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6 de dezembro de 2012

QUE APROVEITA AO HOMEM GANHAR O MUNDO INTEIRO E PERDER A SUA ALMA?


Este foi o texto da Escritura Sagrada que veio à minha mente ao tomar conhecimento da morte do brilhante Oscar Niemeyer. Ateu convicto, este amante das curvas foi um comunista militante cuja esperança se restringiu aos postulados da esquerda política e filosófica. Um homem que deixou um legado arquitetônico sem precedentes em nossa ultra-modernidade.

Reconhecido como gênio da arquitetura, Niemeyer é celebrado e até cultuado por milhares de arquitetos e acadêmicos espalhados pelo mundo. E não é para menos, suas obras são marcantes e desconcertantes diante daqueles que contemplam. O abandono pelas retas e o abuso nas curvas fez deste homem um semeador de prédios, espaços e esculturas que dividiu o conceito de arquitetura moderna. Foi ousado em suas escolhas e simples em seu cotidiano, ingredientes que fizeram dele uma pessoa querida e admirada por todos os que conviviam ao seu lado.

Mas tudo indica que em meio a tudo isto o ateísmo imperou. E embora este talvez fosse para ele um ponto sem muita importância, contudo este ponto sem importância vai fazer uma grande diferença imortal. Morrer sem Cristo pode ser um aspecto ignorado por muitos aqui neste mundo, mas na vida após a morte torna-se o único aspecto para se lamentar por toda a eternidade.

Quem sabe neste mesmo dia da morte de Niemeyer tenha morrido algum mestre de obras absolutamente desconhecido, alguém que não tinha fama nem dinheiro, alguém que só tinha a Cristo como seu Senhor e Salvador, alguém que cria e glorificava ao Senhor Deus. O mundo não sabe da sua morte, e talvez nunca saberá, entretanto neste exato momento não faz nenhuma diferença a fama de Niemeyer ou o anonimato do crente desconhecido vividos neste mundo, a diferença crucial será o tipo de eternidade que cada um viverá.

É aqui que o texto em Marcos 8: 36 possui grande importância, ou seja, é como eu sempre gosto de afirmar: Nada com Deus é tudo e tudo sem Deus é nada! Simples assim, tão simples como o questionamento do Senhor Jesus: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?"

Sola Scriptura

23 de novembro de 2012

Por que relutamos em pregar o evangelho?


Jerram Barrs, em seu livro “A Essência da Evangelização” (Editora Cultura Crtistã) demonstra que, em geral, somos relutantes para pregar o evangelho às pessoas. É fácil perceber isso. Procure se lembrar agora da última vez em que a igreja foi convocada a evangelizar o bairro. Quantas pessoas participaram? Qual a porcentagem da igreja que se envolveu no projeto? Procure se lembrar de quando foi oferecido curso de evangelismo na igreja. Quantas pessoas mostraram interesse? Apenas uns quatro ou cinco. Isso é ou não é relutância?

O nosso problema é que nossa relutância não combina com a natureza das obras de Deus para alcançar os pecadores. Deus não é relutante em perdoar pecados e em salvar pecadores aos quais ele amou soberanamente. Ele, pela sua graça, escolheu, antes da fundação do mundo, os alvos de seu bem-querer, enviou seu Filho para morrer no lugar deles, enviou o Espírito Santo para, em ocasião própria, chamar de forma eficaz os seus amados das trevas para a luz, derrotou o inimigo que antes escravizava e consumará a obra de salvação no último dia para o louvor da glória da sua graça, ressuscitando os que já partiram com Cristo e transformando os que estiverem vivos quando Jesus voltar.

Deus não é relutante, mas a igreja o é. Quando Jesus ascendeu às alturas, disse que os discípulos seriam suas testemunhas em Jerusalém, na Judéia, em Samaria e até os confins da terra (At 1.8). No entanto, a igreja só se espalhou quando ocorreu a dispersão em consequência da terrível perseguição chefiada por Saulo. Assim o evangelho chegou a Samaria e outras partes do mundo. Mas por que precisaram de uma perseguição para sair pregando o evangelho? Bastava obedecer à ordem de Cristo. Deus não é relutante em espalhar a mensagem do evangelho. Você já reparou como o Senhor conduziu cada passo de Filipe até que ele pregasse ao eunuco? (At 8.26,27). O problema a igreja de Jerusalém naqueles dias é o mesmo do nosso hoje: a relutância em pregar, talvez por timidez, vergonha, tipo de personalidade, culpa paralisante, mas a razão verdadeira é que somos pecadores e sujeitos a esse tipo de torpor espiritual. Deus não quer que sejamos relutantes no cumprimento da sua missão de encher a terra com a sua glória.

