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30 de novembro de 2010

Alguém está roubando seu filho!

clip_image002De todos os filmes de Peter Pan, o que mais me chamou a atenção foi aquele interpretado pelos atores Robin Williams no papel de Peter e Dustin Hoffman no papel de Capitão Gancho. Parte do filme retratava um pai tão envolvido em seu trabalho que seus filhos eram sempre prejudicados. O Capitão Gancho entra em cena e acaba ganhando a confiança dos filhos, dando aquilo que ele mais queriam, tempo e atenção (claro, como um vilão!).

Já parou para analisar que muitos pais passam mais da metade de suas vidas mais produtivas, preocupados em “investir e garantir” boas oportunidades a seus filhos? Só que se esquecem que os filhos precisam mais de seus pais hoje do que de seus pais no seu futuro!

Você já ouviu essa frase: “Nossos filhos precisam mais de nossa presença do que de nossos presentes!”?

Temos visto e ouvido nestes últimos anos, vários “profissionais” que tratam do tema “educação de filhos”, nomes consagrados como Içami Tiba, a televisiva Super Nani e outros, “ensinando” muitos pais que enfrentam dificuldades na criação e educação dos filhos.

No começo de meu ministério eu e minha esposa tivemos a grata oportunidade de trabalhar por alguns anos com adolescentes e jovens. Pudemos observar que os jovens que mais necessitavam de atenção, eram aqueles que alguns, de forma muito imprópria, chamam de “aborrecentes”. Eram os jovens cujos pais não davam a atenção, tempo e educação devida quando ainda crianças. Sei que o mundo pós-moderno, dificultou muito a vida dos pais e na educação de seus filhos. Pais são responsáveis em prepará-los para enfrentarem a vida, e quando negligenciam esta responsabilidade eles os “aborrecem” e correm o risco de perdê-los.

Paulo, na sua carta aos Efésios cap. 6 versos 1-4, diz para os filhos obedecerem e honrarem os pais, mas a primeira responsabilidade esta com os pais, pois se estes não ensinarem a seus filhos o que o Senhor ordena como os filhos irão obedecer-lhes e honrá-los?!?

Muitos filhos adolescentes e jovens “proporcionam” maiores ou menores problemas aos seus pais conforme a educação moral e espiritual que receberam quando crianças.

Tenho dois filhos preciosos, assim como vocês também devem considerar os seus. Eles têm nos proporcionado muitas reflexões e desafios em nossa privilegiada e desafiadora missão de pais. Muitas vezes eles me fazem sentir culpado quando penso no tempo que não passo com eles, na educação e exemplo que estou lhes dando. Quero compartilhar com os pais que enfrentam o mesmo problema que eu alguns princípios bíblicos que pela misericórdia de Deus tenho tentado aplicar com meus filhos. Princípios que tenho certeza que muitos dos leitores já ouviram e praticam, mas fica aqui um reforço.

1º) Devemos ser pais intercessores

Orar a Deus pelos nossos filhos é a primeira ação de devemos e podemos fazer. Veja o exemplo do personagem bíblico Jó. No texto de seu livro (Jó 1.4,5) diz que ele continuamente intercedia pelos filhos! O pai Jó se via como um sacerdote do lar e queria ver seus filhos livres das conseqüências do pecado. Orar pelos nossos filhos é um meio de graça que podemos fazer de graça!

2º) Devemos ser pais professores

Vários textos bíblicos nos ordenam a ensinar nossos filhos. Textos como o de Provérbios 22.6 – “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”. Temos aqui um princípio que ordena o pai preparar o caminho presente e futuro para o filho trilhar. Devemos entender que os filhos dependem de nós para trilharem caminhos de bom caráter e virtudes espirituais. O Salmo 78.1-8 é um exemplo direto para os pais professores ensinarem seus filhos sobre o Senhor e suas maravilhas.

O perigo de não ensinar os filhos sobre quem é Deus, sua graça, seu amor, seus mandamentos e sua justiça, é algo que pode comprometer negativamente uma geração inteira. Foi o que aconteceu no tempo de Juízes, veja: Foi também congregada a seus pais toda aquela geração; e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco as obras que fizera a Israel. Então, fizeram os filhos de Israel o que era mau perante o Senhor; pois serviram aos baalins. Deixaram o Senhor, Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses das gentes que havia ao redor deles, e os adoraram, e provocaram o Senhor à ira” (Jz 2.10-13).

Se tiver que deixar uma legado aos seus filhos deixe o melhor legado, e este, é conhecerem ao Senhor.

3º) Devemos ser pais disciplinadores

Infelizmente o estado não compreende os mandamentos e princípios da Palavra de Deus e tem feito um desfavor as famílias e a sociedade em geral, privando as crianças da disciplina que os livrará da morte e do fracasso. Só para pensarmos juntos: Não conheço nenhum dos meus amigos que sejam revoltados ou problemáticos hoje por levarem alguns “petelecos” quando desobedeciam aos pais, pelo contrário, são homens de bem e de caráter.

A disciplina moral e física quando bem aplicadas são bênçãos maravilhosas na vida de nossos filhos, bênçãos que valerão para a vida toda.

Há na Palavra de Deus várias orientações e princípios sobre a disciplina, inclusive com o uso da vara. Confira algumas delas: Provérbios 13.24; 23.13; 29.15.

Nunca discipline seu filho injustamente (explique, faça-o ver que pecou deliberadamente); com ira (faça-o conscientemente e com calma); com brutalidade (nunca use as mãos, mas uma varinha bem dosada, o bum-bum é o melhor lugar); com abandono (dependendo, dê a ele um tempo para chorar e pensar, depois o abrace e diga que o ama).

Caro leitor, poderia também falar do pai amigo, pai que brinca, pai que passeia, pai presente.... mas,deixarei para outra oportunidade. Aproveito para indicar um livro de um querido mestre e amigo, “101 Idéias para a Família”David J. Merkh/Carol Merkh, Ed. Hagnos.

