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28 de abril de 2011

Maldição hereditária ou pecado pessoal?

Há alguns anos o meio evangélico perpetua uma confusa e prejudicial doutrina. Este ensino diz que: "apesar de você ter Jesus como o seu Salvador, e ser salvo, é possível que existam maldições hereditárias, ou seja, maldições por causa dos pecados de algum antepassado que não foram confessados e perdoados, e que conseqüentemente, ainda recaem sobre a sua vida". Então, com esta doutrina se conclui que "por isso, você não é abençoado, não prosperá, e por causa disso você tem doenças e males que não consegue se livrar, apesar de ser salvo", e quando ainda não insistem que há demônios dominando a vida do sujeito. Quem viveu, ou conhece alguém que crê nisto sabe do prejuízo que este falso ensino causa.

Seus defensores, geralmente, usam como base bíblica a passagem em que Deus declara que "visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem" (Êx 20:5). Li anos atrás um texto do Rev. Júlio A. Ferreira em que dizia que: a Bíblia mal interpretada torna-se a mãe das heresias! Façamos justiça ao significado do texto, interpretemos o texto dentro do seu contexto. Sabemos que esta ameaça pronunciada por Deus se refere aos que não eram salvos, e permaneciam na idolatria, desprezando ao único Deus vivo e verdadeiro, revelado o Deus da aliança - Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. A Escritura não está declarando que apesar de convertidos Deus ainda assim persistirá em amaldiçoar por causa dos pecados dos pais! A maldição é para aqueles que aborrecem ao Senhor, e não sobre os que o amam; porque sobre os que amam o Senhor, a misericórdia perdurará até mil gerações! (Keil & Delitzsch, Biblical Commentary on the Old Testament, pp. 117-118).

É verdade que alguns textos nas Escrituras declaram que o pecado dos pais tem influência sobre a vida dos seus filhos (Lv 26:39; Is 55:7; Jr 16:11; Dn 9:16; Am 7:17). Mas, isto deve ser bem entendido, pois não é uma referência à maldição hereditária, mas à persistência dos filhos de não abandonar os pecados dos pais. Quando uma cultura familiar se torna pecaminosa, dá-se origem a vícios que são aprendidos e reproduzidos. Sendo fiéis ao contexto histórico de toda a narrativa, perceberemos que estas passagens são exortações ao arrependimento, porque a punição era por pecados que tiveram origem nos pais, ou antepassados mais remotos, mas eram pecados ainda perpetuados e praticados por eles mesmos. Nisto percebemos que o cultivo duma cultura familiar corrompida por vícios, idolatria e imoralidades, pecados que são cometidos em família, ensinados pelos pais aos filhos trará a ausência das bençãos pactuais de Deus, mas, cada um será responsável por si, e enquanto não houver verdadeiro arrependimento não haverá transformação.

Esta idéia de maldição hereditária se fazia presente no meio do povo de Israel durante a antiga Aliança. Certamente eles aprenderam com o paganismo das nações vizinhas muitas práticas e crenças que eram abomináveis ao Senhor. Por isso, o profeta Ezequiel denuncia o pecado do povo por acreditar "que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram?" (Ez 18:2). Entretanto, após a repreensão segue a intrução do Senhor dizendo: "tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá (Ez 18:3-4). A argumentação do profeta continua em todo o contexto posterior, deixando bem claro que cada um é responsável pelos seus próprios pecados, e não será o filho punido por causa do pai, nem o pai por causa do filho (versos 5-22).

Até mesmo os discípulos de Cristo necessitaram ser corrigidos deste erro. Numa certa ocasião encontraram um jovem cego de nascença, e questionaram: "mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?" (Jo 9:2). A redundante resposta de Jesus fechou o assunto, ao dizer que: "nem ele pecou, nem os seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus" (vs. 3). Os males físicos e temporais são instrumentos da providência de Deus, para que a Sua glória se manifeste no meio do Seu povo escolhido, e assim, a Sua vontade se torne conhecida (Jo:9:35-39; Rm 8:28).

Quando os verdadeiros crentes caem em pecado, mesmo pecados graves e escandalosos, eles não são abandonados por Deus. Deus nunca desiste deles (Rm 8:31-39). Como um Pai restaura os seus filhos, os disciplina “porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos”(Hb 12:6, ARA). O apóstolo Paulo afirma esta mesma verdade dizendo que “quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo” (1 Co 11:32). É possível cair em pecado, mas é impossível cair da graça de Deus. O teólogo inglês J.I. Packer declara que "às vezes, os regenerados apostatam e caem em grave pecado. Mas nisto eles agem fora de seu caráter, violentam sua própria nova natureza e fazem-se profundamente miseráveis, até que finalmente buscam e encontram sua restauração à vida de retidão. Ao rever sua falta, ela lhes parece ter sido loucura."[Teologia Concisa, p. 224]. O pecado é corrigido individualmente.