É hora de percebermos que a relutância em evangelizar é absolutamente incompatível com a graça do evangelho! Pensemos na beleza do evangelho. Ele é o poder de Deus em operação para a salvação de todo o que crer, independente da nacionalidade. É Deus tomando a iniciativa de ir atrás do pecador morto em seus pecados e incapaz de se aproximar, envolvendo-o com seu Espírito vivificador, que lhe dá compreensão da magnitude da obra redentiva realizada por Cristo na cruz do Calvário. Poder participar do processo de salvação de uma pessoa é um privilégio! Então não sejamos relutantes. Sejamos prontos a atender ao mandamento do Senhor de sermos sal e luz neste mundo mergulhado em trevas e sem sentido. Ore, use a Bíblia, seja claro ao dizer o que Deus fez para nos salvar do juízo, ajude seu próximo a refletir sobre sua vida com Deus, use a sua maneira de viver como testemunho poderoso da obra de Deus.

Concluindo, longe de nós a relutância para evangelizar. Preguemos, não movidos por sentimento de culpa ou por constrangimento, mas pela alegria de ser cristão, que é a melhor coisa do mundo. Sejamos relutantes, mas apenas em desobedecer a Deus. Que a sua graça esteja sempre sobre nós!

Pr. Charles

30 de outubro de 2012

44 Teses Para Hoje - Reforma Já!


1)   Rejeitamos a Teologia da Prosperidade, pois ela tem, antes, contribuído para uma falsa compreensão do evangelho da auto-negação de Jesus Cristo

2)   Rejeitamos os ministérios centralizados em homens que destoam do Princípio Bíblico que Cristo deve crescer e nós, diminuir

3)   Rejeitamos as novas revelações do Espírito, pois temos entendido pela Palavra de Deus que a Bíblia é tudo o que precisamos em matéria de fé e prática

4)   Rejeitamos o fundamentalismo ascético que impede o povo de Deus de usufruir com domínio próprio a liberdade cristã pela qual Cristo deu o seu próprio sangue

5)   Rejeitamos os cultos-show como se devêssemos cultuar com o fim de agradar e entreter pecadores, em lugar de faze-lo ao único que se interessa completamente pelo culto: o próprio Deus

6)   Rejeitamos o Mercado Gospel com todos os danos que ele tem causado à simplicidade do evangelho de Jesus

7)   Rejeitamos o reducionismo teológico que tem embrutecido o povo de Deus que se contenta hoje com frases e jargões sem sequer entender o que eles dizem

8)   Muitos desses jargões são tão contraproducentes quanto heréticos, pois partem de uma visão humanista da Escritura

9)   Alguns exemplos desses jargões: “Deus vai te honrar”, “Eu creio”, “Tá amarado”, “Eu recebo”, “Somos cabeça e não cauda”, “Quero tocar nas vestes do Senhor”, sendo que essa lista poderia ser muito mais exaustiva

10) Rejeitamos toda e qualquer doutrina de homens que não tenham base na Escritura, apenas, e conclamamos o povo de Deus a voltar-se para a Palavra, não confiando cegamente em pastores, pois a Bíblia diz: “Seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem”

11) Rejeitamos a teologia triunfalista que tem, antes, contribuído para um descontentamento do povo de Deus, que deveria amar a sua providência e ter por motivo de toda alegria o passar por provações, pois aprendemos com Tiago que “as provações produzem perseverança”

12) Rejeitamos a tendência de muitos crentes em procurar Cristo por causa de curas, milagres e coisas desse gênero e não por aquilo que ele é, independentemente de recebermos qualquer coisa dele, além da salvação

13) Rejeitamos a teologia que atribui a salvação ao homem e não totalmente a Deus, pois “quem jamais resistiu a sua vontade?”