Por último, algo que também aprendi e sei que é muito importante para “coroar de bênçãos” essas práticas:

Ame e demonstre verdadeiro amor e respeito pelo seu cônjuge, faça seus filhos entenderem e verem que sua esposa/o é o primeiro(a) na escala de seu amor, isso com certeza irá dar muita segurança a eles.

Encerro este Post com as conhecidas palavras de um Juiz de Houston (Texas- USA) publicada na Revista Reads Digest – Seleções em 1963. (fiz minhas adaptações)

DEZ MANEIRAS PARA PERDER SEU FILHO

1º Dê tudo o que ele pedir. Realize todas as suas vontades;

2º Ache graça quando ele falar ou fizer coisas erradas (palavras e coisas que não edifiquem);

3º Não tenha compromisso com a Igreja e nem cobre dele isso também;

4º Nunca use a palavra “pecado”, nem apresente Jesus como Salvador;

5º Faça tudo por ele (p.ex.: guardar brinquedos; arrumar o quarto; resolver os deveres escolares...), prive-o de responsabilidades;

6º Deixe-o assistir o que quiser na TV e navegar onde quiser na internet;

7º Não faça conta do dinheiro que ele gastar, não lhe ensine nunca que dinheiro vem de trabalho duro, e gastá-lo é sempre mais fácil;

8º Jamais diga “NÃO”. Quebre sempre suas promessas de não e sim;

9º Brigue e discuta com o seu cônjuge na frente dele;

10º Não use a correção, castigo e disciplina.

Não deixe que seu filho seja “roubado” pelo “Capitão Gancho”, nem por ninguém. Seja você o “Capitão Temporário” do coração dele, sempre conduzindo-o ao Capitão de sua vida, JESUS CRISTO.

Pr. Eduardo Ferraz

23 de novembro de 2010

O Beijo de Língua


Martinho Lutero sentiu um gosto amargo na garganta ao seguir para a Dieta de Worms, quando teria de afirmar sua convicção, mesmo sabendo que seria controvertida e que acarretaria em oposição por parte das pessoas que seguiam a tendência do seu tempo. Sinto-me em condição semelhante ao me propor a escrever sobre esse tema que, certamente dividirá as opiniões. Ainda que seja um tema difícil e polêmico, e que soe como um grito no vácuo, sem ouvintes; ainda que seja como nadar contra a maré, convido o leitor a pensar honestamente comigo sobre esse tema.

O beijo de língua, também chamado de “beijo francês” ou “beijo erótico”, é costume tão antigo quanto a intimidade entre casal casado. No entanto, sua prática, como ocorre atualmente é relativamente recente. Sempre que houve uma espécie de código de ética moral popular, este incluía o beijo de língua como restrito ao casal casado. Algumas razões demonstram a propriedade dessa prática.

1. Namorados não praticavam esse tipo de beijo por ser considerado escandaloso e extremamente provocante.

2. O costume do beijo de língua no namoro se fortaleceu na cultura ocidental devido ao poder de influência dos filmes de Hollywood.

3. Casais idosos e experientes confirmam que até meados dos anos de 1960 este costume não era comum mesmo entre casais de namorados incrédulos, e que as moças que beijavam de língua publicamente eram mal faladas.

4. O beijo erótico é tão provocante e estimulante sexual que é perfeitamente capaz de preparar uma relação sexual por meio da lubrificação natural dos órgãos genitais.

5. O cultivo do hábito do beijo erótico aumenta vertiginosamente as chances de um casal de namorados partir para o intercurso sexual e se sujeitar a todas as conseqüências desse ato, inclusive a gravidez indesejada.

6. Somos seres sexuados, com hormônios que aguçam o desejo sexual. O beijo de língua intensifica a ação hormonal.

7. O beijo erótico faz parte do processo do intercurso sexual. Portanto, é relação sexual.

Querido leitor, jovens cristãos da atualidade reconhecem que passam por muitas tentações na área sexual, manifestam sempre desejo de vencer as provações nesta área, mas não abrem mão desse contato extremamente íntimo. O beijo erótico jamais satisfaz o desejo de alguém. Ele serve como uma fagulha que incendeia todo o corpo. Primeiro, o beijo erótico com a excitação sexual natural que o acompanha. Depois, a namorada expõe os seios ao contato manual do namorado. Depois, o desejo os leva às carícias íntimas e, por fim ao intercurso sexual. Jamais o ato sexual começa com a penetração. A preparação é necessária. A preparação ou as carícias preliminares fazem parte de todo o processo de relação sexual. É isto que deveria prevalecer na mentalidade dos namorados de hoje.

Conheço a história de um jovem que, por mais interessado que fosse pelas coisas de Deus, todos os domingos confessava seu pecado com a namorada, por causa de carícias sexuais íntimas. Este rapaz compreendeu que seu problema estava na fórmula de namoro adotada, o qual sempre envolvia o beijo erótico como prática habitual. Seu namoro terminou e ele resolveu que, com a próxima namorada, não haveria beijo erótico até o casamento, se chegassem ao compromisso matrimonial. Conheceu uma moça de outra igreja, se interessaram mutuamente e ele propôs um namoro que não envolvesse prática do beijo erótico. Namoraram por dois anos e se casaram, sem beijo erótico. Hoje ele é pastor e, juntamente com sua esposa, trabalham com aconselhamento de jovens e de casais. Eles sempre compartilham que jamais passaram dos limites da intimidade no namoro e sequer foram seriamente tentados a isso.

Se o leitor, no entanto, pensar que estou sendo radical demais no meu comentário, responda sinceramente: você não se sentiria constrangido se seus pais o flagrassem em pleno e caloroso beijo de língua com o(a) namorado(a)? Você daria um beijo erótico e demorado na frente deles propositalmente? Por que será que é constrangedor? Porque envolve intimidade e porque é excitante. No entanto, pegar na mão um do outro não é algo que constrange; porque não envolve um grau elevado de intimidade.