Como individualmente pecamos, também somos chamados ao arrependimento! Não posso me arrepender por outra pessoa; entretanto, devo interceder por ela, se ela estiver viva. Não é possível pedir perdão pelos pecados dos meus filhos, nem irmãos, pais, avós ou qualquer outro antepassado. Pecado é confessado, e somente é perdoado pessoalmente. A Bíblia diz que as bençãos da Aliança acompanharão os nossos filhos, pois eles são filhos da promessa. Se você é filho de Deus, você é co-herdeiro com Cristo Jesus do amor de Deus (Rm 8:16-17), e esta é uma promessa para os seus filhos (At 2:39). Mas a Palavra de Deus não ensina que os nossos pecados serão cobrados dos nossos descendentes. Deus haveria de puní-los por uma irresponsabilidade nossa? A doutrina da maldição hereditária nega tanto a suficiência de Cristo, em perdoar graciosamente os nossos pecados, como a fidelidade de Deus em cumprir as promessas da Sua Aliança conosco e com os nossos filhos.

Para uma leitura sobre Batalha Espíritual, ambiente em que boa parte do ensino sobre "maldição hereditária" se desenvolve, recomendo:
1. David Powlison, Confrontos de Poder (Editora Cultura Cristã).
2. Augustus Nicodemus Lopes, Batalha Espiritual (Editora Cultura Cristã).

24 de abril de 2011

DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?

O Brasil tem testemunhado a violência que muitas crianças sofrem nas mãos de babás ou das creches. São filhos e filhas cuja mãe não possui mais tempo de estar com eles, pois optou por auxiliar o marido nas finanças do lar. Isso tem demonstrado que muitas criaças tem sofrido violência de todos os lados ou perdem a vida por um descuido ou displiscência. Houve o famoso caso em 2008 quando três casais perderam o filho no momento em que estavam numa creche. Na época o noticiário mostrou o sofrimento atroz e a busca de uma resposta para a tragédia impiedosa e desesperadora por parte dos pais. Como pai que sou sinto-me solidário para com essas famílias enlutadas.

Mas além da perplexidade, também refleti um pouco sobre o caso do pequeno Gabriel de 7 meses que possuía Refluxo Gastroesofágico, problema que provoca o vômito ou regurgitação do alimento. Era uma criança que requeria cuidados especiais e uma vigilância ininterrupta, principalmente quando estava dormindo. Não quero de forma nenhuma criminalizar os pais ou os funcionários da creche, isso cabe aos investigadores. Meu objetivo é pensar um pouco sobre de quem é a responsabilidade de cuidar de uma criança, principalmente nos primeiros anos de vida.

Hoje o mundo ocidental vive o frenesi do consumo fazendo com que o indivíduo busque mais e mais a prosperidade financeira. O desejo de ter para ser proporciona horas de trabalho exageradas, além de impulsionar a mulher ao mercado de trabalho juntamente com o marido. É aqui que esbarramos no dilema da criação dos filhos. É justo deixá-los a mercê das creches ou dos parentes próximos ou a responsabilidade cabe aos pais? Pensemos um pouco no que são os nossos filhos:

1. Filho é incompatível com o trabalho desenfreado. Não estou aqui condenando o trabalho pelo sustento. Até mesmo mães e pais solteiros ou divorciados precisam proporcionar o mínimo para a sobrevivência digna e honrada dos filhos. Mas acredito que não é correto abandoná-los em nome de encargos que tomam muitas horas do dia. Nesse contexto é que entra o papel da mãe como aquela que está próxima para proteger e criar. Infelizmente muitas mães sequer possuem um tempo reduzido com os filhos. O contato só ocorre quando a criança já está dormindo. Até mesmo os pais negligenciam o tempo de qualidade com a família em nome dos serões ou dos encontros com os amigos no final do expediente. A ausência certamente acarretará em problemas emocionais e sociais graves à criança no futuro.

2. Filho é prioridade das mães. Esse raciocínio é tão contundente que o Estado proporciona uma licença compulsória para que as mães possam exercer a maternidade sem interrupção. Muitas não sabem do sofrimento que os filhos vivem por conta da ausência diária que resulta num sentimento de desprezo. Quando se está diante da carreira e, ao mesmo tempo, da criação de um filho, não há como negar a prioridade deste filho acima das pretensões profissionais. Ninguém é obrigado a se tornar mãe, ninguém é obrigado a conceber, ninguém é obrigado a abandonar o trabalho para cuidar de crianças. Se alguém quer se dedicar ao trabalho e prosperar na vida financeira deve então, nesse caso, optar por não ter filhos. Se um casal procria, logo estão estabelecendo prioridades. Assim como Paulo afirmou que para o evangelista o melhor é continuar solteiro, eu afirmo que para as mulheres que preferem trabalhar na busca da realização pessoal ou para melhorar a renda do marido o melhor é não ter filhos. Parece uma afirmação dura, mas perceber o sofrimento de tantas crianças, adolescentes e jovens pela ausência dos pais, principalmente da mãe, isso sim é algo duro e chocante.

