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29 de outubro de 2011

Pastor não é palhaço! - A necessidade de reforma dos púlpitos brasileiros

Sem sombra de dúvida, a Reforma Protestante do século XVI foi o maior reavivamento produzido pelo Espírito Santo em toda a história da Igreja de Cristo. Tudo começou pelo resgate da genuína pregação. Naqueles dias, poucos pregavam com fidelidade as Escrituras. Os sacerdotes, a maioria ignorantes, mal sabiam ler e escrever. No máximo decoravam a missa em latim. O povo, mergulhado em profundas trevas espirituais cegamente seguia o entretenimento supersticioso e idólatra do clero.
Quando Martinho Lutero, Ulrich Zwingli, João Calvino, John Knox e outros pastores começaram a pregar novamente a Palavra de Cristo, o povo que andava em trevas contemplou mais uma vez o brilho da luz. O Senhor promoveu um grande despertamento espiritual na Europa, levando países inteiros a abraçarem o Evangelho do Senhor Jesus Cristo.
A máxima protestante “Igreja Reformada, Sempre Reformando”, ainda hoje nos ensina que a verdadeira reforma consiste em sempre reavaliarmos a nossa fé e prática segundo os padrões estabelecidos pelas Escrituras. A nossa consciência, como disse Lutero, deve estar cativa à Palavra de Deus. A nossa pregação precisa ser clara e objetiva. Seu conteúdo: Jesus Cristo, e este crucificado (1 Co 2). Não há lugar para brincadeiras quando proclamamos o Reino de Deus.
Hermisten Maia falando sobre isso usou a seguinte ilustração: “Imagine um jovem entre muitos outros, ansiosamente procurando seu nome na lista afixada na parede da universidade. Ele busca saber se foi aprovado ou não no vestibular. De repente, surge um amigo com um sorriso largo no rosto e com braços abertos dizendo: - Você conseguiu! Você foi aprovado! O jovem começa a gritar e pular de alegria, dá um abraço apertado naquele amigo, ri, chora, comemora... Contudo, em meio a toda aquela euforia, seu ‘amigo’ diz: - É tudo brincadeira, não passou de uma piada; seu nome não consta entre os aprovados”. Como você reagiria a essa situação se fosse o vestibulando? Se você corretamente não admite brincadeiras com coisas sérias, será que o Evangelho, que envolve vida e morte eternas seria passível de brincadeiras, de gracinhas ou palhaçadas?
Da mesma forma, hoje muitos pregadores estão apresentando uma mensagem incompreensível à Igreja. Os crentes se acostumaram a ouvir o seu pastor brincar tanto com assuntos sérios, que não conseguem descobrir o temor e tremor do Senhor em suas brincadeiras. Eles sobem ao púlpito e pensam que estão no picadeiro, alguns até mesmo vestidos de palhaço!
Os palhaços “pregadores” afirmam que nós é que confundimos “expor a Bíblia com seriedade” com “expor a Bíblia sério”. Argumentam que Jesus usava muito humor para pregar e que a chave hermenêutica para compreendermos as parábolas de Jesus é o humor. Sinceramente, eu não consigo enxergar nenhum pingo de humor quando Jesus fala sobre o Dia do Juízo, onde separará ovelhas de bodes, lançando estes no inferno. Não dá para rir!
O resultado trágico dessa esdrúxula metamorfose é que o povo de Deus, por não perceber a diferença entre o palhaço e profeta, aprova este comportamento absurdo e pecaminoso por meio de aplausos e boas gargalhadas. O desaparecimento da verdadeira pregação é sempre um grave sintoma de que púlpitos estão vazios. Percebemos mais uma vez o entretenimento substituindo o verdadeiro papel do profeta. 
Não é de se estranhar a resistência por parte de muitos em ouvir e atender a mensagem da cruz. Como falar do pecado, ira de Deus, morte, inferno, arrependimento, cruz, salvação e sacrifício de modo divertido? Tem muitos pastores vestidos de palhaço afirmando: “Sim, isso é possível”. Eles têm envolvido as nossas crianças e a nossa juventude com essa maneira engraçada de pregar. Onde isso vai parar? Precisamos urgentemente de uma reforma em nossos púlpitos!
Kierkegaard conta que certa vez um circo se instalou próximo de uma cidadezinha dinamarquesa. Este circo pegou fogo. O dono do circo vendo o perigo do fogo se alastrar e atingir a cidade mandou o palhaço, que já estava vestido a caráter, pedir ajuda naquela cidade para apagar o fogo. Inútil foi todo o esforço do palhaço para convencer os seus ouvintes. Quanto mais ele gritava “O circo está pegando fogo!”, o povo ria e aplaudia o palhaço entendendo ser esta uma brilhante estratégia para fazê-los participar do espetáculo... Quanto mais o palhaço falava, gritava e chorava, insistindo em seu apelo, mais o povo ria e aplaudia... O fogo se propagou pelo campo seco, atingiu a cidade e esta foi destruída.
Pastor não é palhaço, é profeta. Seu púlpito não é picadeiro, mas o lugar de onde ele proclama com autoridade a Palavra de Deus. Sua missão é pregar em alto e bom som, de forma pura e simples as Boas Novas do Evangelho e todas as suas implicações. O pastor não é um animador de auditório, nem um contador de piadas. Lugar de palhaço é no circo. Que Deus tenha misericórdia de nós, levantando novos reformadores!
Alan Kleber