14) Essa tendência teológica é tão absurda que rouba a glória de Deus e a coloca no homem, mas somos lembrados que não nos cabe gloriar em nada, pois somos “salvos pela graça por meio da fé, e isso não vem de nós, é dom de Deus, não vem de obrar para que ninguém se glorie”

15) Rejeitamos também a tendência de crer nessa verdade e com isso nos tornar preguiçosos culpando a soberania de Deus pela nossa letargia e falta de coragem de pregar o evangelho como devemos fazer, cumprindo a missão que Jesus nos deixou de “pregar o evangelho a toda criatura”

16) Rejeitamos todos os apóstolos modernos, pois a Bíblia encerrou o ministério apostólico com aqueles homens mencionados como tais na Escritura para que a sua Palavra fosse fundamentada pela doutrina deles, que a receberam por revelação direta do Senhor Jesus

17) Rejeitamos com eles, todos os títulos que tendem a trazer algum tipo de confusão ao povo de Deus, tais como: Patriarca, Sacerdote, Levita, Reverendo, Bispo (usado de maneira equivocada) e tantos outros que podemos nos acostumar e que dizem de nós aquilo que não somos

18) Rejeitamos toda a pompa eclesiástica que trás de volta ao culto a Deus elementos do cerimonialismo judaico em detrimento da simplicidade do Novo Testamento, depois que o véu do templo se rasgou para nos apontar um novo e vivo caminho, em Jesus

19) Rejeitamos o comprometimento político de muitos crentes que têm trocado o evangelho por votos, a cruz por cargos, o ministério por empregos, Jesus por salários

20) Rejeitamos ser irmanados pelos sensos e pesquisas aos grupos e seitas pseudo-cristãs como as assim chamadas Igrejas neopentecostais, elas têm confundido não apenas o povo de Deus com suas falsidades e enganos, mas têm dificultado o avanço do verdadeiro evangelho, sendo, antes sinagogas de Satanás do que igrejas de Jesus

21) Rejeitamos seus líderes e os conclamamos ao arrependimento, pois “de Deus não se zomba, o que o homem semear, isso também ceifará”

22) Rejeitamos a ideia de não poder falar contra pastores e líderes religiosos em nome do culto à diferença; Jesus e os Apóstolos de verdade se deixaram questionar pois não tinham medo da verdade

23) Paulo disse que se ele mesmo pregasse outro evangelho fosse anátema, João afirmou que deveríamos provar os espíritos para saber se eles procedem de Deus; Pedro informou que homens são ávidos por deturpar as Escrituras e deveríamos ter cuidado e que é preciso fazê-los calar; Tiago e Judas nos alertaram contra homens que se introduzem como ovelhas, mas são lobos; finalmente, Jesus mesmo disse: “acautelai-vos dos falsos profetas”

24) Amamos a liberdade de culto e de religião e lutaremos por ela com todas as forças que possuirmos, sem jamais deixar de pregar o evangelho e mostrar a diferença, pois não podemos confundir liberdade religiosa com ecumenismo

25) Rejeitamos as catedrais e o resgate do conceito de templos no meio do povo de Deus, pois Jesus Cristo se autodenominou o templo que foi reerguido em três dias, quando ressuscitou dentre os mortos e estabeleceu que nem em Jerusalém e nem em Samaria seria o lugar do culto a Deus, mas onde quer que ele seja adorado em Espírito e em Verdade

26) Lutamos pelo resgate da pregação simples das Escrituras, onde Cristo é o centro de todas as coisas, e não o homem

27) Lutamos pelo resgate da doutrina pela justificação pela fé, somente

28) Lutamos para resgatar o papel profético da Igreja com base na Palavra de Cristo e não nos devaneios de homens que apenas gritam
palavras de ordem e têm uma legião de soldadinhos nas suas guerrilhas forjadas e encenações patéticas

29) Lutamos pela centralidade da Pregação e uso exclusivo dos conhecidos elementos de culto, tais como oração, leitura da Palavra e cânticos de louvor a Deus; rejeitando assim todas as inovações que não têm base na Palavra de Deus

30) Lutamos pelo Princípio Regulador do Culto, tal como estabelecido por Deus pela pena de Moisés: “Tudo o que eu te ordeno observarás, nada acrescentarás ou diminuirás”