3. Filho é o nosso campo educacional. Muitos imaginam que a responsabilidade educacional do filho cabe à escola e à igreja. Isentam-se de ensiná-los a Lei do Senhor que direciona todo o olhar para o mundo em que vivemos. A cosmovisão cristã sempre é abafada pela mídia, pelo evolucionismo ateu e pela criação impessoal proporcionada pelas empregadas domésticas, creches ou professores. A disciplina, privilégio restritíssimo dos pais, é um bem negligenciado hoje em dia. Como o tempo com o filho é reduzido aos mirrados finais de semana, os pais, com crise de consciência, não aplicam a disciplina, ao contrário, oferecem uma tolerância prejudicial, desafeiçoada e desamorosa. Filhos que são entregues a si mesmos não desenvolvem o princípio de autoridade, noção que em muito prejudica o relacionamento com Deus. Não esqueçamos, a responsabilidade de evangelizar, de doutrinar, de transmitir conhecimento e de moralizar é prioritariamente dos pais. A igreja, a escola, o sábio conselho dos amigos e parentes são ferramentas periféricas que consolidam a educação no lar.

Eu sei que um texto como esse está na contramão da sociedade em que vivemos. Mas acredito que o futuro dos filhos dirá quem está com a razão. Não tenho medo de errar ao afirmar que vale muito mais um filho equilibrado e crente diante das dificuldades financeiras do que uma vida abastada com o filho desequilibrado e longe do Senhor. É por isso que a pergunta continua no ar: de quem é a responsabilidade?

Sola Scriptura.

19 de abril de 2011

Qual o mal em ver novela?

Procurando justificar esse hábito muitos cristãos geralmente fazem esta pergunta. Eles afirmam que ver novelas em nada atinge sua vida espiritual porque são extremamente maduros. Afirmam também que novelas são uma forma de lazer e entretenimento. Contudo, tais pessoas deveriam lembrar o seguinte:

(1) Nossa mente é como uma esponja. Ela absorve tudo o que vemos e ouvimos. Estas coisas são armazenadas no fundo da mente, e influenciam o íntimo do nosso coração, nossas reações, emoções, sentimentos e comportamento. Falsos conceitos e ideais repetidos várias vezes acabam se tornando verdadeiros quando falamos e agimos. É por esta razão que Paulo nos ordena ocupar a mente apenas com o que for proveitoso e edificante (Fp 4.8).

(2) As novelas em geral refletem aquilo que o homem tem de pior. Não é preciso muito esforço para se perceber que o enredo e roteiro das novelas e seriados brasileiros em sua grande maioria se baseiam na sensualidade, ambição, violência, fingimentos, poder e outras coisas descritas na Bíblia como sendo “obras da carne” ( Gl 5.18-21). A novela faz o crente “torcer” para que o “mocinho” realize a sua vingança, ou para que a “mocinha” consiga conquistar o seu amado, mesmo que seja casado.

(3) Assistir novelas em nada edifica o crente, e em nada contribui para seu crescimento espiritual. Nem mesmo traz alguma cultura ou conhecimentos. É perder tempo com “cultura inútil” e perigosa.  A Bíblia nos ordena “remir o tempo, pois os dias são maus” (Ef 5.16). Alguns argumentam dizendo que as novelas prestam um grande serviço de utilidade pública como por exemplo: conscientização sobre os riscos do alcoolismo e das drogas, violência doméstica, supostas psicopatias, racismo, etc. Essa sempre é a desculpa da maioria dos brasileiros que não gostam de ler livros, jornais ou revistas e que só acessam a internet para bisbilhotar fotos em redes sociais.

Tudo isso acima, aplica-se não somente às novelas, como outros tipos de programas, filmes ou sites que acessamos na internet. Lembre-se: as emissoras de TV não estão preocupadas com a vida espiritual e moral dos milhões de brasileiros; elas estão interessadas apenas em ganhar dinheiro. E é lamentável que o façam às custas de crentes que dão uma, duas, três horas por dia (ou até mais) para os canais de televisão.

O cristão estaria fazendo algo muito melhor se usasse o tempo das novelas para o culto doméstico, reuniões de oração e doutrina (muitos cristãos não vão mais a igreja no meio da semana porque supostamente estão cansados, mas na realidade não querem perder a sua novelinha preferida), a comunhão com os familiares, a leitura de livros edificantes. “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8).