24 de outubro de 2011

Palpiteiros da salvação alheia

condenado aprovadoAnos atrás havia um apresentador (em um programa sobre os bastidores da TV e do mundo das celebridades, que está no ar até hoje) que afirmava todas as vezes que morria um artista: “Fulano foi para o andar de cima.” Na cabeça daquele apresentador, alguém que se dedicou à arte com o fim de divertir e entreter o povo só poderia estar no céu, visto ser esta uma pessoa boa.

Aqueles que conhecem a Bíblia sabem muito bem que a salvação não é meritória, mas é concedida pela graça de Deus, mediante a fé (que também é dom de Deus) em Cristo Jesus. Porém, a despeito disso, tenho a impressão de que os cristãos facilmente têm se esquecido disso.

Como exemplo do que estou querendo dizer, deixe-me compartilhar algo que me foi dito por uma irmã, há alguns anos. Essa irmã, bem como sua mãe, era crente fiel, porém seu pai não. Quando ele faleceu, o pastor das duas foi convidado para fazer o ofício fúnebre e, segundo ela, com o caixão aberto ele colocou a Bíblia na cabeça do falecido e disse aos que estavam presentes: “Beltrano morreu e está no inferno. Ele viveu x dias (multiplicou a idade do morto por 365 dias) e não aceitou a Jesus.”

Por mais surreal que isso possa parecer, muitos cristãos têm feito isso constantemente. Há umas semanas morreu Steve Jobs, e não foram poucos aqueles que rapidamente afirmaram estar ele no inferno, o que é uma afirmação altamente precipitada.

Calma, estou longe de ser universalista. Não creio que todos os homens serão salvos e sei também que muitos têm se enganado quanto a seu estado espiritual a ponto de o Senhor afirmar que muitos, no dia final, dirão que realizaram milagres e prodígios em nome dele e ouvirão: “nunca vos conheci” (Mt 7.23).

Porém, creio também que somos muito rápidos em julgar o próximo e o problema disso está no fato de não termos dados suficientes para isso. Basta lembrar duas histórias bíblicas para perceber isso.

A primeira é a história do ladrão na cruz. Essa história, narrada por Mateus e Marcos, mostra dois ladrões, crucificados à direita e esquerda de Jesus, blasfemando e dirigindo ao Senhor impropérios. Se tivéssemos somente esses dados, seriamos rápidos em afirmar que os dois ladrões se perderam. Porém, Lucas registra outra parte da história, que faz toda a diferença. Ela afirma que, em meio aos insultos que dirigiam a Cristo, um dos ladrões começou a repreender o outro e rogou ao Senhor que se lembrasse dele, ouvindo de Jesus: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43).

A outra história é contada também por Lucas e fala da vida de um casal da igreja primitiva que vendeu um campo, depositou o dinheiro aos pés dos apóstolos e morreu. Se tivéssemos acesso somente a essa parte da história, provavelmente usaríamos o texto até para falar do privilégio do casal que pôde honrar a Deus entregando uma oferta como última atitude de sua vida. Entretanto, Lucas deixa claro que eles morreram por causa do juízo de Deus, que puniu sua mentira em dizer que estavam doando tudo enquanto retinham parte do valor do campo (At 5.1-11).

Nesses dois casos somos poupados de errar no julgamento porque temos a revelação da Palavra de Deus. Entretanto, não podemos afirmar categoricamente a perdição de quem quer que seja (a não ser que esteja declarada categoricamente nas Escrituras, como o caso de Judas, por exemplo) justamente por não ter acesso ao coração alheio e não saber o que se passou instantes antes a sua morte.