31) Lutamos pela liberdade na vida onde podemos usufruir de todas as bênçãos de Deus com liberdade, sem, entretanto, dar ocasião à carne

32) A chave para essa liberdade é encontrada na observância do fruto do Espírito: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”

33) Lutamos pelo resgate da disciplina amorosa na igreja de Deus, pois o povo de Deus precisa voltar a ter temor em relação ao pecado; em outras palavras: pecado precisa ser chamado de pecado

34) Ensinamos que os mandamentos de Deus devem ser observados não como meio de salvação, mas como resposta à ela, uma vez que “Deus de antemão preparou as boas obras para que andássemos nelas”

35) Ensinamos ao povo de Deus a amar a Deus sobre todas as coisas, inclusive nas piores circunstâncias que passarem

36) Lutamos pelo resgate do conceito perdido do Dia do Senhor

37) Lutamos por ensinar crianças e jovens a respeitarem seus pais e os obedecerem em todas as áreas de suas vidas, inclusive naquelas áreas que a modernidade têm feito de jovens crentes cada vez mais independentes e, portanto, menos felizes e mais propensos ao erro

38) Ensinamos que não herdarão o reino de Deus os que praticarem de forma contumaz pecados que devem ser chorados pelo povo de Deus, pois sem a santificação ninguém verá o Senhor

39) Ensinamos que Deus julga o coração e não apenas os atos, por isso devemos cuidar do que nossos olhos veem, do que nossos ouvidos ouvem e que vem à nossa mente, passando a pensar “em tudo o que é puro, amável, respeitoso e de boa fama”

40) Rejeitamos a tendência de relativizar pecados: pirataria é furto; pornografia é adultério; meia verdade é mentira; descontentamento é cobiça

41) Rejeitamos o pragmatismo de pensar que tudo depende dos resultados, pois “não depende de quem quer, mas de Deus derramar a sua misericórdia”, e “o crescimento procede de Deus”

42) Rejeitamos o culto à relevância, pois nada há mais relevante que aquilo que Paulo se recusava a fazer diferente: “nós pregamos a Cristo crucificado; escândalo para os judeus, loucura para os gentios, mas para nós, que cremos, é poder de Deus e sabedoria de Deus”

43) Chamamos o povo evangélico para uma reflexão séria sobre essas coisas, pois não podemos esquecer que “muitos naquele dia ouvirão: apartai-vos de mim os que praticais iniquidades”, mesmo que digam: “Senhor, Senhor, em teu nome fizemos milagres, expulsamos demônios e profetizamos”

44) Chamamos os que não conhecem a Jesus como Salvador a não se impressionarem com as loucuras evangélicas dos nossos dias, mas a abraçarem a fé simplesmente de Jesus, pois “não há outro nome em cima nos céus ou embaixo, na terra, pelo qual importa que sejamos salvos”

7 de outubro de 2012

Desejos que podem matar

coração (3)“Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte” (Tiago 1.14,15 - NVI).

Tiago nos ensina sobre a dinâmica do pecado. Conquanto muitas vezes queiramos dar desculpas para nossas ações pecaminosas, a verdade retratada nesse texto é que pecamos por causa dos desejos do nosso coração. Atente, porém, para um detalhe. Tiago não está falando de qualquer desejo, mas daquele que ele qualifica como “mau desejo”.

Podemos pensar sobre o “mau desejo” em dois sentidos: primeiro, é mau desejo tudo aquilo que é diretamente proibido pela lei de Deus. Só para exemplificar, o desejo de adulterar é em si mau, pois é explicitamente contrário à santa Lei de Deus.

Porém, há outro sentido que devemos considerar. Bons desejos podem tornar-se maus, quando queremos que se concretizem custe o que custar. A Bíblia não proíbe que os filhos de Deus desejem coisas lícitas, mas quando começamos a ser “controlados” por elas a ponto de pecar para conseguir o que queremos ou pecar por não ter conseguido o que queremos significa que um bom desejo tornou-se um mau senhor. Não é sem razão, portanto, que o Senhor Jesus adverte que “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.21).

Quando estamos com os olhos fixos somente nos desejos do coração, acabamos por ignorar as ordenanças do Senhor. Permita-me ilustrar isso.

