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28 de outubro de 2010

Uma Palavra aos Pais Estressados


Há um ditado popular que diz que “ser pai não é para qualquer um e muito menos para covardes.” De fato, essa é uma tarefa prazerosa, porém muito estressante. No caso de verdadeiros cristãos, a razão de toda preocupação é motivada no fato de que a própria alma dos filhos está envolvida nessa questão. Pais tementes a Deus estão tão preocupados com a glória de Deus, que a mais terrível angústia é ver seus próprios filhos agindo e vivendo como ímpios que não temem ao Senhor. Oh! Quantas lágrimas têm sido derramadas por servos de Deus ao perceberem que seus filhos não exibem as marcas de uma conversão genuína.

Tenho ouvido o relato choroso de muitos pais que consagraram seus filhos ao Senhor, mas agora percebem o quão distante eles estão do caminho da salvação e rumam a passos largos para o inferno. Filhos que tiveram em seus joelhos e braços, agora são uma presa nas mãos de Satanás! Pais que viram a água do batismo escorrer sobre a cabeça dos filhos, agora percebem que suas mentes estão cheias de filosofias e valores mundanos!
Nessa difícil tarefa de criar filhos é imprescindível recorrer às claras instruções delineadas nas Sagradas Escrituras, pois elas de fato podem nos dar orientações muito claras sobre como devemos agir. Assim, o resumo que segue é uma simples enumeração de alguns princípios que ajudarão os pais estressados a não desanimarem ao contemplarem a vida ímpia que seus filhos têm vivido:
Primeiro, lembre-se que a sabedoria no coração dos filhos é uma obra exclusiva de Deus e ocorre como resultado da salvação implantada em seus corações. Quando Deus salva alguém, não apenas o regenera, mas implanta temor em seu coração. De acordo com Provérbios 1:7 e 10:1, apenas o temor do Senhor pode produzir sabedoria nos corações dos nossos filhos. Essa sabedoria não tem nada haver com acúmulo de conhecimentos, mas com a firmeza de propósito em aplicar os mandamentos de Deus em cada circunstância da vida. Sabedoria, portanto, tem haver com obediência a Deus, mas só Deus pode plantar essa obediência através da conversão (Tt. 3:4-5) e fazê-la germinar através de Sua palavra (1 Pe. 1:23). Filhos que demonstram rebeldia a Deus, e, concomitantemente, aos pais, exibem um sinal claro de que, possivelmente, não foram regenerados, e sua desobediência, rebelião e ingratidão são sinais de que nunca nasceram de novo, apesar de freqüentarem a igreja.
Segundo, reconheça suas limitações em interferir em questões espirituais concernentes a salvação do seu filho. Como pai, você pode interferir em muitas áreas na vida de seu filho, menos na salvação de sua alma. Talvez você faça parte de uma longa lista de pais aflitos que sofreram ao ver o egoísmo estampado nas ações do filho ou filhos. Como Adão, Isaque e Jacó, você pode estar presenciado a desunião dos filhos! Como Arão, é possível que veja a mão de Deus pesar sobre eles! Como Samuel, Davi e muitos outros reis piedosos de Israel, talvez esteja enfrentando angústias ao perceber que seus filhos não andam e nem seguem os seus caminhos e exemplos! Ao sentir o peso de tamanha tristeza, não desanime. Nessas horas busque ao único que sabe lidar com a aflição – Deus. Reconheça que na questão espiritual apenas Ele pode fazer algo. Apenas o Seu poder pode mudar seu filho ou filhos, portanto busque-O humildemente em oração. Nunca esqueça que todos os seus esforços e dinheiro gasto com as melhores escolas não serão suficientes para produzir um centímetro de vida espiritual na vida dos seus queridos filhos! Se o seu coração está apertado, ore sem cessar e aprenda a depender de Deus sem jamais desanimar (Lc. 11:13). Peça também a pessoas discretas a batalharem com você em oração e recorra a Deus através de Cristo. Lembre-se do exemplo de muitos outros que apresentaram seus filhos ao Senhor Jesus e receberam uma resposta positiva (Mc. 9:17; Mt. 15:22).
Terceiro, humilhe-se na presença do Senhor e avalie sua vida. Os filhos geralmente imitam os pecados dos pais e percebem a inconsistência entre o que eles falam e dizem. Eles drenam o veneno do seu pecado e seguem seu péssimo exemplo. Lembre-se que você é um pecador e pode estar envenenando a vida do seu filho com sua própria falta de temor verdadeiro ao Senhor. Há dois tipos de pecados que podem arruinar seu papel como pai e líder espiritual. Primeiro, seus próprios pecados em relação aos seus pais (Gn. 42:1). Isso nos lembra a história de um pai que exclamou para o filho: “Nunca um homem teve um filho tão ruim e ingrato!” Porém o filho respondeu: “Sim, meus avós tiveram!” Ou seja, antes de avaliar seu filho, avalie-se primeiro como filho e confesse ao Senhor suas possíveis falhas. Trate com amor seus pais e isso será um poderoso exemplo para seu filho! Segundo, examine os seus próprios pecados que foram praticados contra seus filhos. É muito embaraçoso olhar para os filhos e descobrir que nos imitam em tudo, inclusive no que concerne aos nossos pecados. Ao descobrir isso, humilhe-se diante de Deus e faça dos pecados dos seus filhos os seus próprios. Arrependa-se e abandone os seus pecados, pois não conseguirá ajudar seus filhos a menos que mortifique os seus próprios pecados.
Quarto, ensine amorosamente e admoeste incansavelmente a seu filho. A Bíblia ensina que você deve disciplinar e instruir seu filho (Ef. 6:4). Essa instrução deve ser diária, e tanto ocasional como sistemática (Dt. 6:1-9). Lembre-se da importância do culto doméstico diário, pois ele terá um papel fundamental no ensino da Palavra de Deus para seu filho. Chame a atenção dele para que observe as Escrituras e sempre o repreenda de forma clara e serena. Trate sempre pecado como pecado e seja amoroso e paciente como a mãe do rei Lemuel (Pv. 31:1-9). Lidere seu filho e faça o que a Bíblia diz que muitos homens não fizeram — Discipline-o e deixe-o arcar com as conseqüências de seus atos errados. Não siga o exemplo de Eli, que não tinha autoridade sobre seus filhos e foi punido por Deus (1Sm. 2:29; 3:13). Ao perceber qualquer sinal de pecado e rebeldia em seu filho, você deve levá-lo a examinar o seu coração, pois é possível que não tenha nascido de novo ou esteja vivendo em frieza espiritual. A diferença entre um estado e outro, é que no caso da frieza espiritual a insensatez é passageira e momentânea, mas no caso da falta de conversão e impiedade, a insensatez é permanente e agravante.
Em suma: lembre-se que você não pode converter o coração do seu filho, mas ao ver qualquer sinal de insensatez ou ausência de marcas de conversão na vida dele ou deles, tome quatro atitudes: Ore, analise sua vida, seja um líder espiritual e reprove as atitudes erradas do seu filho.
Robério Odair Basílio de Azevedo