Talvez você se pergunte agora: e a Bíblia com isso? A Bíblia tem uma resposta interessante sobre este assunto. Paulo disse em 1 Tessalonicenses 4.3-7: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição (no original, pornéia, “imoralidade”); que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação”. Essa declaração repreende a defraudação mútua em matéria de sensualidade. Como seria isso? Quando alguém se aproveita de algo que não é seu de direito, é defraudador. O namorado que se utiliza do corpo da namorada e vice-versa, sendo que eles não tem esse direito, o qual é conferido pelo casamento, estão defraudando um ao outro.

Façam um compromisso com coragem. Sirvam antes a Deus do que ao próprio desejo. Saibam que a pressão do mundo será para o contrário. Muitos dirão que isso é bobagem. Mas pense no quanto uma decisão firme alegrará o Senhor e o livrará da sombra do pecado e da tentação.

Pr. Charles

19 de novembro de 2010

Manifesto pró-Mackenzie

Universidade Mackenzie: Em defesa da liberdade de expressão religiosa

mackenzie1 A Universidade Presbiteriana Mackenzie vem recebendo ataques e críticas por um texto alegadamente “homofóbico” veiculado em seu site desde 2007. Nós, de várias denominações cristãs, vimos prestar solidariedade à instituição. Nós nos levantamos contra o uso indiscriminado do termo “homofobia”, que pretende aplicar-se tanto a assassinos, agressores e discriminadores de homossexuais quanto a líderes religiosos cristãos que, à luz da Escritura Sagrada, consideram a homossexualidade um pecado. Ora, nossa liberdade de consciência e de expressão não nos pode ser negada, nem confundida com violência. Consideramos que mencionar pecados para chamar os homens a um arrependimento voluntário é parte integrante do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Nenhum discurso de ódio pode se calcar na pregação do amor e da graça de Deus.

Como cristãos, temos o mandato bíblico de oferecer o Evangelho da salvação a todas as pessoas. Jesus Cristo morreu para salvar e reconciliar o ser humano com Deus. Cremos, de acordo com as Escrituras, que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Somos pecadores, todos nós. Não existe uma divisão entre “pecadores” e “não-pecadores”. A Bíblia apresenta longas listas de pecado e informa que sem o perdão de Deus o homem está perdido e condenado. Sabemos que são pecado: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, rivalidades, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias” (Gálatas 5.19). Em sua interpretação tradicional e histórica, as Escrituras judaico-cristãs tratam da conduta homossexual como um pecado, como demonstram os textos de Levítico 18.22, 1Coríntios 6.9-10, Romanos 1.18-32, entre outros. Se queremos o arrependimento e a conversão do perdido, precisamos nomear também esse pecado. Não desejamos mudança de comportamento por força de lei, mas sim, a conversão do coração. E a conversão do coração não passa por pressão externa, mas pela ação graciosa e persuasiva do Espírito Santo de Deus, que, como ensinou o Senhor Jesus Cristo, convence “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).

Queremos assim nos certificar de que a eventual aprovação de leis chamadas anti-homofobia não nos impedirá de estender esse convite livremente a todos, um convite que também pode ser recusado. Não somos a favor de nenhum tipo de lei que proíba a conduta homossexual; da mesma forma, somos contrários a qualquer lei que atente contra um princípio caro à sociedade brasileira: a liberdade de consciência. A Constituição Federal (artigo 5º) assegura que “todos são iguais perante a lei”, “estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença” e “estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”. Também nos opomos a qualquer força exterior – intimidação, ameaças, agressões verbais e físicas – que vise à mudança de mentalidades. Não aceitamos que a criminalização da opinião seja um instrumento válido para transformações sociais, pois, além de inconstitucional, fomenta uma indesejável onda de autoritarismo, ferindo as bases da democracia. Assim como não buscamos reprimir a conduta homossexual por esses meios coercivos, não queremos que os mesmos meios sejam utilizados para que deixemos de pregar o que cremos. Queremos manter nossa liberdade de anunciar o arrependimento e o perdão de Deus publicamente. Queremos sustentar nosso direito de abrir instituições de ensino confessionais, que reflitam a cosmovisão cristã. Queremos garantir que a comunidade religiosa possa exprimir-se sobre todos os assuntos importantes para a sociedade.

Manifestamos, portanto, nosso total apoio ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil publicado no ano de 2007 [LINK] e reproduzido parcialmente, também em 2007, no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie, por seu chanceler, Reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Se ativistas homossexuais pretendem criminalizar a postura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, devem se preparar para confrontar igualmente a Igreja Presbiteriana do Brasil, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil e, em última instância, censurar as próprias Escrituras judaico-cristãs. Indivíduos, grupos religiosos e instituições têm o direito garantido por lei de expressar sua confessionalidade e sua consciência sujeitas à Palavra de Deus. Postamo-nos firmemente para que essa liberdade não nos seja tirada.

Este manifesto é uma criação coletiva com vistas a representar o pensamento cristão brasileiro.

Para ampla divulgação.

15 de novembro de 2010

Quero Casar! Basta Ser Crente?

Se você não conhece a Jesus Cristo como Salvador e Senhor de sua vida, não há nada mais importante para você ouvir: Cristo é o maior problema que você precisa enfrentar, uma vez que Ele vem para julgar todas as pessoas que não se submetem a Ele nesse mundo. Minha palavra para você é que busque conhecer o que é a cruz de Cristo, pois é muito mais que uma simples história religiosa.


Mas se você já é um(a) crente, e solteiro(a), então, a decisão mais importante da sua vida é com quem você vai se casar. Quem será aquela pessoa com a qual você pretende passar o resto de sua vida, morando no mesmo teto, dividindo a mesma cama?

I – A Bênção de Ser Solteiro

O mundo é composto por duas classes de pessoas: solteiras e casadas. Como em várias áreas do pensamento e prática da humanidade, aqui há uma clara inversão de valores. Os solteiros sentem um enorme desejo de viverem como se casados fossem, e, em contrapartida, os casados querem viver uma vida sem abrir mão dos privilégios de ser solteiro.