Sempre gostei muito de mergulhar. Quando coloco máscara, canudo (snorkel) e pés de pato (nadadeiras) e me lanço ao mar, quase me esqueço da vida “aqui fora”. Quando eu era ainda um adolescente, costumava pegar, com amigos, peixinhos ornamentais para vender a um revendedor de peixes de aquário, que havia em minha cidade. Alguns peixes eram mais caros e quando encontrávamos um desses era uma grande alegria. Um dia foi a minha vez de achar um desses. Ele era lindo e logo pensei no dinheiro da venda (que hoje reconheço que não era tanto assim... rs) e no prazer de capturar um daqueles. Tomei fôlego, prendi a respiração e mergulhei atrás. Era um peixe arisco! Eu cercava por um lado com a mão, tentando levá-lo à direção da “redinha” que estava do outro lado e ele se escondia atrás de alguma pedra. A vontade de ter aquele peixinho era tanta que me esqueci de uma lei básica: sem oxigênio eu morro! Quando me vi já quase sem fôlego e olhei para cima, os poucos metros de água até a superfície pareciam quilômetros. Tive de nadar muito rápido e cheguei à superfície ofegante. O desejo pelo peixe me fez esquecer uma lei e isso poderia ter me levado à morte.

Creio que é isso que Tiago está ensinando. O mau desejo me leva a desprezar a lei de Deus e eu peco para consegui-lo ou por não tê-lo conseguido. O que se segue é a morte! O mau desejo se torna senhor, um ídolo, que determina como o homem deve agir, desprezando a Lei do verdadeiro Senhor.

Ao exortar Caim, Deus falou exatamente sobre isso: “Se procederes bem [de acordo com a Lei do Senhor], não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal [pecando por obedecer ao desejo], eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas cumpre a ti dominá-lo (Gn 4.7 – grifo meu).

Embora as Escrituras sejam claras, constantemente deixamos que os desejos tomem conta do nosso coração e se tornem falsos deuses que fazem promessas de alegria, satisfação, paz, tranquilidade, etc. que nunca poderão cumprir. Essa é razão de pecarmos. Se amássemos absolutamente ao Senhor sobre todas as coisas, nunca pecaríamos, pois faríamos sempre a sua vontade. Isso implica que qualquer pecado que cometamos seja uma consequência de um primeiro pecado, a quebra do primeiro mandamento em que Deus nos ordena: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3).

Muitos servos de Deus têm tomado decisões pautadas não na Lei do Senhor, mas na simples satisfação de seus desejos e têm colhido as consequências trágicas que resultam da desobediência.

É lícito desejar um bom emprego, um bom casamento, a casa própria dos sonhos, o reconhecimento pelo bom trabalho, respeito, liderança na igreja, etc. Todas essas coisas não são más em si mesmas, mas quando estamos dispostos a pecar por elas ou ficamos irritados, irados, mal-humorados, enfim, quando pecamos não respondendo de forma piedosa quando não as conseguimos, estamos diante do “mau desejo” que Tiago afirma que conduz à morte.

O Senhor Jesus nos ensina de forma prática como devemos colocar nossos desejos diante do Pai. Em sua oração, antes de ser preso e morrer em lugar do seu povo, ele expressou seu desejo: “Aba Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice” – entretanto, não se rebelou e submeteu-se a vontade do Pai, que era totalmente diferente do que ele estava pedindo, quando terminou a sua oração – “contudo, não seja o que eu quero, e sim o que queres” (Mc 14.36).

A Bíblia afirma que a vontade de Deus é “boa, agradável e perfeita” (Rm 12.2) e também que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).

Se estivermos convictos dessas verdades poderemos colocar sempre os nossos desejos diante do Senhor, já abrindo mão deles, e afirmar: “faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10), pois saberemos que para nossa alegria e satisfação dependemos somente do Senhor e não daquilo que ele pode ou não nos conceder.

Agindo assim, honraremos sempre o Redentor.

Milton Jr.

24 de setembro de 2012

Professor, Eu Te Amo!


Quando o professor entrava em sala de aula, os alunos ficavam de pé em sinal de respeito à autoridade de quem iria contribuir significativamente para o nosso futuro. Isso não faz mais de 15 anos, mas o retrato da professora de inglês sendo acuada, desrespeitada e, finalmente, agredida tirou lágrimas dos meus olhos.

