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30 de janeiro de 2011

Quem somos?

clip_image001Amado leitor,

Saudações!

Que sua vida seja um ALVO constante da maravilhosa graça do Senhor!

Conta-se que quando a Rainha Vitória (uma das rainhas da Inglaterra) nasceu, os seus pais e tutores acharam melhor não lhe contar que seria a futura rainha, para que isto não afetasse o seu desenvolvimento natural. Mas aconteceu que a menina cresceu muito indisciplinada e rebelde, e nada a fazia mudar as suas atitudes. Então os seus pais e tutores resolveram contar-lhe quem ela seria. Reuniram-se com a menina e lhe disseram quem ela era/seria. Depois de saber a menina disse: “Então agora eu vou me comportar!”

Infelizmente observamos que muitos cristãos não sabem quem são, e consequentemente não vivem de acordo com a vocação para a qual foram chamados. Suas vidas estão muito longe de testemunhar e glorificar seu Senhor. Muitos vivem um tradicionalismo “evangelicalês”, outros vivem, pensam, agem sem diferença nenhuma dos não cristãos, naquilo que Deus claramente reprova na sua Palavra.

Saber quem somos determina o que fazemos e para quem fazemos, ou seja, a nossa vida, nosso comportamento não podem estar desvinculados de nossa fé e de nossa identidade.

Quando preparo sermões e estudos, preciso pesquisar e analisar algumas palavras ou expressões “chaves” que aparecem no texto. Analisando sobre nossa “identidade”, sabendo que existem várias na Bíblia como: Filhos de Deus, servos, os salvos, nação santa, peregrinos, sacerdotes reais etc., particularmente gosto de como o apóstolo Paulo identifica os crentes, ele usa essa expressão em várias de suas epístolas. Vejamos algumas delas:

A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (Rm 1.7).

“À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1Co 1.2).

“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto e a todos os santos em toda a Acaia” (2Co 1.1).

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus” (Ef. 1.1).

“Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus, inclusive bispos e diáconos que vivem em Filipos” (Fp 1.1).

Aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai” (Cl 1.2).

Uma pergunta: Você se vê como um santo?

A palavra santo na Bíblia tem a seguinte tradução: separado (objeto ou pessoa escolhida, separada para Deus). Ser um santo implica privilégio e responsabilidade. Fomos separados por Deus para o seu serviço, para o seu louvor e glória.

A primeira pergunta e resposta do Breve Catecismo de Westminster traduzem muito bem o significado da palavra santo!

PERGUNTA 1. Qual é o fim principal do homem?

RESPOSTA. O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.

Ref: Rm 11.36; 1Co 10.31; Sl 73.25-26; Is 43.7; Rm 14.7-8; Ef 1.5-6; Is 60.21; 61.3.

A verdade é que muitas vezes não nos sentimos como santos. Nestas horas precisamos voltar para o fato da nossa posição em Cristo. Em Cristo estamos justificados, Paulo relata aos Romanos que já morremos para o pecado e para o mundo, e fomos cobertos com a justiça de Jesus. Romanos 6.11: “Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.”

Somos santos não pelos nossos méritos ou pela nossa religiosidade, mas porque Deus nos fez santos, ele nos escolheu, nos chamou, separou, capacitou, predestinou para sermos santos. Leia, por favor, Efésios 1.3-14.

Thomas Brooks diz uma frase que nos mostra a graça de Deus e a nossa responsabilidade diante desta graça: “Justificação e santificação são companheiras inseparáveis; elas precisam ser diferenciadas, porém jamais podem ser separadas.”[1]

Uma vez que sabemos quem somos (santos) precisamos viver de acordo com nossa posição. Vamos andar dignos na prática, como somos em posição?

Nestas férias recebi um e-mail com um anexo de um vídeo[2], no qual um músico fala sobre a origem de uma linda e antiga canção cristã muito conhecida e até gravada por muitos cantores famosos, cantores cristãos e até não cristãos.