Deus dá algumas bênçãos aos solteiros para que essa época na vida de cada um seja vivida da melhor e mais santa forma possível. Por exemplo, o solteiro não precisa dar satisfação ou prestar compromisso a ninguém mais além de seus pais (falo de relacionamentos afetivos), não precisam dar explicações dos seus atos, não precisam ter preocupações ou responsabilidades que apenas os casados precisam ter e responder.

No início dessa análise, observamos que o namoro se transforma num mini-casamento. Onde não apenas esses preceitos criados por Deus são trocados, mas os solteiros terminam por, além dessas coisas, invadirem o que chamaremos de privilégios dos casados.

Quais sejam: o toque no corpo do outro, a beijo na outra boca e coisas do gênero que terminam por fazer com que as afeições sejam mudadas com base no desejo sexual e produzam uma falsa sensação que muitos erradamente acreditam ser e até chamam de amor.

A tolice disso é que as pessoas se tornam vulneráveis e, como não ouvem o que a Bíblia ensina sobre o assunto, terminam por constituir o outro em seu próprio deus.

Jovens, todas essas coisas Deus as criou para serem deliciosamente aproveitadas por nós, mas ele criou a instituição do casamento para isso (e só depois dele). Analizem esses textos apenas para iniciar esse debate: I Tes. 4:3-8; I Cor. 7:1,2.

Minha primeira palavra aos solteiros é essa: aproveite o tempo que Deus deu a vocês para não entrar em relacionamentos instáveis como o namoro, que, ao invés de preparar pessoas para o casamento, tem preparado nossa geração para o divórcio, pois ensina que as pessoas são tão descartáveis quanto a instabilidade do nosso próprio coração.

II – Qualificações para um Pretendente

Muitos acham que esse ensino faria com que ninguém casasse, mas ao contrário, a idéia é que essa geração resgate o verdadeiro valor de uma boa preparação para o casamento. Isso certamente precisará ser objeto de outros posts e palestras (tenho várias palestras preparadas sobre Relacionamento Pré-Nupcial Bíblico), mas aqui vamos nos ater apenas a algumas qualificações que direcionarão, de maneira objetiva e pensada, nessa que é a escolha mais importante para o jovem crente.

• O que deve chamar atenção de uma moça em um rapaz?

Vou me abster de falar em ser um crente, pois a Bíblia é não apenas clara, mas extremanete dura em colocar esse preceito de forma direta tanto no Velho (Nee. 13:23-27) como no Novo Testamentos (I Cor. 7:39, II Cor. 7:14-18).

Então, vou direto a alguns outros pontos. Nem sempre uma profissão de fé garante que o sujeito é crente. Jesus ensina que somos conhecidos pelos frutos e não pela mera declaração que somos crentes. Paulo parece ensinar a mesma coisa aos Coríntios quando diz que o Reino de Deus não consiste em palavra, mas em poder. O poder demonstrado na integridade pessoal é mais forte que muita coisa. Como isso pode ser percebido?

Como ele trata as meninas ou você mesma? Normalmente um galanteador não está pensando no futuro de responsabilidades que o espera, pois o que ele precisa conquistar é mais que o coração de uma garota, mas segundo a Bíblia, ele precisa ser provedor, protetor e pastor.

Ele precisa dar provas que não dependerá de ninguém para sustentar e proteger sua futura família. Precisa liderar como Cristo lidera a sua Igreja, por isso não pode ser egoísta, mas despojar-se de si mesmo. (Uma boa dica aqui é ver como ele trata a mãe, os mais velhos, e até mesmo as crianças... queria ter mais tempo de falar sobre isso!).

• O que deve chamar atenção de um rapaz em uma moça?

Claro que a maior responsabilidade recai sobre as costas do homem, por isso mesmo ele precisa ter discernimento para saber escolher. Nada melhor que os conselhos de Paulo a Tito para essa ajuda.

Paulo intrui Tito a que ensine as mulheres mais velhas as seguintes características às mais novas: serem amorosas (a maridos e filhos, mas no caso de uma pretendente, que seja a seus pais, idosos e crianças), dedicadas, honestas, sejam boas donas de casa, sujeitas (aos pais e às autoridades da Igreja, dessa forma dão prova de que serão ao futuro marido) [Tito 2:4,5].

Há muito mais, mas aqui vai apenas uma pequena demosntração de como essa escolha precisa ser mais racional e objetiva do que a maneira emocional e ligada ao coração corrupto como tem sido nos nossos dias.

III – Se Não Achar Alguém Assim, o que Fazer?

Esse ensino é tão desconectado dos nossos dias que não tenho a pretenção de achar que todos aceitarão e aplaudirão o seu conteúdo, entretanto, corro o risco por advogar que a busca pela santidade nunca é grande como deveria ser (Hb. 12:4).

Mais ainda: o mundo jamais apreciará esse ensino, mas nós estamos aqui para mudar o mundo (Rm. 12:1,2; Tg. 4:4; I Jo. 2:14-17), na verdade Paulo ensina a nos dessairagar desse mundo perverso (Gl. 1:4) e isso implica em luta contra a nossa própria vontade e pensamento.

A proposta é de uma mudança geracional e começa com o convencimento dos próprios pais das crianças de hoje para que homens e mulheres com essas características sejam facilmente achados no futuro, porque nossas crianças serão treinadas para isso.

Mas e agora? Como os jovens dessa atual geração perversa e corrupta podem agir se não acharem a pessoa com as características bíblicas de como o cônjuge deveria ser?

Bom, eu espero que você nos acompanhe até o próximo post para respondermos essa questão.

Pelo Reino,

Samuel Vitalino

9 de novembro de 2010

Herança do Senhor

O Senhor deu-nos filhos lindos! Posso parecer meio coruja, mas tenho minhas razões para sentir-me satisfeito com a herança que o meu Deus me deu. Eles são inteligentes, alegres e saudáveis! Até hoje nunca perdemos uma noite de sono por causa de enfermidade, nem tivemos o sofrimento de correr para o hospital. Deus é excedentemente gracioso conosco e somos muitíssimo gratos à Ele.