Não simplesmente pela violência, pois por si só seria suficiente para nos entristecer, mas a violência hoje é tão normal e, de certa forma, incentivada, que estamos quase anestesiados em relação a isso – mas isso também precisa mudar; mas porque foi com uma professora!

O professor precisa ser visto com autoridade, sim; mas com amor. Como um pai ou mãe (e em certo sentido é isso mesmo que eles são), pois são abnegados e insistentes em lutar contra um sistema que não os valoriza como deveria, ao contrário, desde a remuneração até o respeito dispensado são vergonhosos e desprezíveis.

Queria que os professores recebessem essa singela homenagem e que meus professores soubessem como sou grato a cada um deles pelo que me ensinaram.

E A Bíblia Com Isso? Você pode perguntar! Incentivo-os a ler o livro de Provérbios, onde Salomão, como um sábio mestre, fala professoralmente, e diz as seguintes palavras: “Aceitai o meu ensino, e não a prata, e o conhecimento, antes do que o ouro escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que jóias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela” (Salomão, em Provérbios 8:10,11).

Aproveito para dizer que a fonte da verdadeira sabedoria e do puro conhecimento é o Filho de Salomão, Jesus Cristo, mas se todo conhecimento vem dele, ainda que não o sigam, professores são usados pela graça comum para o benefício da humanidade.

Voltemos a honrá-los, pois “a quem respeito, respeito e a quem honra, honra” (Paulo, Romanos 13:7).

Samuel Vitalino

13 de setembro de 2012

O Mercado Gospel e o Ódio de Jesus


Jesus está dando instruções aos seus discípulos que servem para nós, quando nos dispomos a levar adiante a mensagem graciosa do evangelho. Assim disse o nosso Senhor: “À medida que seguirdes, pregai que está próximo o Reino dos Céus. Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai. Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos”; e é exatamente nesse contexto, que Jesus continua: “digno é o trabalhador do seu alimento”. Vamos analisar esse texto à luz dos últimos acontecimentos do mercado gospelno Brasil.
 
(Falo especificamente do CCLI onde grupos de música e cantores gospel estão cobrando de igrejas para poderem tocar suas músicas: clique aqui).
 
Precisamos saber que há aspectos temporais nessas palavras, pois aqueles doze homens possuíam alguns poderes especiais que não temos, pois eles eram dotados de alguns dons que não temos hoje, como, apenas para exemplificar, o de ressuscitar mortos, entretanto, os princípios ensinados nesse texto devem nortear como usamos os dons que Deus nos dá para que cada um de nós exerça o ministério.
 
Quando li sobre a ideia de autores de músicas que usamos nos cultos a Deus cobrarem dinheiro para que as igrejas espalhadas pelo Brasil pudessem cantá-las, muitas coisas vieram a minha mente.
 
A primeira foi o Apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios que seria completa derrota para a Igreja se seus membros tivessem qualquer demanda e constituíssem julgadores desse mundo para arbitrar o que se deve fazer no meio do povo de Deus. Quanto a isso, seria bom ler o texto completo (leiam I Co. 6:1-8), mas leia aqui ao menos essas palavras: “Porque não sofreis antes a injustiça? Porque não sofreis antes o dano?
 
Também me lembrei dos ensinamentos desse mesmo Paulo a Timóteo desmascarando alguns que pensam que “a piedade é fonte de lucro”. Eles são chamados por Paulo de gente de “mente pervertida e privados da verdade”. Mas Paulo completa seu pensamento: “De fato, grande fonte de lucro é a piedade com contentamento. Porque nada temos trazido a esse mundo, nem coisa nenhuma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora”, completa Paulo, “os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos atormentam com muitas dores”. (ler I Timóteo 6:5-11)
 
Por Paulo não deixar seu filho correr o mesmo risco, ele diz: “Tu porém, ó homem de Deus, foge dessas coisas”, como eu gostaria que irmãos em Cristo que estão fascinados com essas possibilidades carnais lessem minhas palavras e voltassem atrás, fugindo dessa insensatez.
 