25 de outubro de 2010

Pragmatismo versus Fidelidade


Uma das características mais comuns em uma sociedade humana é valorizar e buscar o sucesso. Em palavras mais diretas, o ser humano sempre busca os meios utilitaristas para ser um bem-sucedido ante seus pares e admiradores. A cultura dita ocidental navega sobre as águas caudalosas da concorrência e da visão empresarial, sofrendo as imposições estatísticas onde os números contam mais alto que a ética, o pudor e o bom senso. O desejo de ganhar sempre e estar à frente dos concorrentes são a palavra de ordem do sistema em que vivemos. Trata-se das lutas de classificação em meio às concorrências acirradas.

Com relação a algumas denominações e até mesmo igrejas locais, pelo que tenho percebido, a prática tem sido a mesma. Se perguntarmos hoje qual a evidência do sucesso em uma igreja, sem medo de errar, seus líderes apontariam ao número de membros já “conquistados” através do seu método “infalível”. “Temos hoje três mil membros em apenas dois anos de trabalho e isso se deve à nossa visão de ministério!” poderia bradar algum pastor jactancioso de uma entidade qualquer. O mais triste é que neste caldeirão vale tudo: promessa de prosperidade, capacidade de tornar alguém um líder em poucos meses, grupos que se reúnem em casa, rede ministerial, louvor animado, cura de enfermidades, encontros secretos para sessões de psicanálise “evangélica”, pregação descompromissada com as Escrituras, hábitos estranhos ao princípio regulador do culto, mas que agradam ao freguês etc. Em outras palavras, o que vale é o método e, conseqüentemente, os números (membros) angariados. O que mais chama a atenção, em minha opinião, é o desmantelo teológico, a intolerância, o desrespeito para com outros segmentos mais simples e modestos e a valorização do método inovador em detrimento de um ensino bíblico responsável, da comunhão e da visão de Corpo, desembocando no proselitismo explícito (cooptação de membros de outras igrejas).

Seria isto Evangelho? Embora cada grupo reivindique a autoridade bíblica para o seu método – por vezes sem ética – duvido muito que o modelo proposto nas Escrituras seja qualquer um destes. Se olharmos com sinceridade para a Palavra, vamos perceber que não existe ênfase nos números de membros. Excetuando Atos 2: 41, em nenhum outro lugar há a menção do número de membros em uma igreja, aliás, o próprio apóstolo Paulo afirma que na cidade de Corinto havia batizado apenas dois indivíduos e uma família. O mesmo apóstolo, ao dar seu relatório no final da vida, não informou a quantidade de pessoas que havia experimentado a conversão com seu procedimento evangelístico (que era a simples pregação do Evangelho), mas disse: “... combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé...”, isto por que ele, Paulo, sabia muito bem que as conversões não dependiam de algum método ou modelo “divinamente revelados”, mas sim, pela ação soberana de Deus, ou seja, cada igreja deveria ser fiel enquanto “... o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos" (Atos 2: 47 – grifo meu). Esta afirmação é desconcertante, imagino, pois retira completamente o mérito dos pobres e equivocados líderes das massas e recoloca-o em seu devido lugar: a soberania de Deus. O que pensar, por exemplo, das palavras de Paulo quando diz: "Logo, tem ele [Deus] misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz" (Rm 9: 18)?