Eu e minha esposa temos nos dedicado a orar por eles, instruí-los no caminho do Senhor, sob a autoridade da Palavra de Deus, e encaminhá-los ao convívio do povo de Deus. Esforçamo-nos em sermos sinceros e verdadeiros em nosso testemunho cristão, e de vivermos o amor de Cristo, o nosso Senhor em nosso lar. Na correção falamos com amor, e lembramos que os seus erros não são apenas deslizes da imaturidade, mas são pecados contra Deus, e contra nós, enquanto pais (ÊX 20:12). Quando pecamos, e eles entendem e percebem, procuramos conversar e demonstrar que infelizmente também somos pecadores, e nos envergonhamos de nosso procedimento pecaminoso. E quando necessário lhes pedimos perdão pelo nosso mau testemunho. Eles sabem que não somos perfeitos e não temos como esconder isto, mas que amamos e buscamos a santidade de Deus, arrependemos pelos seus próprios pecados, e continuamente buscamos a transformação e crescimento no amor de Cristo. Clamo a Deus que nenhum de nossos pecados prejudique os nossos filhos, de modo que sejamos escândalo e motivo de tropeço.

Temos sempre pensado em como educar os nossos filhos. Embora a Rebeca e o João Marcos têm idade aproximada um do outro, menos de 2 anos, nos preocupamos em como acompanharmos o seu desenvolvimento individual, e adaptarmos o método de ensinar e corrigi-los. Eles estão descobrindo as coisas, pela nossa conversa, pela TV, pelos irmãos da igreja, pelos parentes, pelos coleguinhas da escola, e pelos outros conhecidos em diferentes lugares. Muita informação e valores são expostos à eles. A Escritura nos adverte que "não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes" (1 Coríntios 15:33). Sabemos que eles são pecadores, e como todos nasceram pecadores, e que a sua tendência será a inclinação para o pecado. Por isso, precisamos treiná-los a amar e temer ao Senhor. Eles devem saber o que é certo e errado, não é uma questão apenas de afirmar uma moral do lar, mas a ética do Reino de Deus, do qual eles são filhos da aliança.

Eu temo e tremo apenas em pensar na possibilidade de que os meus filhos possam não amar ao Senhor! Se isto acontecer será uma das maiores angústias da minha alma. Em minhas orações sempre derramo o meu mais sincero anseio diante do meu Deus: que Ele os converta o quanto antes, e faça-os andar diante dEle. Antes mesmo deles nascerem, eu e Vanessa orávamos para que o Senhor nos desse filhos crentes, filhos da aliança. A minha preocupação não é de que os meus filhos me envergonhem, enquanto pastor, mas desonrem o Nome do nosso amado Deus com os seus pecados e dureza de coração! Acima deles eu amo o meu Deus, que os deu para nós, para a nossa alegria e para a Sua glória. Por isso, guardo em meus pensamentos a Palavra que me diz "mas a misericórdia do SENHOR é desde a eternidade e até a eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos; sobre aqueles que guardam a sua aliança, e sobre os que se lembram dos seus mandamentos para os cumprir" (Salmo 103:17-18).

Tudo o que somos e temos pertence ao nosso Deus. O nosso relacionamento, o nosso trabalho e os bens que acumularmos durante toda a nossa vida serão nada, se não tivermos o prazer de ver os nossos filhos vivendo para o Senhor Jesus. A nossa real herança são eles, e eles para Deus.

"Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o seu galardão."

(Salmos 127:3)

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Aqui abaixo está a prova de que estavámos no 11o. Encontro Fé Reformada em Manaus!
Jaime Marcelino (o anfitrião), eu, Alfredo e Robério


Ewerton Barcelos Tokashiki

8 de novembro de 2010

Mudança de comportamento: E a Bíblia com isso?

correndo-atras-dinheiro 1. O problema aparente

Thiago é um adolescente cristão, filho de um pastor evangélico. Foi criado segundo os princípios bíblicos e teve uma excelente formação cristã. Sempre foi atuante na igreja, e em seu lar estava acostumado com a rotina dos cultos domésticos. Costumava ser frequentemente citado por aqueles que o conheciam como um bom modelo a ser imitado, contudo, nos últimos tempos, depois de mudar de escola e fazer uma nova turma de amigos, Thiago não parecia mais o mesmo. Aquele que sempre foi um moço bem-educado agora vivia xingando. Os palavrões saiam de seus lábios com tanta naturalidade e frequência que era impossível não ficar incomodado e, tudo isso, já estava começando a “pegar mal” para o seu pai, afinal, filho de pastor não xinga.

Jair é diácono da igreja. Sempre foi muito responsável com o seu trabalho e, geralmente, era bastante polido no seu modo de falar. Porém, algumas pessoas da igreja já tiveram o desprazer de vê-lo irritado e, quando isso acontecia, aquela linguagem polida dava lugar aos mais terríveis palavrões. Em casa, sua esposa e filhos eram também, muitas vezes, insultados com xingamentos, o que levava a brigas ainda maiores.

O pastor Enoque, que já vinha se sentindo envergonhado por causa do linguajar do seu filho Thiago, começou a receber reclamações por parte dos membros ofendidos pelo diácono Jair. Além disso, a esposa do diácono também procurou o pastor para queixar-se do modo como o marido muitas vezes a tratava e de como estavam brigando em decorrência disso, estavam a ponto de separar-se.

Aparentemente o problema era o mesmo, um adolescente e um diácono que pecavam falando palavrões, e foi com esse entendimento que o pastor Enoque tentou tratar os dois casos.

2. Deus não é um mero extintor de incêndio

Primeiro o pastor chamou o filho e falou que por causa do seu linguajar, ele, como pastor da igreja, estava sendo envergonhado e sendo motivo de chacotas: “o pastor não sabe cuidar nem do filho...”. Abriu a Bíblia e, citando os textos de Efésios 4.29 e Tito 2.8, afirmou que dizer palavras torpes é pecado e que Deus puniria o seu pecado. Não haveria como fugir do juízo de Deus porque o homem colhe o que planta, esbravejou citando Gálatas 6.7. Se não quisesse experimentar o peso da mão do Senhor, Thiago deveria imediatamente parar de falar palavrões.

