senhorio de Cristo!

Pr. Charles