Não quero aqui desestimular o ardor evangelístico, tal ato seria uma blasfêmia contra a vontade de Deus, muito pelo contrário, não devemos medir esforços para pregar o evangelho aos pecadores. O que quero ressaltar é que os eleitos irão se converter independente do método que usamos. Não importa se o pregador é um visionário intelectual ou um camponês que mal sabe se expressar; não importa se todos estão na visão da moda ou fora dela; não importa se a igreja passou a ter três mil membros em dois meses ou se é um pequeno rebanho com poucos membros em uma cidade onde o evangelho é perseguido violentamente. " Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia" (Rm 9: 16).
Creio que está na hora dos pastores e líderes atentarem para a exposição honesta da Palavra de Deus, para o ardor evangelístico e, principalmente, para a humildade e a ética no cumprimento das Escrituras. Em outras palavras, o principal é ser fiel. Quanto aos que irão se converter, bem, isto é com a soberania do Deus único sobre todos.

Sola Scriptura

Alfredo de Souza

22 de outubro de 2010

A Comunicação no Casamento

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Atender as nossas necessidades e expectativas as do nosso cônjuge, e tudo isso harmoniosamente, tem sido um grande desafio através dos séculos. O primeiro problema de comunicação surgiu no Éden, quando nossos primeiros pais, Adão e Eva pecaram contra Deus. Como filhos de Adão, o pecado também afetou todas as áreas da nossa vida, inclusive a comunicação.

Um casamento bem sucedido é construído e mantido pela ponte da boa comunicação. Para lograrmos êxito precisamos de uma boa comunicação. Para que nossa comunicação seja satisfatória é necessário que cada um expresse seus pensamentos, sentimentos e desejos de modo que o outro ouça e entenda.

Parece simples, mas não é. Pastores e conselheiros afirmam que as queixas mais ouvidas são do tipo: “ele simplesmente não se comunica. Há anos eu tento fazê-lo conversar comigo”. Ou então: “é impossível entendê-la. Não há sintonia entre nós. Portanto, eu desisto, não quero mais viver com ela”.

Surgem então os problemas. As dificuldades de comunicação concebem intermináveis conflitos provocados em sua grande maioria por problemas comuns e básicos. Começamos a nos armar como se fossemos travar uma verdadeira briga contra um terrível inimigo. Mas espere aí! Ele é o nosso próprio cônjuge! E por falar em brigas... Em sua opinião, quais são as principais armas que temos levado à briga? Neste post gostaria de compartilhar com você pelo menos algumas armas que considero extremamente letais para o casamento:

PRINCIPAIS ARMAS CONTRA A COMUNICAÇÃO EFICAZ

1. Memória rancorosa. Conhecida também como “síndrome do baú”, diz respeito às mágoas do passado que guardamos por muito tempo e que trazemos à memória justamente no momento de uma discussão, prejudicando o nosso relacionamento e destruindo a ponte para o diálogo.

2. Frases duras e desnecessárias. Por que precisamos discutir algum assunto ou reclamar de alguma coisa com raiva? Por que gritamos e usamos palavras tão duras? Você já notou que até a expressão de nosso rosto muda quando somos grosseiros. O que ensinamos para os nossos filhos quando agimos assim? O que você faria se alguém entrasse na sua casa no exato momento em que você está brigando com seu cônjuge?

3. Comparações sem nenhum sentido. A esposa se desentendeu com o marido porque ele deixou mais uma vez os sapatos na sala ou não abaixou a tampa do vaso sanitário, mas a discussão se avoluma e sem nenhuma objetividade e inteligência vai parar nas comparações entre as sogras. Pobres sogras, sempre sobra pra elas! As comparações sem sentido são semelhantes à tentativa de se apagar um incêndio com gasolina.

4. Ataques pessoais. Esta é uma arma terrível. Não há coisa mais triste do que ferirmos aquele que prometemos amar, honrar e respeitar com gozações, apelidos e ridicularizações. Os maridos nunca devem rir ou fazer gozações quando estiverem discutindo alguma coisa com sua esposa. Já as mulheres não podem usar o excesso de lipídios abdominais de seu marido para ridicularizá-lo em meio a uma discussão só porque ele é buchudinho[1].

5. Silêncio total. O casal briga e depois fica sem se falar na mesma casa por semanas evitando o encontro. Os filhos percebem e acham tudo muito estranho. Parece que seus pais não se conhecem. Nós maridos somos experts nisso, “matamos na unha” quando ficamos chateados e ainda batemos no peito dizendo: “a nossa melhor arma é o silêncio”. Mas onde fica o diálogo nisso tudo?

O QUE FAZER E NÃO FAZER NA COMUNICAÇÃO?

1. Não levante o passado de seu cônjuge, mas perdoe. O livro de Provérbios diz que “O que guarda a boca e a língua guarda a sua alma das angústias” (Pv 21.23). O perdão sincero constrói sólidas pontes para uma comunicação sincera e amorosa entre o casal.