Pelo ensino das Escrituras, podemos até imaginar que muito provavelmente alguém tenha se perdido, ao olhar os frutos produzidos em sua vida e sua recusa em render-se ao Salvador, mas a afirmação categórica da condenação só pode ser feita pelo Senhor.

A graça de Deus é abundante e o mesmo Deus que salvou aquele ladrão que tanto blasfemava, concedendo-lhe o dom da fé a fim de que se arrependesse, nos salvou e é poderoso para salvar o pior dos pecadores, mesmo nos últimos instantes de sua vida.

Uma das orientações do Manual de Culto da IPB que acho mais interessantes trata justamente desse ponto, ao orientar sobre o ofício fúnebre: “O ofício fúnebre deve consistir principalmente na leitura de trechos da Escritura e atos de culto. O ministro não tem o dever de dizer se a pessoa, cujo corpo vai ser entregue à terra, morreu ou não impenitente, mas deve proceder de maneira que não se possa inferir de sua leitura ou palavras a salvação de pessoas, cujas vidas ou mortes não tenham sido cristãs. O único juiz, porém, é o Senhor.

Infelizmente, muitas vezes estamos mais preocupados com o outro do que com nós mesmos. Ainda que a Bíblia ordene o autoexame (1Co 11.28; 2Co 13.5), queremos mesmo é examinar o outro. Fazemos como Pedro, que, após ser restaurado pelo Senhor, ter recebido o encargo de pastorear suas ovelhas e ser informado a respeito do tipo de morte que teria, olhou João e perguntou a Jesus: “E quanto a esse?”. Quando assim procedemos somos passíveis da mesma repreensão do Senhor a Pedro: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me” (cf. Jo 22.15-23).

Preocupemo-nos, portanto, com a nossa situação diante de Deus e proclamemos aos homens que se arrependam dos seus pecados e se reconciliem com Deus, pois essa é tarefa nossa. Deixemos para aquele que julga retamente o veredicto sobre aqueles que serão condenados estando convictos de que “as coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt 29.29).

Milton Jr.

14 de outubro de 2011

Amar é uma Decisão



Nem tudo o que dizem por aí é a exata expressão da realidade. Poetas e cantores tentaram definir o que é o amor. Vinícius de Morais o expressou nesses termos: “Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”. Jorge Vercilo cantou assim o amor: “O amor se fez me levando além onde ninguém mais. Criou raiz, ancorou de vez, fez de mim seu cais lendo a rota das estrelas”.

Sabe o que é interessante nessas poesias sobre o amor? É que elas manifestam a opinião popular sobre o amor. Nem sempre terão razão, pois a teologia popular nem sempre expressará a realidade objetiva. É altamente questionável a validade da máxima: “a voz do povo é a voz de Deus”.

De acordo com os dicionários, amor tem sido definido como “sentimento que impele as pessoas para o que se lhes afigura belo, digno ou grandioso; forte inclinação, de caráter sexual, por pessoa de outro sexo; afeição, grande amizade” (Dicionário UOL-Michaelis – outros dicionários seguirão a mesma linha). A primeira coisa que salta aos olhos nessa definição é o caráter espontâneo que atribuem ao amor, como se ele tivesse vida própria e volição independente. É o caso do Jorge Vercilo, que se retrata como alguém carregado pelo amor e impelido por ele. Já o mais famoso dos poetas da MPB, Vinícius de Morais, o retratou como “chama”. Sendo assim, não é eterno; pode se apagar. Então ele encerra com um dos mais belos paradoxos do ponto de vista poético: “que seja eterno enquanto dure”.

Embora seja belo o paradoxo, não é exatamente isso o que a Bíblia diz sobre o amor. A Bíblia retrata o amor de duas maneiras: “phileo”, que denota amizade; e “agapao”, que em algumas passagens denota intensidade, e afeição no sentido moral e social. Alguns o retratam como incondicional (como o “amor de Deus” ou o de Demas pelo presente século – 2Tm 4.10). Em definição, não difere muito do que os dicionários dizem, mas destoa muito da noção popular. Na concepção geral, o amor é um sentimento autônomo e que governa a mente, a vontade e as emoções. Enquanto ele se faz presente, move o ser humano para lá e para cá. A partir do momento em que ele se retira (por uma espécie de “vontade própria”), aí não há o que fazer.

Enquanto penso nessas coisas, me vem à mente uma dúvida. Se é assim, por que a Bíblia ordena que amemos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos? Veja: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. (...) Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.30,31). Vou mais além. Se o amor é um sentimento espontâneo e de “vontade própria”, por que Paulo ordenou: “Maridos, amai vossa mulher como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25)? Meu ponto é o seguinte: Amor não é espontâneo; é fruto de uma decisão. Isso faz com que esses mandamentos da Bíblia façam sentido. De outra forma, pareceria insano que o Senhor ordenasse o amor a Deus e ao próximo.