Pr. Alan Kleber

14 de abril de 2011

É Bom que o Homem Não Toque em Mulher (I Cor. 7:1)

Esse é o texto que eu estava devendo para vocês! Pois bem. Tentarei discorrer em todo capítulo em poucas palavras. Ajudará na sua compreensão se você estiver com a Bíblia aberta ao seu lado em I Coríntios 7.

Paulo começa o texto respondendo algumas perguntas que lhe foram feitas por carta dos Coríntios para ele (v. 1), e afirma então que é bom que o homem não toque em mulher. Não sabemos quais foram as perguntas dos Coríntios a Paulo, mas sabemos que haveria um problema hermenêutico muito sério se Paulo estivesse falando sob qualquer situação, pois Deus disse antes mesmo da queda que não é bom que o homem esteja só (Gênesis 2:18); mas graças a Deus o próprio Paulo se explica dizendo que havia algo específico na sua mente para ele declarar aquilo: por causa da angustiosa situação presente (Note o contexto em Vv. 25-29). Tratava-se de um momento específico e único na história.

Que momento era esse? Precisamos entender que Paulo tem em mente o sermão profético de Jesus ao escrever essa carta. Quando Jesus declara ali: ai das grávidas e das que amamentam naqueles dias (Mateus 24:19) na espera do cerco e conseqüente destruição de Jerusalém, Paulo entende corretamente que as perseguições daqueles dias seriam sentidas mesmo bem distante da cidade, como, no caso, Corinto. Então as palavras de Paulo eram de preservação para a possível fuga que aconteceria naquele tempo, ou naquela geração (Mateus 24:34; note ainda em I Co. 7 os versos 28, 36,37).

Mesmo assim, ele deixa claro que aquele não é um mandamento, mas uma sugestão (veja os versos 9, 25, 28, 36, 40), mostrando que não haveria nenhuma contradição. Os versos 2 a 9 ensinam isso de uma maneira muito especial, afirmando, inclusive, que o casal casado deveria praticar muito sexo para que Satanás não tente por causa da incontinência (v. 5).

Nos versos seguintes (10 a 24) precisamos entender bem o contexto da Igreja de Corinto. Como uma Igreja recém plantada por Paulo, muitos homens e mulheres de Corinto foram convertidos ao Senhor sendo já casados. É desses casos que Paulo está tratando aqui. Mas vejam que argumentos sérios ele trás.

Paulo ensina em vários lugares (e Jesus também) que o casamento é indissolúvel (Mateus 19:6, Romanos 7:2), e é isso que ele afirma aqui nos versos 10 e 11: A mulher não se separe do marido... e que o marido não se aparte da mulher. Mas note também que existe uma coisa tão séria que pode haver a possibilidade de separação, mas não de novo casamento: (se porém vier a separar-se, que não se case ou se reconcilie com o seu marido).

Mas o que poderia ser tão grave que algo indissolúvel poderia ser quebrado? A desigualdade do jugo entre o casal! Não é demais repetir que essa desigualdade veio pela porta da conversão e não do casamento. Mas como o casamento é uma coisa séria, indissolúvel e santa, mesmo no jugo desigual, ainda se deve tentar manter o casamento (Vv. 12-14), mas se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã (V. 15).

Por um lado vemos a gravidade do jugo desigual (ele aprofunda ainda mais esse assunto em II Coríntios 6:14-7:1) a tal ponto de ser outro assunto, além da relação sexual ilícita (Mateus 19:9) que permite o divórcio.

Por outro lado, Paulo mostra a gravidade ainda maior do casamento, pois mesmo quando se divorcia ou aparta por causa do jugo desigual, o crente terá que viver sem relacionamento, nem mesmo no Senhor, a não ser na morte da outra parte.

Veja se não é isso que ensina o V. 39: A mulher está ligada enquanto vive o marido (mesmo depois do divórcio permitido) contudo, morrendo o marido fica livre para casar com quem quiser, (e como se trata de um crente agora) mas somente no Senhor. (Cf. Romanos 7:2-4).

Irmãos(ãs) e filhos(as), saibam que esse assunto é muito duro e que é preciso muito amor para falar abertamente sobre ele, pois a maioria tentará correr atrás de subterfúgios para se esconder da verdade. Isso não é de hoje. Quando os discípulos ouviam Jesus falando sobre esses assuntos, eles disparavam: se essa é a condição do homem em relação à sua mulher, não convém casar (Mateus 19:10).

Mas Jesus ama o casamento. Ele começou a história da humanidade afirmando não ser bom para um homem estar só. Ele termina a Revelação numa linda festa de casamento entre ele e sua amada Igreja. Ele inicia seus milagres numa festa de casamento. Ele retrata seu relacionamento com a Igreja dessa forma. Sua Palavra afirma que digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula (Hebreus 13:4). Sendo assim, continua a minha luta para que os jovens e adolescentes dessa geração aprendam com os erros de seus pais para não cometerem os mesmos.