2. Não seja grosseiro, mas educado como se tratasse um estranho. Você já percebeu que dificilmente nós tratamos um estranho com grosserias? Por que deve ser diferente com quem tanto amamos? A Bíblia diz que “O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apazigua a luta” (Pv 15.18). Quando usamos a Palavra de Deus em nossa comunicação transformamos uma briga em entendimento pacificador e cheio de perdão (Pv. 15.1).

3. Não conte histórias sem fim, antes seja conciso e objetivo. As diferenças ou divergências sempre existirão, e nós precisaremos sempre enfrentá-las com objetividade. Em meio a uma discussão nunca fuja do foco. Esteja pronto para ouvir, tardio para falar e se irar (Tg 1.19). “A discrição do homem o torna longânimo, e sua glória é perdoar as injúrias.” (Pv 19.11).

4. Não pague na mesma moeda, antes seja positivo, amável, altruísta (ainda que não sinta vontade). “Não digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele; pagarei a cada um segundo a sua obra.” (Pv 24.29). As palavras sábias em meio a uma discussão promovem a cura das feridas porque são cheias de amor e de encorajamento (Pv 12.18; 16.24). Nunca demore para perdoar ou pedir perdão.

5. Não fique emburrado, nem dê tratamento silencioso, mas seja cooperador e edifique ao seu cônjuge com suas palavras. Se usarmos a Bíblia como o fundamento da nossa comunicação nós edificaremos quem mais amamos com nossas próprias palavras. O silêncio não pode ser utilizado pelo casal como uma arma da carne. Devemos falar a verdade em amor (Pv 27.5) e sempre ouvir também, pois isso faz muito bem para o relacionamento (Pv 19.20).

COMO MELHORAR A MINHA COMUNICAÇÃO?

(1) Seja dedicado. Se você deseja que o seu cônjuge mude, que ele se comunique, converse com você, tome a iniciativa e mude primeiro. Para essa tarefa duas coisas serão extremamente importantes: esforço e boa vontade. Deus pode realizar por meio de você algo que você nunca imaginou.

(2) Seja humilde, reconheça suas limitações e ore. Deus em sua soberania planejou tudo de maneira tão sábia que a nossa santificação ou aperfeiçoamento em santidade de vida só acontecerá se antes de nos comunicarmos com o nosso cônjuge exercitamos a nossa comunicação com Deus. A realidade é que temos orado muito pouco. A pergunta é: Quanto tempo você tem gastado em oração por seu marido ou esposa? A oração nos faz mais humildes, mais dependentes de Deus e da sua graça. O exercício da humildade nos leva à submissão, quebra o nosso orgulho, nos transforma em servos uns dos outros.

(3) Busque sempre bons conselhos. Não fique ilhado. Todos nós precisamos de conselheiros bíblicos, classes de casais, conferências e reuniões para sermos supridos. Os casais mais velhos devem ajudar os casais mais novos. Lembre-se: isso é bíblico.

(4) Estude a Palavra e leia bons livros. Leia e estude a Bíblia. Nela encontramos o padrão divino para a comunicação eficaz no casamento. Utilize bons livros e torne-se um pesquisador do assunto. Muita coisa boa tem sido publicada sobre comunicação em livros cristãos para casais.

CONCLUSÃO

Não existe casamento perfeito, e isto é fato. A razão pura e simples é porque nós não somos perfeitos! Contudo, a Bíblia nos diz que Deus é perfeito e misericordioso. Ele nos revelou em sua Palavra a graça abundante e maravilhosa do nosso Senhor Jesus Cristo, a qual redime e restaura os pecadores e seus casamentos. Ele sempre nos leva novamente ao início de tudo.

Pr. Alan Kleber


[1] No Nordeste, barrigudinho.

18 de outubro de 2010

A Reforma Começa em Casa II

Após publicar o último post recebi alguns e-mails e comentários de mulheres que vibraram com a foto do homem lavando a louça e com o signicado de viver a vida comum do lar; e, claro, algumas reclamações da minha própria classe pelos mesmos motivos (http://bibliacomisso.blogspot.com/2010/09/reforma-comeca-em-casa.html). Sendo assim, resolvi abordar agora os outros seis versículos do texto, I Pedro 3:1-6.


Ser homem, já vimos, é difícil. Pois sendo um homem segundo a Bíblia fará com que a mulher ame o fato de ser mulher e os princípios aqui apresentados serão facilmente aceitos pela parte mais frágil.

Mas o problema para a mulher crente é que nem sempre ela encontrará maridos totalmente fiéis ao modus operandi do homem segundo a Bíblia, e ainda assim, precisam submeter-se a ele, como regra básica do relacionamento a dois (isso me habilita a escrever um terceiro post nessa série, sobre como as moças devem procurar um marido para elas – aguardem).