Com o “sermão” pronto, ficou fácil. O pastor convocou o diácono Jair, repetiu as mesmas palavras, incluiu alguns versículos que falam sobre o cuidado do marido em relação à esposa e afirmou que, caso acontecesse o divórcio, a culpa seria toda do diácono. Se não quisesse sentir o peso da mão do Senhor e perder a esposa, Jair deveria parar de xingar as pessoas.

Isso me faz lembrar de um programa a que assisti com o “Dr. Pet”, adestrador de animais. Nesse programa ele foi chamado para resolver um problema com alguns cachorros que viviam brigando. Eram uns cinco ou seis cachorros de porte grande que, ao serem soltos pelo dono, começavam a se morder, mesmo com o dono gritando para que parassem. A solução do Dr. Pet foi fantástica. Instruiu o dono dos animais de que, munido de um extintor de incêndios, se aproximasse dos cachorros no momento da briga. Ele teria de dar a ordem: pare!, e em seguida acionar o extintor em direção aos cães que dispersariam com medo daquele jato de pó. Isso deveria se repetir algumas vezes, até que os cães cessassem a briga simplesmente ouvindo o comando para parar. E foi o que, de fato, aconteceu. Ao ouvir a ordem “pare!”, os cães associavam ao extintor e, por medo de levar mais um jato, obedeciam.

Apesar de os personagens citados nos exemplos acima serem fictícios, as situações descritas não são diferentes daquelas que podemos perceber todos os dias no cotidiano de muitos cristãos. Pior ainda é saber que a forma como têm sido tratadas essas questões assemelha-se mais ao método do Dr. Pet para adestrar os cães que com a perspectiva bíblica para a mudança de comportamento. Muitos crentes têm evitado o pecado somente por medo da consequência e não por causa do entendimento de que devem viver para a glória de Deus (1Co 10.31; Rm 11.36). Para eles, a ideia de Deus é simplesmente a de um extintor de incêndio pronto para ser acionado. O pecado é então evitado por causa da consequência que se sofre e não por causa da ofensa ao Senhor.

O problema na abordagem descrita é que ela se limita a “tratar” os sintomas sem descobrir a causa. É como alguém que constantemente sente dor de cabeça e simplesmente toma um analgésico. Várias são as causas que podem levar alguém a sofrer com isso, mas, somente como exemplo, pense na hipertensão. Alguém que tenha “pressão alta” pode frequentemente sentir dor de cabeça e o analgésico será um simples paliativo, servindo para mascarar o verdadeiro problema, pois, se não há dores não há o que se verificar e o problema continuará lá até o momento de se manifestar de forma mais grave, como um AVC.

Conquanto os princípios bíblicos citados pelo pastor Enoque sejam verdadeiros, para que a mudança de comportamento honre ao Senhor ela deve ir além de regras cumpridas por medo da punição. Não é simplesmente parar de xingar, mas fazer isso por causa de uma motivação correta. Como então proceder de forma bíblica a fim de que a mudança seja duradoura e honre ao Senhor?

3. Um caminho bíblico: tratando o problema na raiz

A perspectiva bíblica quanto à mudança de comportamento está ligada à santificação. Como afirma Booth: “A Santificação é um processo contínuo pelo qual Deus, por sua misericórdia, muda os hábitos e o comportamento do crente, levando-o a praticar obras piedosas.”[1] Sabendo que “a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta par discernir os pensamentos e propósitos do coração (Hb 4.12), precisamos recorrer a ela para entender não só como agimos, mas por que agimos como agimos.

É muito importante entender que, na dinâmica da igreja, somos responsáveis por “admoestar uns aos outros” (cf. Rm 15.14). Como indica o excelente livro do Dr. Paul Tripp, somos “Instrumentos nas mãos do Redentor – pessoas que precisam ser transformadas ajudando pessoas que precisam de transformação”[2]. Para isso precisamos entender três princípios:

1. O homem é governado pelo coração – Ao advertir os discípulos que não procurassem ajuntar tesouros na terra, mas no céu, Jesus afirmou: “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.19-21). O ensino aqui é evidente. Buscamos aquilo ao qual damos maior valor em nosso coração. Se os discípulos tivessem como “tesouro” os bens, era isso que governaria seus corações e motivaria as suas ações, mas se o “tesouro” fosse o Reino de Deus e sua justiça, agiriam em conformidade com a justiça do Senhor. Foi também o Senhor Jesus quem afirmou que do coração procedem os maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, falsos testemunhos, blasfêmias (Mt 15.19) e que a boca fala do que está cheio o coração (Mt 12.34).

Por causa de tudo isso é que o livro de Provérbios orienta: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23).

Se o pastor Enoque tivesse esse entendimento conseguiria verificar que o problema do seu filho e do diácono não era simplesmente o linguajar torpe, mas aquilo que estava governando seus corações em lugar do Senhor. No caso do filho o desejo de ser aceito no novo grupo de amigos, no caso do diácono, o desejo de ser ouvido e respeitado.

Mas como o pastor Enoque chegaria a essa conclusão? Observando o próximo princípio.

2. Pessoas e circunstâncias revelam o nosso coração – De um modo geral a tendência do homem, ao pecar, é colocar a culpa em outras pessoas ou nas circunstâncias. Porém, diante da verdade bíblica de que somos dirigidos pelo nosso coração, devemos entender que pessoas e circunstâncias simplesmente revelam o que está em nosso coração, elas servem como a antiga pomada de basilicão, usada em pessoas com furúnculos. Ao ser aplicada a pomada “trazia para fora” o carnegão[3] e, é lógico, isso só acontecia porque ele já estava lá. A pomada não produzia o carnegão, simplesmente o revelava.