No amor do Senhor,

                                                          Pr. Samuel Vitalino

12 de abril de 2011

Estariam Herodes e Faraó também endemoninhados?

marionete [1]A pergunta é puramente retórica. Aqueles que conhecem um pouco da história bíblica sabem que não. Ela foi feita, porém, como ponto de partida para pensar um pouco sobre uma afirmação que li em um blog, a de que Wellington Menezes de Oliveira, o cruel assassino das crianças na escola de Realengo – RJ, seria alguém insano e possuído por demônios.

A tragédia entristeceu o Brasil e não era para menos. O saldo de tamanha brutalidade são 12 crianças mortas e 11 que permanecem internadas. A sociedade está chocada e muitos começam questionar as causas. Teria o assassino algum distúrbio mental? Estava ele possuído por demônios? O crime foi tão bárbaro que muitos se negam a acreditar que alguém em sã consciência seja capaz de uma monstruosidade como essa.

Como cristão, não posso deixar de pensar em toda essa questão à luz da Palavra de Deus. Faço, então, algumas considerações:

1. A queda afetou profundamente o homem

Ainda que o homem tenha sido criado santo, à imagem de Deus (Gn 1.26-28), com a desobediência de Adão (Gn 3) todos passaram, a partir de então, a ser inclinados para o mal. Tudo aquilo que o homem deseja, pensa e faz, está afetado pelo pecado. Paulo, citando vários textos do Antigo Testamento, pinta um retrato nada agradável do homem pós-queda. Diz o apóstolo:

como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos – Rm 3.10-18 (grifos meus).

A isso chamamos “depravação total”, resultado da queda de Adão. Nesse ponto você, leitor, pode estar dizendo: “mas eu não me enquadro nessa descrição tão horrível”, e eu respondo: não seja tão apressado. Repare que o texto afirma peremptoriamente que “não há um sequer”, portanto, eu e você, inevitavelmente fazemos parte do grupo.

É claro que o conceito de depravação total diz respeito à extensão e não à profundidade, ou seja, a doutrina quer ensinar que o pecado afetou todas as faculdades do homem e não que o homem é tão mal quanto poderia ser. Apesar de todos serem potencialmente capazes das piores atrocidades, não são todos que as cometem e isso por pelo menos 3 razões: a) Mesmo com a queda, o homem é ainda imagem e semelhança de Deus, ainda que essa imagem esteja distorcida; b) A graça comum de Deus, que alcança até os que se opõem a ele, refreia o pecado; c) O Espírito Santo, por meio da Palavra, santifica aqueles que foram regenerados pelo Senhor.

Diante disso, afirmar, ou mesmo cogitar, que o assassino só poderia estar insano ou endemoninhado para cometer tal barbárie é subestimar o poder do pecado e a consequência do afastamento entre o homem e Deus. O homem não precisa da ajuda do diabo para manifestar sua maldade inerente. Ele é capaz por si só, e muitas vezes o faz quando tem oportunidade.

2. As ações são resultado dos desejos do coração

Em um texto anterior demonstrei que o homem é governado pelo seu coração. Esse ensino é abundante nas Escrituras, o que controla o coração controla o homem. Salomão, com a sabedoria que lhe era peculiar escreveu que “como na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem, ao homem” (Pv 27.19). Jesus enfatizou que do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt 15.19).

Há quem diga que o homem é aquilo que ele come, referindo-se à saúde do corpo. A verdade bíblica, porém, é que o homem é aquilo que ele crê (e isso engloba também a forma como se relaciona com os alimentos). As ações são resultado de convicções, e as convicções resultado daquilo que controla o coração.

Muitos tentam desculpar o homem apontando para as questões sociais ou culturais como causa do “comportamento inadequado”, porém, mesmo sabendo que essas questões podem influenciar, elas não são determinantes, antes, tais circunstâncias servem para revelar o que está latente no coração do indivíduo que acaba por agir em conformidade com ele.

Demonstrarei isso de forma prática com duas histórias que também envolvem o assassinato de crianças, ambas dos personagens citados no título, Herodes e Faraó.

A Bíblia relata que por ocasião do nascimento de Jesus alguns magos chegaram a Belém inquirindo sobre o nascimento do Rei dos judeus. Herodes ficou alarmado com a notícia e mandou que os magos o avisassem. Quando percebeu que os magos o haviam iludido, pois foram divinamente advertidos em sonho, enfureceu-se e mandou matar todas as crianças abaixo de dois anos (cf. Mt 2.1-18).

O que governava o coração de Herodes era o desejo de permanecer sendo rei. Sua convicção era a de que qualquer ameaça à sua condição de rei deveria ser eliminada, e foi isso que tentou fazer, mandando matar as crianças.