Por agora, olhemos para o que Pedro ensina às mulheres:

I – Submissão Sob Qualquer Circunstância (1)

O primeiro verso pode parecer chocante; e é. Mas precisamos algumas orientações nesse texto para não corrermos o risco de dizer algo que ele não diz. Lógico que o texto se aplica a maridos descrentes também, mas não necessariamente, vou explicar:

Pela continuação do texto, parece melhor interpretar que os maridos são crentes mesmo, mas crentes que não estão vivendo como deveriam (ver o exemplo de Sara no V.6). Entretanto, mesmo que sua compreensão seja que se refere a incrédulo, não significa a possibilidade do casamento misto, antes, ao contrário, mostraria o terrível remendo necessário nessa hipótese (o mesmo ocorre em I Coríntios 7).

II – Maneira Piedosa de Proceder (1-4)

Mas o ponto do texto é mostrar como proceder. A Bíblia não se preocupa apenas em ordenar, mas em ensinar – por isso é nossa regra de fé e prática; como, então, devem as mulheres procederem com os seus maridos? Eis aqui o que diz a Palavra:

Ter sabedoria com as palavras. O marido deve ser ganho sem palavra alguma. Ao contrário do que muitas mulheres tentam fazer passando sermões a cada instante, a sabedoria bíblica aponta para uma atitude de quietude, paciência e oração;

Ter um procedimento piedoso. O marido será ganho ao observar o bom procedimento e honesto comportamento da esposa. Mesmo a despeito do que inverso ensinado pela sociedade. Que a mulher deve fazer ciume e buscar experiências, a Bíblia aponta para a santidade na vida como arma para o casamento. (Ver ainda o v. 4 – Seja o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus).

Ter modéstia no vestir. Mais uma vez desafiando o padrão secular, Pedro ensina as mulheres que não é o adorno da esposa, que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro e aparato no vestuário. Precisamos notar que Pedro não proíbe essas coisas, como alguns podem sugerir, mas ele limita o uso delas a não suplantar a vida piedosa, o que por si só, já diminui o sensualismo com que as mulheres buscam se vestir.

III – Exemplos do Passado (5,6)

Finalmente, o texto termina mostrando experiências bem sucedidas; mostrando que o que Pedro sugere aqui já foi testado e aprovado, inclusive biblicamente. Assim foram as santas mulheres que esperaram em Deus, estando sempre submissas ao seu próprio marido, como fazia Sara, que obedeceu Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornasses filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma.

Como acabamos de ver, ser mulher também não é fácil depois da queda, ainda mais sendo a parte mais frágil, dificulta ainda mais a sua vida. Por isso é que temos abordado o tema da família, pois quando homens e mulheres, pais e filhos estiverem vivendo de acordo com os padrões de Deus, não apenas serão felizes, como deixarão um legado para a próxima geração, bem diferente do que a nossa recebeu. Sigamos avante, pois A Reforma Começa em Casa.

14 de outubro de 2010

A Falácia da Liberdade Poética



“De boas palavras transborda o meu coração. Ao Rei consagro o que compus; a minha língua é a pena de habilidoso escritor” (Salmo 45.1)

Já reparou como existem novos compositores a cada dia criando músicas, escrevendo letras, gravando CDs, buscando lugar ao sol em plena praia badalada no verão? Nos últimos anos vimos a multiplicação de artistas evangélicos, das produções sem a devida qualidade musical, da conseqüente crise dos estúdios de gravação. Um amigo meu, dono de um estúdio maravilhoso em Belo Horizonte disse que há dez anos atrás seu estúdio era ocupado de manhã, de tarde e de noite. Vivia cheio de gente. Os crentes eram os que mais alugavam para ensaios e gravações. Hoje em dia todo mundo quer gravar em casa mesmo, no computador, com uma plaquinha de som mais ou menos, a abundância de repertório disponível.

Este boom fonográfico tem ocasionado sérios problemas no repertório cristão: a superficialidade e o erro teológico nas letras, além da falta de reflexão acerca da impressão que as músicas causam por causa do estilo, bem como acerca da coerência entre a impressão e a expressão (a mensagem). A “impressão” tem a ver com o sentimento que a música comunica ou a atmosfera que ela gera, só pelo instrumental. Por exemplo, se você ouvir uma música, mesmo sem a letra, também poderá dizer se ela é alegre, triste, misteriosa, etc. Já a expressão tem a ver com o texto que ela subsidia. Então os compositores deveriam pensar se há coerência entre a letra (expressão) e a música em si (impressão). Isso, quando levado em conta na hora de escolher a música que será cantada no culto, favorece uma adoração apropriada sendo a música um meio.

Mas ainda quanto à “expressão”, o problema é quando a letra diz algo que não tem amparo na Bíblia. Os compositores e defensores das músicas ruins e fraquinhas de mensagem bíblica dizem que se trata de “liberdade poética”. Então eu poderia cantar na igreja “como Zaqueu, eu vou subir o mais alto que eu puder e chamar tua atenção”, embora, no texto de Lucas 19.1-10 nada disso tenha ocorrido no caso do baixinho cobrador de impostos, que, curioso para ver Jesus, subiu no sicômoro. Aliás, não foi Zaqueu quem chamou a atenção de Jesus, mas este tomou a iniciativa e, pelo contrário do que diz a letra da música, chamou a atenção de Zaqueu, pronunciando seu nome e se convidando para almoçar em sua casa (porque um publicano não poderia jamais convidar um judeu para comer em sua casa, pois não fazia parte da comunhão na sinagoga). O final do texto mostra claramente que não depende do pecador chamar a atenção de Deus. Antes, é Deus quem toma a iniciativa para salvar graciosamente o pecador: “porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”. Em suma, cantam, ensinam e repetem a música, mesmo com seus erros doutrinários, porque, afinal, é a liberdade poética.