Essa maneira de ver o amor traz muitas e sérias implicações. Em primeiro lugar, a noção popular de que eu preciso sentir o amor em meu coração para depois demonstrá-lo a alguém é uma falácia. Há pessoas que não amam ao próximo e dizem que não podem fazer nada, porque esse sentimento não brotou em seu coração ainda. Na verdade, a falta de amor (para não dizer ódio) foi fruto de sua decisão e, para justificar, apela à falta de espontaneidade do amor. Não temos escolha. Temos que amar nosso próximo! Quando o amor se torna fruto de uma decisão em nossa vida, o convívio se torna mais saudável e a reconciliação mais fácil.

Em segundo lugar, aqueles que enfrentam crise no casamento e alegam que o amor esfriou e que, assim, não podem mais fazer nada não possuem razão para tal alegação. O amor não é uma chama que se apaga por si só. É uma ordem do Senhor para que seja cultivado e mantido. O amor no casamento é fruto de uma decisão também. Eu decidi amar minha esposa porque entrei em aliança com ela. Curiosamente, Isaque primeiro se comprometeu com Rebeca; depois a amou (Gn 24.67). Hoje o casamento tem sido banalizado por causa dessa visão de que o amor tem que ser espontâneo. Hoje eu “amo”, então me caso. Amanhã “não amo mais”; me separo. Essa é a filosofia das novelas e dos livros de romance. A Bíblia diz: seja fiel à aliança; ame! (Ml 2.14; Ef 5.25). O amor é uma decisão!

Depois de ler isso, alguém pode se perguntar: o que posso fazer para que o amor seja cultivado, como fruto de uma decisão? Antes de mais nada, por mais ridículo que pareça dizer isto, ame! Decida amar. No caso dos casados, ame sua esposa, ame seu marido. Fale de seu amor, promova momentos agradáveis; evite as brigas e palavras grosseiras. Abuse dos presentes, do carinho, do abraço afetuoso. Surpreenda com flores, com um telefonema. Nos outros casos, do convívio fraternal, tenha consideração por seu próximo, mesmo porque ele foi feito à imagem de Deus. Pense sobre ele: “será que ele está bem? Será que está feliz? Como posso ajudar?” A Bíblia diz que devemos considerar “uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (Hb 10.24). Faça do amor sempre uma decisão positiva. Ame a Deus! Ame ao próximo! Porque da obediência a estes mandamentos dependem toda a lei e os profetas.

Pr. Charles

8 de outubro de 2011

Cristãos Perseguidos: Você Ora por Eles?

Lembrem-se dos que estão na prisão, como se aprisionados com eles; dos que estão sendo maltratados, como se fossem vocês mesmos que o estivessem sofrendo no corpo. Hebreus 13.3.

Muitos cristãos no Brasil têm acompanhado e divulgado nas Redes Sociais a situação do pastor iraniano Pr. Youcef Nardakhani (34 anos). Organizações cristãs sérias que lutam pela causa dos cristãos perseguidos postam todos os dias em seus respectivos sites o drama vivido por um homem preso desde outubro de 2009, sentenciado a morte pelo governo de Teerã. A acusação formal: converter muçulmanos a fé cristã por meio da pregação.

A notícia se espalhou rapidamente pela web em várias partes do mundo. Aqui no Brasil, em pouco tempo, sites e blogs não-cristãos, porém defensores da liberdade religiosa e de expressão se pronunciaram. Recentemente, o Presidente do Senado Brasileiro recebeu um requerimento assinado por alguns senadores solicitando a libertação do pastor Youcef junto a Embaixada do Irã (leia mais).

Parece brincadeira, mas o que vou falar é coisa muita séria. Estima-se que menos de 3% dos evangélicos brasileiros estão por dentro dessa e outras situações extremas vividas por cristãos que vivem em outras partes do planeta. Isso é extremamente preocupante e sintomático. É o resultado de um percentual evangélico no Brasil cada vez mais crescente, porém ignorante, analfabeto de Bíblia, desconhecedor da história e espiritualmente insensível às necessidades do seu semelhante.

Você sabia que Asia Bibi (37 anos), uma cristã paquistanesa, mãe de quatro filhos, está presa desde julho de 2009. Ela foi condenada a morte por blasfêmia, simplesmente porque testemunhou da sua fé dizendo para seus colegas que queriam forçá-la a voltar para o islã as seguintes palavras: “Nosso Cristo sacrificou Sua vida na cruz por nossos pecados... Nosso Cristo está vivo”?