A segunda história é bem anterior a essa, aconteceu logo depois que José, filho de Jacó morreu. O livro de Êxodo afirma que logo após sua morte, levantou-se um novo rei no Egito que não conhecia a José. Ele começou a preocupar-se com o crescimento dos hebreus e temendo que o povo, em vindo a guerra, se ajuntasse aos seus inimigos e saíssem da terra, mandou colocar feitores sobre o povo para afligi-lo. Porém, quando mais afligido, mais o povo crescia. O rei arquitetou então outro plano, mandou que as parteiras matassem todos os meninos que nascessem das hebréias, o que não aconteceu somente porque as parteiras foram desobedientes (Ex 1.1-22).

O que governava o coração do rei era o desejo de continuar dominando os hebreus. Sua convicção era a de que nada poderia atrapalhar isso e sua ação foi para que seu intento prevalecesse.

As histórias confirmam ainda mais a tese de que o homem é governado pelo seu coração quando percebemos que os guardas, temendo Herodes, mataram as crianças, enquanto as parteiras, por temer ao Senhor, desobedeceram ao rei.

Em nossos dias não é diferente. Os homens bomba muçulmanos explodem-se em atentados terroristas convictos de que receberão como recompensa vinho e 72 virgens. Certamente o assassino do Rio tinha também suas motivações, ainda que não saibamos quais eram e talvez nunca venhamos saber. Uma coisa é certa, atribuir o assassinato a distúrbios mentais ou a endemoninhamento implica em retirar dele toda a responsabilidade moral pelo ato.

3. Devemos ter cuidado com o nosso coração

Quando nos deparamos com um crime tão bárbaro como esse do Rio os sentimentos se misturam. Tristeza, revolta e ira, são apenas alguns deles, mas, diante do Senhor, devemos examinar nosso coração. Esse exame deve levar em consideração algo que vai além desta tragédia e deve ser abrangente o suficiente para abraçar outros acontecimentos ao redor do mundo, que são igualmente tristes e revoltantes.

Nosso coração é enganoso e pode pregar uma peça nada engraçada nos fazendo impactar com este evento e, contudo, expressar sentimentos que não tem direta relação com a glória de Deus e a compaixão com o próximo. Podem, antes, expressar um coração que, em seu egoísmo, pensa de si mesmo ser alguém que é melhor e procura desesperadamente alguém pior do que ele mesmo! O que estou tentando dizer é que a forma como lidamos com o pecado alheio pode revelar que, no fundo, achamos que somos capazes por nós mesmos de não fazer coisas semelhantes. Uma história que acho formidável e que revela um coração consciente da sua pecaminosidade e do cuidado de Deus envolve o pastor presbiteriano Matthew Henry. Conta-se que, ao voltar da universidade onde lecionava foi assaltado e fez a seguinte oração:

“Quero agradecer, em primeiro lugar, porque eu nunca fui assaltado antes. Em segundo lugar, porque levaram a minha carteira, e deixaram a minha vida. Em terceiro lugar, porque mesmo que tenham levado tudo, não era muito. Finalmente, quero agradecer porque eu fui aquele que foi roubado e não aquele que roubou”.

A percepção de Mattew Henry é perfeita. O que o diferenciava do ladrão era a maravilhosa graça de Deus que o havia regenerado e o conservava firme.

Devemos estar também muito bem conscientes disso. Aquele que é o único com poder para transformar um coração de pedra em um de carne (Ez 36.26) é o mesmo que nos ordena a guardar a Palavra nesse novo coração a fim de não pecar contra ele (Sl 119.1). É ele também que nos exorta a confiar nele, abandonando a autoconfiança, ao invés de presumirmos estar de pé por nossos próprios méritos, arriscando-nos a cair (1Co 10.11-13).

Para terminar...

Minha oração é para que o Deus de toda a consolação guarde e console o coração dos familiares e amigos das vítimas e para que o Senhor nos dê plena convicção de que, pecadores que somos, estamos sujeitos a atitudes também horríveis, a não ser que sejamos plenamente sustentados por sua graça e misericórdia.

Que agradeçamos ao Senhor porque se outrora éramos escravos do pecado, fazendo a vontade da carne e estando sob a justa ira de Deus, pela sua infinita graça, viemos a obedecer ao Evangelho e tivemos as disposições do coração corrupto modificadas, a fim de podermos servir de coração ao Redentor.

Que entendamos, sinceramente, que o que nos diferencia de homens que cometem esse tipo de atrocidade não é a nossa bondade em relação à maldade deles, mas a graça de Cristo Jesus que nos sustenta.

Que proclamemos que o Deus que nos redimiu é poderoso para salvar todos aqueles que, arrependidos, se achegam a ele pela fé. Lembre-se que o maior pregador cristão, Paulo, perseguia e matava os crentes, até que foi transformado pelo Senhor. Há redenção em Cristo Jesus!