Quero fazer uma consideração sobre a "Liberdade Poética". Esta liberdade tem sido alvo de apelos quando algo da letra é questionado. Veja bem, a liberdade poética sugere que o poeta é livre para não seguir determinadas regras gramaticais. É o caso da música que diz: "inútel, a gente somos inútel", do Roger (Ultraje a Rigor). No entanto, existem limites entre a liberdade e a coerência. Posso ser livre para escrever o que eu quiser, mas precisa ter coerência ou fazer algum sentido. Quando escrevemos poemas sobre o conteúdo bíblico, a liberdade poética se torna serva da Escritura Sagrada. Então podemos escrever com liberdade para nos expressar com os recursos da poética da língua portuguesa, mas com submissão total às Escrituras Sagradas.

Para encerrar esta breve reflexão, pensemos no que devemos fazer então com a liberdade poética na hora compor ou de escolher o repertório do culto ou da vida. Podemos e devemos usar de todos os recursos que a poética da língua portuguesa nos oferece: a metáfora (dizer uma coisa em outros termos aproveitando a associação de semelhança de idéias), o paradoxo (aparente contradição), a zeugma (elipse do verbo), etc. Precisamos ser criativos na hora de escrever e exigentes na hora de ler. Valorize a boa poesia. Isso estimulará os poetas a escreverem melhor. Submeta sempre a liberdade poética à autoridade da Escritura. Se as explicações em demasia são necessárias antes da música, então ela não é apropriada. A letra deveria expressar claramente a verdade da palavra de Deus. Assim, que a liberdade poética não seja uma falácia para comunicar o erro, mas uma ferramenta para que a nossa poesia seja verdadeira e criativa.

Pr. Charles

8 de outubro de 2010

Ídolos


ÍDOLOSUm reality show de sucesso, líder de audiência em seu segmento, já na sua 3ª temporada!

A população da cidade de Menfis, E.U.A., no mês de agosto dobra. Isto porque é onde se encontra a casa do falecido cantor Elvis Presley.

A população de uma cidade que se encontra no vale do Paraíba, interior de São Paulo, Brasil, no dia 12 de outubro também mais que triplica a sua população (cidade de Aparecida do Norte).

Um ídolo (do grego antigo εδωλον, “simulacro”, derivado de εδος, “aspecto”, “figura”) é, originalmente, um objeto de adoração que representa materialmente uma entidade espiritual ou divina, e frequentemente é associado a ele poderes sobrenaturais, ou a propriedade de permitir uma comunicação entre os mortais e o outro mundo. A idolatria é, portanto, a prática de adoração de ídolos (Wikipédia – a enciclopédia livre).

Pergunta: Por que ainda hoje os homens cultuam e idolatram os mortos, os vivos, imagens e objetos?

Resposta: “A mente [coração] do homem é como um depósito de idolatria e superstição; de modo que, se o homem confiar em sua própria mente, é certo que ele abandonará a Deus e inventará um ídolo, segundo a sua própria razão” (João Calvino).

A idolatria é oficial em alguns países, inclusive no nosso!

No dia 12 de outubro, comemoram-se três datas, embora poucos lembrem-se de
todas elas: Nossa Senhora Aparecida, padroeira oficial do Brasil [Deus não falou isso!], o Dia das Crianças e o Descobrimento da América. Nosso feriado nacional, no entanto, deve-se somente à primeira data, e, embora a devoção à santa remonte aos idos do século XVIII, só foi decretado em 1980.
(http://www.portaldafamilia.org.br/datas/criancas/diansra.shtml)

E a Bíblia com isso?

Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.” (Livro do Êxodo, capítulo 20, versos de 4 a 6).

As razões do mandamento:

Deus é transcendente! Ele não se assemelha a nada que podemos imaginar ou criar.

O homem sempre tenta comparar Deus com alguma coisa, ou alguém, assim “sutilmente” ele pode “diminuir” ou “dominar” o criador!

Deus mesmo está dizendo que não pode ser comparado a nada. Nada do que há no céu, nada do que há na terra (terra e água), nem nas águas debaixo da terra. Deus não pode ser “contido” ou ser comparado com nada ou ninguém. Não se pode conformar Deus à semelhança humana, animal, vegetal ou mineral. Não se pode reduzir Deus para ganhar poder. Todo homem que o faz é louco.

Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis” (livro de Romanos Cap. 1, versos 22 e 23.)

Quando o homem tenta reduzir, desvalorizar Deus, ele mesmo se desvaloriza. Quando o homem faz, esculpe, venera, presta culto, reza, ora, recorre a um ídolo, imagem ou escultura, ele não somente passa a ter uma mente tão reprovável e estúpida, como atesta a sua insensatez.

“Prata e ouro são os ídolos deles, obra das mãos de homens.