Ao analisar os casos sob essa ótica, o pastor veria que a razão de o seu filho estar xingando constantemente era o medo de ser rejeitado pelo novo grupo de amigos. Ser aceito era tão “importante e necessário” que, nessa ânsia, ele deixava de lado todos os princípios bíblicos aprendidos outrora demonstrando, ao contrário da atitude dos discípulos em Atos 5.29, que importava obedecer aos homens que a Deus.

No caso do diácono, o pastor Enoque perceberia que o xingamento era a forma de “punir” aqueles que não o respeitavam como ele achava que merecia. Como diácono da igreja, entendia que não podia ser contestado e como chefe do lar, nunca questionado. Seu desejo por respeito passou a ser uma “necessidade” que ele agora exigia e qualquer um que o privasse daquilo que ele tanto queria logo era julgado e punido, no caso, com xingamentos.

Ao observar o princípio de que as pessoas e circunstâncias revelam o coração, o pastor Enoque teria condições de avaliar também a postura da esposa do diácono. Ao ameaçar deixá-lo, o que ela tentava fazer era manipulá-lo para que ele a tratasse melhor. Ela também, por causa do seu desejo, tentava mudar o comportamento do marido infligindo medo.

Mais ainda, o pastor poderia avaliar seu próprio coração e descobrir que sua motivação para corrigir o filho não estava sendo a glória de Deus, mas a vergonha a que ele estava sendo submetido por causa do seu mau comportamento.

Pessoas e circunstâncias são usadas por Deus para revelar o que controla o nosso coração e, com os desejos do coração expostos, podemos, com o auxílio do Espírito do Senhor, abandonar a nossa vontade e nos submeter à vontade do Senhor. Isso nos leva ao terceiro princípio.

3. Os ídolos do coração devem ser abandonados – No primeiro mandamento o Senhor ordena: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Costumamos pensar em idolatria somente no que diz respeito a imagens de escultura, mas a Bíblia nos adverte contra os “ídolos do coração” (Ez 14.1-9). Incorremos em idolatria todas as vezes que buscamos alegria, prazer, satisfação e realização fora do Senhor. Se pecamos para conseguir o que desejamos, ou pecamos quando não conseguimos o que desejamos, é porque esse desejo já se tornou um ídolo, um falso deus que faz promessas vãs acerca daquilo que achamos que nos trará satisfação.

O caminho bíblico é o de identificar a idolatria, arrepender-se por confiar em falsos deuses e voltar-se de todo o coração ao Senhor (Ez 14.6) buscando de coração fazer a sua vontade.

O adolescente Thiago deve rejeitar o ídolo da “aprovação dos homens” e entender que a alegria não é encontrada num grupo de amigos, mas no Senhor e, por isso, é a ele que precisamos agradar. O diácono Jair tem de abandonar o ídolo do “respeito” e entender que o pecado de outros ao não respeitá-lo não autoriza o seu pecado ao revidar as afrontas. Ao invés de revidar ele deve entregar tudo àquele que julga retamente (1Pe 2.23). De igual modo a sua esposa deveria abandonar o ídolo do “controle” e, ao invés de tentar mudar o marido manipulando-o pelo medo, deveria ganhá-lo sem palavra alguma, por meio de um honesto comportamento (sobre isso, veja o post do Samuel “A Reforma começa em casa II”). Por último, o Pastor Enoque deveria entender que a motivação para corrigir o filho deveria ser exclusivamente a glória de Deus, abandonando o ídolo da “reputação”.

Conclusão

Entender os motivos do coração é essencial para uma mudança de comportamento que seja duradoura. Qualquer mudança externa, que não leve em conta a raiz do problema, será mero paliativo e servirá unicamente para produzir fariseus que não se preocupam com a glória do Senhor, mas com seus próprios desejos.

É bom salientar que os desejos não são maus em si mesmos. Pensando nos casos citados, não há mal em querer ser aprovado, ser respeitado ou ter uma boa reputação. O problema é quando essas coisas tomam uma importância tão grande que passam a governar o coração e nos levam a pecar.

Que o governo de nossa vida seja exclusivamente de Cristo Jesus, aquele que já nos redimiu e nos santificará para ele mesmo, até o dia final. Vivamos para sua glória e louvor.

Milton Jr.


[1] A. Booth. Somente pela graça. São Paulo, PES, 1986, p. 44-45.

[2] A obra do Dr. Tripp foi publicada no Brasil pela Ed. NUTRA e é um excelente livro-texto para aqueles que se interessam por aconselhamento bíblico.

[3] Regionalismo para “carnicão”, a parte central dos furúnculos e tumores (Dicionário eletrônico Houaiss).

5 de novembro de 2010

Quem apertou a tecla "confirma"?


Vimos na semana passada um importante momento da democracia brasileira: as eleições presidenciais. Vimos algo semelhante às finais de um campeonato de futebol. Um povo dividido entre um e outro. Todos se esforçando e torcendo para que sua preferência prevalecesse. Agora que está tudo definido, quem teve sua preferência escolhida deve estar satisfeito. Quem não contemplou a vitória de seu candidato, apreensivo. Neste curto espaço, pretendo deixar um recado aos dois grupos.

Em primeiro lugar, digo que o poder não está em nossas mãos. A Bíblia diz que “o poder pertence a Deus” (Salmo 62.11). É difícil crer nisso porque não vemos a Deus. Pensamos que nós é que confirmamos as coisas apertando o botão verde. É mais fácil acreditar no que vemos, isso porque somos imperfeitos mesmo. Convenhamos: no que é mais fácil acreditar? No céu, no inferno, em coisas que não podemos ver, ou no aqui e no agora, que está patente aos olhos de todos? Antes de Cristo vir ao mundo, Deus usou os profetas para predizerem tudo o que iria acontecer. Sabe por quê? Porque Deus é quem controla as coisas. Por isso ele pode dizer o que vai acontecer. Então se fulano ou sicrano foram eleitos, é porque Deus os investiu de autoridade. Quando Pilatos questionou se Jesus não sabia que ele possuía autoridade para o soltar ou matar, Jesus lhe respondeu, quando de seu julgamento: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fora dado” (João 19.11).