Que busquemos, pela Escritura, conhecer mais o Redentor e que vivamos plenamente para sua glória e louvor.

Milton Jr.


[1] Sou devedor aos meus amigos Alan Rennê, Filipe Fontes, Jônatas Abdias e Ricardo Moura pela leitura que fizeram do texto antes de eu publicá-lo e pelas considerações importantíssimas para o resultado final.

8 de abril de 2011

07 de Abril de 2011 - Dia Nacional do Pranto

“Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21.4).

Temos razões suficientes para dizer que dia 07 de abril foi o Dia Nacional do Pranto. Um rapaz sem antecedentes criminais entrou numa escola e, identificando-se como um palestrante, entrou numa sala e começou a atirar nos alunos. De acordo com relatos de testemunhas, ele chegou a enfileirar alunos na parede e atirava para ceifar as vidas, principalmente das meninas. O país inteiro chorou a morte trágica de crianças e adolescentes inocentes vitimados por um coração corrupto e cheio de egoísmo.

O dia começou com pranto. Pranto dos alunos e alunas que viram colegas de turma ser assassinados a sangue frio. Pranto dos professores que nada puderam fazer diante do ódio atroz, a não ser fechar as portas e empilhar móveis para obstacular o agressor. O pranto também foi visto nos olhos tristes de mães desesperadas procurando notícias dos filhos e filhas. O pranto marcou o dia dos vizinhos que fizeram o que puderam para ajudar as dezenas de crianças feridas, algumas gravemente. O pranto envolveu até mesmo os profissionais da saúde que testemunharam a vida de algumas crianças escoar entre os dedos, sem que nada mais pudesse ser feito.

Esse triste ocorrido deve nos levar a pensar em muitas coisas. Dependemos tão somente de Deus. Um assassino inescrupuloso poderia entrar em qualquer ambiente público e fazer a mesma coisa. Qualquer um de nós é vítima em potencial. A Palavra diz que “somos entregues à morte o dia todo” (Rm 8.36). Não confiemos nos homens; somente em Deus devemos depositar nossa confiança e temor. A maldade está recrudescendo. À medida que nos aproximarmos da volta de Cristo, os homens serão cada vez mais exercitados na maldade e no pecado. Paulo faz uma descrição impressionante da corrupção dos homens nos últimos dias em 2 Timóteo 3. Coisas que jamais imaginávamos que ouviríamos estão acontecendo todos os dias. Precisamos arrumar a casa. Será que estamos preparados para sofrer se necessário for? Se você mantiver comunhão com o Senhor, certamente conseguirá suportar qualquer situação difícil. Será que estamos preparados para a volta de Cristo que é iminente? Não seja surpreendido pela volta de Cristo envolvido com o pecado. Santifique-se, para que, na volta de Cristo, você não tente se esconder, mas parta ao seu encontro com santa confiança e profunda alegria (1Jo 2.28).

Voltando ao triste acontecimento no Rio de Janeiro, pelo menos o pranto foi aliviado pelo vigoroso testemunho de uma menina que reconheceu ali a providência divina em sua vida. Depois de pensar o tempo todo: “morri” e “agora eu vou morrer”, “por que eu tenho que morrer tão nova?”, após a morte do agressor, prorrompeu em gratidão: “Senhor Deus, eu te amo e te agradeço por me salvar”. Quanto às famílias enlutadas, resta-nos apenas orar ao Pai e pedir que estanque o pranto que ainda derramam. Que creiam em Jesus, para que desfrutem da promessa bíblica de que ele enxugará dos nossos olhos toda lágrima (Ap 21.4).

Pr. Charles

4 de abril de 2011

Pelo que devemos orar?

clip_image002Aos santos peregrinos leitores, aqueles que estão no caminho de graça e paz rumo à casa do nosso pai celeste. Saudações.

Nesse post quero refletir um pouco mais sobre nossas orações. Digo um pouco mais porque o assunto foi tratado no post “Por que Calvinistas não Orariam do meu nobre, estimado e sábio colega Rev. Ewerton B. Tokashiki, o qual recomendo ler se ainda não o fez.

Temos visto que mais e mais os cristãos estão perdendo o foco de suas orações e petições. Além da conhecida frase “a reunião de oração morreu ou esta morrendo”, quero ressaltar que os motivos e desejos espirituais dos crentes em relação à suas vidas e à Igreja estão cada vez mais superficiais. Raramente, nas reuniões de oração, ouvimos um irmão voluntariamente orar por crescimento e compreensão espiritual.

Podemos ver em algumas epístolas paulinas que umas das petições, desejos, orações do apóstolo Paulo, era o crescimento espiritual dos crentes.