Mas me veio à mente também alguém que está muito mais irritado do que eu ou qualquer outra pessoa nesse mundo, pois nosso Senhor Jesus deixou registrado o quanto ele odeia os que mercadejam a Palavra de Deus (leiam II Co. 2:17), pois quando encontrou os que negociavam no lugar do culto a Deus, ele “fez um azorrague de cordas e expulsou todos do templo”, dizendo categoricamente para eles: “Não façam da casa de meu Pai casa de negócio”. (leiam João 2:13-17)
 
Que todos os vendilhões sejam expulsos de nossas igrejas, e que “o zelo da casa de Deus nos consuma” (João 2:17) como consumiu o nosso Mestre nessa ocasião.

14 de agosto de 2012

RELACIONAMENTO para a GLÓRIA de DEUS (3)

Muitas vezes nós confundimos o verdadeiro significado da amizade entre uma moça e um rapaz com um encontro vazio e casual. Esquecemos que antes de pensarmos em um relacionamento duradouro e sério com uma pessoa, devemos primeiramente ser amigos. Diferente do mundo, a Bíblia define a amizade de uma maneira totalmente diferente. Amizade ou comunhão (koinonia, grego) segunda as Escrituras é muito mais do que encontros casuais. Antes, é um esforço comum entre duas ou mais pessoas em prol de uma mesma causa. Na 3ª Mensagem da nossa Conferência, o Pr. Martin nos ensina com base em Filipenses 2.3-11, por que a verdadeira amizade deve preceder o relacionamento entre um homem e uma mulher.

8 de agosto de 2012

RELACIONAMENTO para a GLÓRIA de DEUS (2)


Não existe meio termo. Ou o seu futuro cônjuge aproximará você de Cristo, ou afastará você dele! 

Quando você pensa em fazer um "checklist" para a escolha de seu futuro noivo(a), uma das passagens que você precisa ter em mente é 2 Coríntios 6.14-18. Nesta mensagem, o Pr. Marty Martin nos ensina não somente com quem devemos nos casar, mas por que devemos nos casar e como nós devemos nos casar.

 

7 de agosto de 2012

RELACIONAMENTO para a GLÓRIA de DEUS

Ufa! Até que fim nossos vídeos ficaram prontos! 

Apresentamos a primeira mensagem da nossa I Conferência para Jovens. Baseado em Mateus 12.43 e versos seguintes, o Pr. Marty Martin trata de uma questão crucial porém esquecida quanto falamos sobre namoro, noivado e casamento.

Frequentemente, quando pensamos em relacionamentos para jovens, logo lembramos da questão da abstinência. Entretanto, abstinência por si só não funciona. Você precisa estar ocupado e não vazio. Seu coração precisa estar cheio da graça maravilhosa de Cristo.

29 de julho de 2012

E a Bíblia com o Bóson de Higgs?

O dia 4 de julho foi um dia de muitos holofotes voltados para a fronteira entre a França e a Suíça, onde está construído o LHC (Large Hadron Collider), que nada mais é que um túnel circular de aceleração de partículas atômicas, os hádrons, que são lançadas umas contra as outras a fim de produzirem outras partículas menores, as quais são captadas por um super detector energético capaz de separar cada partícula produzida pelo choque de hádrons (prótons e nêutrons). Nesse dia foi anunciada a descoberta do bóson de Higgs. Horas depois, a notícia foi alterada dizendo que era cedo para dizer se o que acharam era mesmo o bóson de Higgs. Horas depois, descobriu-se que se tratava de uma divulgação precoce que apontava para a falsidade das notícias.

Há muito interesse por trás dessas pesquisas. Primeiro, cerca de 18 bilhões de reais foram investidos na construção dessa supermáquina. Espera-se que ela dê resultados que justifiquem o alto investimento. Talvez por isso as notícias pululem de lá agitando a comunidade científica. No entanto, o interesse maior está girando em torno da descoberta da chamada partícula de deus. Por mais que os cientistas ateus procurem reiteradas vezes afirmar que fé e a ciência não andam juntas, a alcunha dada pelo físico Leon Lederman aponta o contrário – eles creem que existe algo que fornece massa a tudo o que existe: o bóson de Higgs (1).