Segundo esse relato diz, a “melodia” dessa canção tem origem escrava! Os estudiosos da história da música, em todas as pesquisas sobre ela, têm as seguintes informações: Nome da Música: Amazing Grace (Maravilhosa Graça); Autor da letra: John Newton; Melodia: Desconhecida. Antes de se converter John Newton era capitão de navio de escravos. Conta-se a história de que em uma de suas viagens ele ouviu uma melodia, vinda dos porões do navio, eram os escravos murmurando em meio a suor, lágrimas, dor e sofrimento. Essa mesma melodia, mais tarde, quando John Newton “se converteu”, ele usou para fazer essa maravilhosa música! É interessante pensarmos que John Newton ouviu pela primeira vez essa melodia vinda de escravos! Literalmente escravos perdidos, sem esperança, sem vida, sem alegria, cheios de dor e sofrimento. Irmãos, assim éramos nós, escravos, perdidos, sem esperança, sem Deus no mundo, na vida. Perdidos desgraçados (sem a graça de Deus). Quando penso nisso, eu louvo a Deus, glorifico ao Senhor, eu consigo enxergar um pouco mais de seu eterno amor por mim, consigo ver quem eu era e para onde eu estava indo, mas pela sua maravilhosa graça ele me salvou, me libertou, me fez seu filho, um santo aos seus olhos. Isso tem me conduzido num caminho de graça e paz, me lembrando constantemente de QUEM EU SOU.

John Newton escreveu:

“Não sou o que posso ser, não sou o que devo ser, não sou o que quero ser, não sou o que espero ser; mas agradeço a Deus porque não sou o que outrora era, e posso dizer como o grande apóstolo: ‘Pela graça de Deus, sou o que sou’.”[3]

Quero encerrar este post transcrevendo algo que eu compilei e adaptei de uma palestra que ouvi há muitos anos. Se não me falha a memória, uma palestra de Mark I. Bubeck, aqui no Brasil!

QUEM EU SOU?

· Eu sou o sal da terra;

· Eu sou a luz do mundo;

· Eu faço parte da verdadeira videira;

· Eu sou amigo de Cristo, escolhido e nomeado por ele para produzir frutos;

· Sou servo da justiça;

· Sou servo de Deus;

· Eu sou co-herdeiro com Cristo;

· Eu sou um templo, habitação do Espírito Santo;

· Sou membro do corpo de Cristo;

· Sou nova criatura;

· Sou reconciliado com Deus, e sou ministro da reconciliação;

· Eu sou filho de Deus em Cristo;

· Eu sou um imitador de Cristo;

· Sou feitura de Deus, criado em Cristo Jesus, para as boas obras;

· Eu sou cidadão do céu, e terei um corpo glorificado quando Jesus voltar;

· Eu sou herdeiro de uma chamada celestial, e participo da família de Deus aqui na terra;

· Eu sou filho da luz, não das trevas;

· Eu sou um escolhido de Deus, santo e muito amado;

· Eu sou um membro da raça escolhida por Deus;

· Eu sou um sacerdote real, faço parte de uma nação santa, um povo de propriedade exclusiva de Deus;

· Eu sou estrangeiro e peregrino neste mundo;

Eu sou inimigo do diabo;

· Eu sou nascido de Deus e o iníquo não pode tocar minha alma;

· Eu não sou mais servo do diabo, sirvo a Cristo, meu Senhor justo, amoroso e misericordioso.

Grande abraço.

Pr. Eduardo Ferraz


[1] Blanchard, John – Compilado: PÉROLAS PARA A VIDA. Ed. Vida Nova.

[2] www.yotube.com/watch?v=Uv2TUYTRbVU

[3] Blanchard, John – Compilado: PÉROLAS PARA A VIDA. Ed. Vida Nova.

7 de janeiro de 2011

Ora et Labora

Orar sempre envolve esforço. Quer seja a luta contra a nossa indisposição natural de buscar a presença de Deus, ou o submetermos àquilo que Ele quer nos dar. Oração nunca é entregar-se à ociosidade. Existe uma errônea idéia de que se orarmos e entregarmos a Deus o que estamos pedindo, então podemos cruzar os braços e folgar! É claro que quando oramos devemos entregar-nos para que o nosso Senhor Jesus cuide de todas as nossas ansiedades, preocupações e angústias, todavia, a soberania de Deus não anula a responsabilidade humana.