Você sabia que na Eritréia muitos cristãos estão presos em “containers” em condições sub-humanas? De tão amontoados eles fazem escala para dormir em pé! Sem falar das necessidades fisiológicas, fome e sede. Por que razão eles estão presos? Eram muçulmanos, mas agora pertencem a Cristo. Helen Berhane que ficou conhecida no mundo todo por ter sido presa em um contêiner de metal na Eritréia por dois anos, foi presa sem qualquer julgamento ou acusação por seguir o cristianismo. Ela se encontra atualmente no Brasil divulgando o sofrimento dos cristãos de seu país.

Você sabia que no Vietnã, o Pastor Y Wo Nie foi preso em 18 de agosto de 2004, por liderar uma manifestação exigindo mais liberdade religiosa e a liberação dos bens confiscados pelo governo vietnamita? Ele foi condenado a passar nove anos na cadeia. Sua esposa só conseguiu conseguiu visitá-lo recentemente. 

Lembrar-se dos que sofrem por causa de Jesus Cristo é uma determinação bíblica. Não é algo opcional como se troca de roupa ou muda de canal na TV. Deus ensina a seu povo muitos mandamentos. Todas as vezes que nos deparamos com eles somos exortados a viver em retidão e experimentarmos os valores do Reino dos Céus enquanto peregrinos neste mundo. Somos ensinados a amar o nosso Senhor de todo o coração, de toda a nossa alma, e de todo entendimento. Este é o primeiro grande mandamento (Mateus 22.37).

Contudo, Deus também nos ordena amar o nosso próximo como a nós mesmos. Este é o segundo e grande mandamento. Destes dois mandamentos disse o Senhor Jesus, depende toda a Bíblia. É interessante notar a maneira bíblica como o Senhor utiliza sua Lei Moral para pastorear o seu rebanho. Assim como um pai corrige com amor o seu filho, Ele nos adverte contra o pecado de esquecermos aquilo que deve ser primordial em nossa vida cristã.

Um exemplo claro disso é quando Ele usa o verbo “lembrar” atrelado a um mandamento específico. Ou você acha que o 4º Mandamento se inicia com um “lembra-te” por acaso? Deus sabia que somos verdadeiros mestres quando o assunto é autossuficiência, que facilmente nos esquecemos de que toda a dádiva e dom perfeito vêm lá do alto (Tiago 1.17).

As sábias palavras de Agur revelam uma oração que todos nós deveríamos constantemente fazer: “Duas coisas peço que me dês antes que eu morra: Mantém longe de mim a falsidade e a mentira; Não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário. Se não, tendo demais, eu te negaria e te deixaria, e diria: ‘Quem é o Senhor? ’ Se eu ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus” (Provérbios 30.7-9).

Agur orou ao Senhor e pediu: “Dá-me apenas o que eu necessito”. Ele sabia o grande perigo de se colocar o coração nas riquezas deste mundo. Sua convicção era que se ele tivesse demais, poderia negar e abandonar a Deus perguntando com toda arrogância: “Quem é o Senhor? Eu não sei de quem vocês estão falando”.

É justamente por isso que não lembramos com facilidade e frequência dos nossos irmãos perseguidos. Enquanto eles estão presos e sendo maltratados por sua fé, nós estamos muito ocupados com nossos prazeres e nossa plena satisfação em nós mesmos. Enquanto o Senhor diz: “Lembrem-se dos que estão na prisão, como se aprisionados com eles; dos que estão sendo maltratados, como se fossem vocês mesmos que o estivessem sofrendo no corpo”, nós estamos militando nos sindicatos por melhorias salariais, lutando pela causa dos animais abandonados, ou gastando tempo escrevendo bobagens nas redes sociais. Isso não é bom! É terrivelmente pecaminoso! É se esquecer de um mandamento em que Deus exige de seu povo extrema prioridade.

Somente nos importaremos com a parte sofredora do Corpo de Cristo, se nós redescobrirmos nele o sentido da nossa fé aplicada a uma vida dedicada à glória de Deus. Apenas experimentaremos o sofrimento daqueles que estão presos por não negarem sua fé em Cristo se nós compreendermos o real significado de viver e morrer para Cristo.

Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’. "Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar? ’"O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’. Mateus 25:34-40

Cristãos perseguidos: Você ora por eles?

Alan Kleber Rocha

Saiba mais acessando:

Missão Portas Abertas

A Voz dos Mártires

Perseguição