Têm boca e não falam; têm olhos e não veem; têm ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram. Suas mãos não apalpam; seus pés não andam; som nenhum lhes sai da garganta.

Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e quantos neles confiam.”

(Livro dos Salmos cap. 115 versos 4 a 8).

Sobre este último verso, Calvino diz: “Muitos nutrem a opinião de que esta é uma imprecação e traduzem o verbo no tempo futuro [...] ‘para que se tornem semelhantes a eles.’ Mas será igualmente apropriado considerar essa afirmação como a linguagem de ridículo, como se o profeta afirmasse que os idólatras são igualmente estúpidos [sem razão ou consciência] como as próprias árvores e pedras.”[1]

Deus condena a idolatria.

Caro amigo, em todos os textos bíblicos que já vimos, começando com o 2º Mandamento do decálogo, Deus reprova e condena a prática da idolatria (quem faz e quem idolatra); não devemos ter outro objeto de dependência, adoração ou culto, além de Deus. Não existem outros deuses, mas, sim, o desejo do ser humano de fazer aquilo que ele quer, pois é mais fácil obedecer a um deus criado por ele mesmo, um deus que ele pode manobrar, enganar, esconder mentir e agradar. O homem pecador sempre tentará ser o seu próprio Deus, mesmo que tenha que fabricar um!

Os ídolos de hoje são vários. Milhares de anos já se passaram e a humanidade não se libertou deles. No livro de Apocalipse cap. 9 versos 20 e 21, temos um “eco perfeito” do Salmo 115.1-9, quando o autor fala da “Sexta Trombeta” e de homens impenitentes que, mesmo diante de tantos flagelos, não se arrependeram.

Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar; nem ainda se arrependeram dos seus assassínios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos.”

Caro amigo, Deus não nos dá privilégios para qualquer tipo de idolatria. Deus é transcendente; Deus é o único que pode ser adorado, cultuado e buscado; ele não tem forma, ele é espírito e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade, por isso não devemos ter outros deuses diante dele, não devemos fazer nenhuma imagem de escultura nem de homem, nem de qualquer coisa.

Caro amigo, se você adora, acredita, confia, reza, ora, cultua qualquer tipo de estátua, imagem ou ídolo, pare com isso. Mesmo que você seja sincero e piedoso, a Bíblia diz que isso é pecado, Deus não perdoa, nem perdoará essa prática. Arrependa-se e creia no Senhor Jesus Cristo, entregue toda a sua vida a ele, confie somente nele. Só Jesus é verdadeiro, só Jesus é Deus, só ele é digno de nossa adoração e devoção, peça hoje mesmo a ele que lhe dê entendimento para que você largue os ídolos e creia somente em Jesus.

“Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.”

1ª Espístola de João Cap. 5 verso 19.

Deus o abençoe.

Pr. Eduardo Ferraz


[1] Calvino, J. - Comentários Bíblicos, João Calvino – Salmos Vol. 4, Ed. Fiel.

5 de outubro de 2010

Senhora ou Serva?

1538Na próxima terça-feira (12/10), como acontece a cada ano, milhares de romeiros se dirigirão à cidade de Aparecida que recebe anualmente cerca de 8 milhões de romeiros que “reverenciam” a Senhora Aparecida.

Maria é adorada pelos romanistas apesar de eles, oficialmente, afirmarem que ela é somente reverenciada, pois adoração é somente a Deus. Mas, contrariando a sua própria afirmação, eles consideram-na corredentora, mediadora, sem pecado e prestam culto a ela.

Fazendo jus à proposta do blog pergunto: “E a Bíblia com isso?”. Vamos olhar para as Escrituras questionando:” será que Maria se agradaria de tudo isso?”, e deixar que ela mesma responda.

No Evangelho segundo escreveu Lucas temos registrado no capítulo 1.46-56 o conhecido cântico de Maria. Essas palavras foram proferidas por ela na ocasião da visita que fez à sua prima Isabel, logo depois de ouvir que ela era uma bem-aventurada. Analisemos as palavras de Maria nos quatro primeiros versículos:

“A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador” (vs. 46,47).

Já de início podemos perceber algo maravilhoso. Maria estava engrandecendo e se alegrando em seu Salvador. A despeito dos romanistas dizerem que ela foi concebida sem pecado, ela própria se vê nesta condição. É por isso que chama Deus de seu Salvador. Só necessita de Salvador aquele que pecou. Esse entendimento de que ela se via como pecadora fica ainda mais claro quando nos lembramos do que o anjo afirmou a José sobre a criança no ventre de Maria: “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles (Mt 1.21).

Maria continua:

“porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada” (v 48).

Ela agora se coloca como uma escrava do Senhor. Este é o sentido da palavra traduzida por “serva” neste versículo. Maria se via como uma humilde serva e isso foi o que Deus contemplou nela. O entendimento de que era uma pecadora carente também da salvação produzia nela essa humildade.

Entretanto, as palavras seguintes parecem contradizer isso. Isabel havia afirmado ser Maria uma bem-aventurada e ela agora assume que, de fato, todas as gerações a considerariam assim.