Lembremos que Neemias organizou o povo quando percebeu a ameaça da conspiração de Sambalá e Tobias. A sua estratégia envolvia o projeto de reedificação dos muros de Jerusalém e uma defesa contra o ataque dos adversários. A Escritura menciona que "ajuntaram-se todos ali de comum acordo para virem atacar Jerusalém e suscitar confusão ali. Porém, nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite" (Ne 4:8-9). A sabedoria que Deus concedeu a Neemias o levou a reconhecer que Ele estava no controle de tudo, mas, apesar disto eles não se fizeram negligentes. Não pararam a construção, nem baixaram a guarda contra os seus inimigos, pelo contrário, tornaram-se mais cautelosos ainda, sob a direção do Senhor.

Com isto em mente, pergunto: se você não estiver disposto a esforçar-se por aquilo que pede, como pode esperar que Deus o faça? Como você quer que o Senhor lhe abençoe se você for um irresponsável, agindo com negligência nos teus afazeres? Ou, vivendo com omissão nos teus deveres? Como você pode pedir que Deus converta muitas pessoas se não abre a sua boca, e não testemunha coerentemente do evangelho? Como é possível orar por boas notas, ou aprovação num teste ou concurso, se não se dedica a estudar? Saiba que Deus não abençoa o erro, mesmo que seja com sinceridade. Não é proveitoso para o seu crescimento orar e confiar que Deus pode abençoar, se você não quer se comprometer. Aquilo que é tua responsabilidade, Ele não irá realizar!

Sabemos que tudo é pela graça de Deus, não merecemos nada dEle! Alguém disse: oração exige orar e ação! Por isso, entendo que Paulo tenha admoestado os cristãos de Filipos dizendo: "assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2:12-13). Mas, não nos esqueçamos de que o nosso labor é obediência e não mérito pessoal. Por isso, concordo com a máxima de João Calvino: ora et labora, ou seja, ore e se esforce!

3 de janeiro de 2011

Ano Novo, velha confiança!

“Quanto a mim, confio em ti, Senhor. Eu disse: tu és o meu Deus. Nas tuas mãos, estão os meus dias” – Salmo 31.14-15a

ano_novo1 A constatação acima foi feita por Davi antes de ele clamar ao Senhor: “livra-me das mãos dos meus inimigos e dos meus perseguidores” (15b), ou seja, quando escreveu este Salmo, Davi estava sendo perseguido pelos seus inimigos.

Que confiança expressa Davi neste Salmo! Ainda que corresse um sério risco diante de seus adversários, ele entendia que a sua vida era do Senhor e isso lhe dava segurança.

Acabamos de Iniciar um novo ano e, como sempre, fazemos planos, temos sonhos, e, ao mesmo tempo, muitos ficam apreensivos ao pensar: o que me espera daqui para o final do ano?

Ainda que não estejamos correndo o mesmo risco que Davi, assim espero, o princípio ensinado no texto deve estar bem enraizado em nossos corações. Nossos dias pertencem ao Senhor e ele é aquele que dirige a nossa vida.

É claro que isso não nos exime de fazer nossa parte, correr atrás do que queremos e buscar melhorar naquilo que entendemos que devamos, muito pelo contrário, o entendimento de que o Senhor é conosco deve nos dar ânimo para trabalhar entendendo que nele nosso trabalho não é vão (cf. 1Co 15.58).

Certa vez Lutero afirmou: “Não sei por quais caminhos Deus me conduz, mas conheço bem o meu guia.” Se de fato temos a mesma confiança expressa por Davi no Salmo 31, podemos assinar com Lutero esta declaração.

Diante disso, agradeçamos ao Senhor tudo o que ele fez em nossas vidas até então. Mais ainda, louvemos ao Senhor por mais um ano que ele nos permite iniciar mesmo não sabendo o que ocorrerá nos próximos 362 dias, se vamos ou não conseguir realizar o planejado, continuar com saúde e tudo o mais que desejamos, convictos de que toda a nossa vida está nas mãos daquele que diz: “o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade” (Is 46.10).

Que o Senhor nos abençoe, nos dê um bom ano e coloque em nosso coração a confiança de que sua vontade é sempre boa, agradável e perfeita (Rm 12.2).