Na carta aos Efésios (Ef. 1.15-23), depois de agradecer a Deus pela fé e amor dos seus leitores, ele pede por compreensão espiritual (v.17).

Paulo ora pela igreja (v.16) destacando a prerrogativa da filiação que ela tem com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo (v.17). Calvino define esse pedido de Paulo com as seguidas palavras: “que Deus, o glorioso Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, seja vosso[1].”

Paulo sabia que só Deus, por meio do Espírito Santo, poderia dar aos crentes sabedoria e conhecimento espiritual. Ele sabia que seus ouvintes eram “carentes e dependentes” das REVELAÇÕES ESPIRITUAIS para viverem de modo digno de sua alta vocação.

“Paulo, pois, pede por seus leitores que recebam uma crescente porção de sabedoria e pleno conhecimento. Combine as duas virtudes e se notará que ele está pedindo que fosse dada aos crentes uma percepção mais profunda do significado do evangelho e uma visão mais clara da vontade de Deus para suas vidas, capacitando-os, em todo tempo, a fazer uso dos melhores meios de se alcançar o alvo mais elevado, a saber, a glória do Deus Triúno”[2].

Paulo também menciona esse desejo aos crentes de Colossos (Cl 1.9): Por esta razão, desde o dia em que o ouvimos, não deixamos de orar por vocês e de pedir que sejam cheios do pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda sabedoria e entendimento espiritual.” (NVI).

Para refletirmos:

Caro amigo, se existe algo que todos os crentes em Jesus Cristo precisam desesperadamente e pelo qual devem sempre orar é por sabedoria e compreensão espiritual.

Temos observado o caminhar da Igreja, e não é nada animador. Até mesmo aquelas denominações tradicionalmente defensoras da Sã Doutrina não estão sendo tão sãs assim.

Os falsos profetas televisivos, com suas profetadas descaradas, têm confundido a muitos. Não são poucos os crentes que assistem esses falsos profetas e depois, ao “assistir” o culto em suas igrejas, questionam e armam contendas com aqueles que lhes ministram a Sã Doutrina!

Quando o crente tem compreensão espiritual a sua vida muda, os seus valores mudam, o seu relacionamento com as pessoas muda e, principalmente, sua vida com Deus muda.

Spurgeon disse: Toda revelação (compreensão espiritual genuína de Deus) tem sobre si esta marca: ela faz com que Deus pareça mais glorioso.[3]

Quando compreendemos quem é Deus, quem nós éramos, o que somos e o que temos em Cristo Jesus, vivemos mais e mais para o louvor de Sua glória.

Compreensão espiritual é fundamental para definir a nossa prática.

O avivamento na Igreja só vem pela compreensão espiritual, a igreja só cresce verdadeiramente quando tem compreensão espiritual, você e eu só crescemos na fé, no testemunho, na fidelidade, na vitória contra o pecado, quando temos compreensão espiritual.

Para você que acha que a sua compreensão espiritual esta satisfatória, Paulo insiste: “no pleno conhecimento dele”.

Deus tem muito mais para nós do que podemos imaginar. Ele quer que cheguemos a “Estatura” de Cristo, quer o melhor para nossa vida e não se satisfaz com pouco. Ele mesmo deu tudo quando morreu por nós na Cruz.

Paulo disse: “Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.” (1Co 13.12).

Jesus se deu plenamente, Ele amou plenamente, nos salvou plenamente, nos perdoou plenamente e nos deu plena revelação para vivermos plenamente conforme a alta vocação de sermos seus seguidores (leia 2Pe 1.3-7).

Paulo continua pedindo pelos crentes! Agora ele usa uma expressão que fala sobre o mais íntimo do nosso ser: “Iluminados os olhos do vosso coração” (v. 18). Ele sabia que é do coração que vêm as motivações e direção da vida, daí a expressão. Nas Escrituras o “coração” é considerado o próprio centro e âmago da vida. O autor de provérbios escreve: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem às fontes da vida.” (Pv 4.23).

Considere: Antes estávamos nas trevas, apagados pelo pecado, agora estamos acesos, iluminados pelo Espírito Santo, passamos a compreender as coisas espirituais que antes estavam encobertas e fomos feitos luz do mundo.

Amado leitor que você ore sempre pelo seu crescimento espiritual e da sua Igreja. Que tenha sempre uma disposição para ler, meditar, estudar a Palavra e aplicá-la em toda a sua vida, e que assim o “Pai da Glória” seja mais e mais honrado e glorificado por você.

Grande abraço, Deus te abençoe.

Eduardo Ferraz


[1] Efésios – Série Comentários Bíblicos – João Calvino. Ed. Fiel.

[2] Efésios – Comentário do novo Testamanto William Hendriksen. Ed. Cultura Cristã

[3] Pérolas para a Vida. Ed. Vida Nova.