Como consequência do que foi asseverado acima, cabe a nós confiar em Deus e orar por nosso país ao Senhor. “E procurai a paz da cidade, (...), e orai por ela ao Senhor: porque na sua paz vós tereis paz”. Se Deus é quem controla todas as coisas, então não devemos confiar nos governantes. Devemos orar a Deus para que os use para o bem comum. Estou incentivando, não a postura de orgulho e soberba em quem viu sua preferência chegar ao poder, nem o pessimismo em quem não foi contemplado; proponho a união de todos na busca pelo melhor para o nosso país. Independente de quem venceu, não podemos abrir mão de princípios de honestidade, justiça e da ética ensinada por Jesus Cristo. Que o alto nível educacional seja a nossa marca. Que haja trabalho para todos, mas salários justos. Que haja desenvolvimento humano e não ociosidade. Que haja segurança e não avanço da criminalidade. Que haja confiança em Deus e não nos governantes.

Enfim, não há mais mistério. Os que governarão nosso estado e nosso país já foram escolhidos. Que nossa esperança não seja depositada sobre eles. Que esteja em Deus, afinal, “reina o Senhor! Revestiu-se de majestade” (Salmo 93.1). É ele quem vence todos os adversários em qualquer adversidade. A desigualdade, a pobreza, a falta de estudo, a exploração, o crime, a violência e a imoralidade. Não confie em ninguém mais. Somente no Senhor! Só ele é quem pode nos socorrer no dia da angústia. Só ele é o verdadeiro Deus. Na verdade, ele é quem aperta o botão de “confirma”.

Pr. Charles

3 de novembro de 2010

Finados

imageO ensino Católico romano diz que existe, para além desta vida, um reino em que as almas que foram perdoadas e que, na época da morte, tinham em si pecados, permanecem por certo tempo ali, onde se preparam para entrar no céu, esse reino é conhecido tradicionalmente como PURGATÓRIO!

Os católicos consideram que o ensino sobre o purgatório faz parte integrante da fé derivada da revelação de Jesus Cristo que foi pregada pelos apóstolos. Definições dogmáticas foram proclamadas pelos Segundo Concílio de Lyon (1274), o Concílio de Florença (1438-1445), e o Concílio de Trento (15 45-63).

A crença nessa doutrina não foi um sistema estabelecido por Jesus Cristo, nem pelos apóstolos, nem pela igreja primitiva. Dizem que a primeira sugestão acerca da existência de um estado intermediário foi feita quando Tertuliano (século III) pega a idéia de certa mulher que orava pela alma de seu falecido marido. No século VI o papa Gregório reproduziu histórias de pessoas que voltaram do Purgatório e pediram missas e rezas em benefício de seus ocupantes. Durante a Idade Média a mentira foi gradativamente crescendo a ponto de acreditarem que o Purgatório era localizado em qualquer parte do centro da terra e sua existência determinou a instituição da festa litúrgica de Finados. Corre a lenda segundo a qual um monge de Cluny, regressando da Terra Santa e detendo-se na Sicília, ouviu rumores subterrâneos que, conforme lhe foi referido por outro monge local, eram clamores de almas submetidas aos sofrimentos do Purgatório. O piedoso peregrino acreditou no que lhe fora revelado e, após ter chegado em Cluny, relatou a experiência a seus confrades. Parece não lhe ter ocorrido que os rumores procedessem do magma subterrâneo do Vulcão Etna! Em 998 o convento decide fazer a celebração de uma festa anual de oração pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigavam as comunidades a dedicarem um dia aos mortos.

No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1 de novembro é a Festa de Todos os Santos.

A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua crença (cf. Tobias 12.12; 1.18-20; Mateus 12.32 e 2º Macabeus 12.43-46), e se apóia em uma prática de quase dois mil anos.

O Dia de Finados é um dos sete feriados nacionais, de acordo com as leis n°10.607/02 e nº 662/49. A comemoração é marcada por orações, visitas aos cemitérios e missas aos mortos.

A Bíblia nega a existência do Purgatório e conseqüentemente o Dia de Finados. O Novo Testamento fala explicitamente de Céu e Inferno, mas não menciona um reino intermediário. A parábola das Virgens (Mateus 25.1-13), a parábola do Rico e Lázaro (Lucas 16.19-31) e outras, comprovam essa doutrina. A Bíblia faz referência a várias pessoas que morrendo, foram para o Céu: O Profeta Elias (2º Reis 2.11), Enóque (Gênesis 5.24), o ladrão na Cruz (Lucas 23.43), Paulo dizia que desejava estar com Cristo (Filipenses 1.23).

O ensino bíblico diz que a salvação de uma pessoa depende única e exclusivamente da na pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo, essa fé é evidenciada pelo arrepdimento dos pecados ainda quando a pessoa é viva (Hebreus 7.24-27; Atos 4.12), não depois que morreu, pois se assim fosse, todos teriam uma segunda chance (salvação universal, defendidas pelos teólogos católicos) Em Hebreus 9.27-28 diz:

E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.”

Infelizmente o sistema católico romano de boas obras impõe um processo de purgação ou compensação depois desta vida. Mas Jesus disse: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra viverá (João 11.25) e Paulo afirma na sua carta aos Romanos:

Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” (Romanos 8.1).

O apóstolo João disse em umas de suas cartas:

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” 1ª João 1.7-10

Finalizo dizendo que podemos lembrar das coisas boas que os antepassados deixaram, como o legado de um caráter ilibado e uma vida piedosa, devemos até cuidar das sepulturas de nossos entes queridos, como forma de respeito e testemunho, mas nunca orar por eles, para que suas almas sejam libertas de um lugar que a bíblia diz não existir!

Com amor e respeito aos amigos católicos.

Pr. Eduardo Henrique Ferraz (ex-católico romano)