Estaria Maria então reconhecendo seus méritos? De forma alguma. Ela afirma no versículo 49:

“porque o Poderoso me fez grandes cousas. Santo é o seu nome.”

Ela sabia exatamente a causa de ser uma bem-aventurada e entendia que o mérito era todo do Senhor. Seria bem-aventurada não por causa de quem era, mas por causa das grandes coisas que Deus estava fazendo em sua vida.

Esse é o entendimento de Maria e é por esta razão que ela se coloca humildemente na condição de serva, sabendo que toda a glória era do seu Senhor, e que, mesmo com o privilégio e a bênção de ser a mãe do Salvador, continuava sendo apenas uma humilde serva de Deus.

Diante das palavras da nossa irmã Maria, podemos afirmar que ela nunca gostaria de ser chamada de Senhora, mas se satisfaria em continuar sendo tratada como uma serva de Deus.

Maria foi, sim, bem-aventurada como são também todos aqueles que humildemente se achegam a Cristo, confiados unicamente em seu sacrifício vicário e não em suas próprias obras e reconhecendo-o como Senhor e Salvador.

Tanto a ela como aos demais servos de Deus se aplicam as palavras de Davi: “Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto” (Sl 32.1).

Milton Jr.

1 de outubro de 2010

O Poder Pertence a Deus


“No ano da morte do Rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo” (Isaías 6.1)

Próximo domingo é dia de eleição. Uma grande inquietação visivelmente se apoderou de milhões de crentes pelo país. Desde que o vídeo do Pr. Piragine, de Curitiba, começou a circular pela Internet, uma intensa movimentação dos crentes busca conscientizar as pessoas a votar em candidatos que não estejam ligados à campanha de aprovação do PLC 122, descriminalização do aborto e outros projetos que tramitam na câmara dos deputados em Brasília.

Algumas pessoas têm sinalizado total desânimo diante dos resultados das pesquisas de preferência do eleitorado. A frustração aumentou ainda mais quando perceberam que não temos lá muita opção. Todos os candidatos deixam a desejar em uma ou outra área. O que fazer, então? Anular o voto? Abster-se, mesmo sabendo que o voto no Brasil é obrigatório? Pensar que o poder está em nossas mãos porque temos direito a voto? Não! Precisamos ler Isaías 6 e meditar no fato de que o Senhor (Adonai = “Senhor”, “Dominador”) está no trono do universo.

Era o ano da morte do rei Uzias. Ele havia reinado durante 52 anos em Jerusalém, num reino relativamente bom e tranqüilo, com muito progresso e grandes conquistas. O povo temia grandemente os efeitos da transição no poder. Quem assumiria? Teria condições de manter a segurança, a paz, o bem-estar? Será que a economia suportaria a mudança? Será que os adversários políticos veriam a morte do rei como oportunidade para uma investida bélica? Em meio às questões e inquietações, Deus deu uma visão a Isaías. Na visão, o profeta vê a sede do poder. Um trono, que representa a soberania de fato. Quem ocupa o trono? Uzias? Jotão? Davi? Salomão? Não! Quem ocupa o trono é o verdadeiro governante, que sabiamente governa e dirige a história em todos os seus detalhes: o Senhor Deus.

Essa visão fazia uma diferença muito grande para Isaías e, se conseguirmos vislumbrar com os olhos da fé o que Isaías contemplou, fará uma diferença muito grande para cada um de nós também. O fato de lembrarmos que nada pode pegar Deus de surpresa é acalentador em dias como os nossos. É certo que cada um de nós tem um papel a cumprir como cidadão. A Bíblia mostra que nosso patriotismo é instrumento da providência de Deus para o bem do lugar onde moramos (Jr 29.7). Não podemos de forma alguma nos omitir diante da situação drástica que o país atravessa. Mas e se as coisas não ocorrerem do jeito que desejamos? E se nossos candidatos não forem eleitos? Pior: e se candidatos favoráveis aos temas contrários à Palavra do Senhor forem os escolhidos? Ora, se Deus quiser entregar nosso país ao seu juízo, isso pode muito bem ocorrer, ainda que nos esforcemos para que o contrário tenha êxito. E se Deus quiser livrar nosso país da institucionalização do pecado? Em todo caso, cada um tem que fazer a sua parte e descansar no Senhor, pois ele é o Senhor de toda a terra.

Se nenhum político chega ao trono por seu braço, se nenhum rei se levanta por sua força, mas Deus levanta e também derruba na hora em que quer, ore ao Senhor e entregue o nosso país a ele em súplicas. Escolha o melhor candidato para o seu estado e país, e não seja contado com que votam por interesse em benefício próprio. Não perca seu sono por causa dessas questões nacionais. Descansa no Senhor e espera nele (Sl 37.7). Ele acode os seus no tempo certo. Agora é hora de fazer como o salmista Davi disse no Salmo 62: esperar silenciosamente no Senhor, pois dele é que vem a nossa salvação. Além disso, ele tinha em mente o que escreveu no versículo 11: “Uma vez falou Deus, duas vezes ouvi isto: que o poder pertence a Deus”. Não pertence a nenhum partido ou candidato; pertence a Deus!

Pr. Charles Melo de Oliveira