É importante que se perceba o fundo pístico por trás das afirmações em torno da busca pelo bóson: partícula de deus, origem do universo, explicação e prova do big-bang, etc. O proponente da teoria da existência do campo/partícula capaz de fornecer massa a outras partículas, Peter Higgs, chegou a afirmar que era bom “ter a razão”, enquanto descobriam que os burburinhos nada mais eram que informações precipitadas e trocadas sobre os resultados da pesquisa. Ao final, chegou a dizer que não sabe para que serviria a descoberta do tal campo/partícula. É claro que é preciso lembrar que tudo o que dizem a respeito das funções do bóson de Higgs ainda deveriam ser confirmadas experimentalmente, o que é muito complicado. A física, nesse campo, não passa de raciocínios especulativos. Eles até afirmam sempre “isso explicaria”, “isso comprovaria” ou “tornaria evidente”, sempre conjugando os verbos na futuro do pretérito, que indica incerteza e dúvida.

Desde o arrefecimento do deísmo (2), no tempo das pesquisas em torno da teoria da evolução, nos séculos XVIII e XIX, o naturalismo (3) se tornou a cosmovisão preferida daqueles que supunham ser o universo um sistema fechado de causa e efeito, ou seja, as leis naturais causam efeitos e interações o tempo todo promovendo o funcionamento do universo tal como ele é, sem qualquer influência providencial externa, Deus, portanto, sem qualquer interferência divina no funcionamento do universo. No naturalismo, a causa primária de todas as coisas é a matéria. Por isso os críticos do ateísmo hodierno não perguntam se eles creem em Deus ou por que não creem em Deus, mas a que deus servem. Se alguém não afirma a existência de um Deus soberano e maravilhoso que criou e preserva o universo (motivo primário da adoração – Ne 9.6; Ap 4.11), então tem que atribuir a fonte de todas as coisas a outra coisa ou alguém. No caso do naturalismo ainda vigente, embora com outras matrizes ou lentes sobrepostas, a matéria existe por si só e é a causa primária de todas as coisas. Eu poderia levantar uma série de questionamentos, usando os argumentos da questão ética e do Intelligent Design, ou seja, de onde vem a noção do que é certo ou errado? Como os naturalistas explicam o fato de existirem dados, informações codificadas e algumas até decodificadas por trás dos detalhes da natureza, como o DNA – as sequências de moléculas que precisam seguir a sequência certa? Isso mostra a mente maravilhosa pensante que projetou tudo o que há. Você não olha para o motor de uma Ferrari e pensa “isso veio do acaso”. Cada mangueira, fio, parafuso, estrutura metálica e borracha possuem uma razão e foram cuidadosamente planejadas. Da mesma forma, o universo foi fruto de um planejamento e execução do Engenheiro-mor, com o objetivo de manifestar a sua glória (Sl 19.1).

A descoberta dessa partícula/campo de força, não deve trazer sombras de perigos sobre os crentes. Não precisam se preocupar se possíveis descobertas em torno do bóson colocarão em cheque a doutrina bíblica da criação divina de todas as coisas. O máximo que a teoria do bóson de Higgs faz é confirmar o que a Bíblia sempre disse: que o que é visível veio a partir do que é invisível (Hb 11.3: “Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem”). Enfim, eles gastaram 18 bilhões de reais para tentar achar a resposta para a pergunta: “de onde vem a matéria?” Se me dessem apenas um real, eu não apenas diria de onde vem a matéria, como diria também o nome do dono da mente absolutamente inteligente que projetou esse mecanismo e ainda diria qual era o seu objetivo final!

A história se repete: desejo de ser como Deus (causa da queda no Éden), torre de Babel (através da qual tentaram chegar ao céu com esforço próprio), a idolatria (porque adoram a criatura em lugar de adorar o Criador). Como resultado, atribuem a glória de Deus ao acaso. Os efeitos das especulações humanas fora da Bíblia são sempre os mesmos. Negam a doutrina da criação divina de todas as coisas, negam a providência, presumem assumir o controle do que é certo ou errado, sentem-se donos da razão, semi-deuses ou falsos deuses. Mas ainda que os homens a cobicem, glória pertence e sempre pertencerá a Deus! Que se prostrem diante dele e lhe rendam toda honra, adoração e louvor!

 Pr. Charles

Notas
(1) Bóson é uma classe de partículas e forças do modelo padrão de partículas da física quântica. O modelo padrão oferece uma tabela com os hádrons (prótons e nêutrons, formados por quarks) e léptons (elétron, múon, tau e respectivos neutrinos) e as forças de interação e ligação (fótons, glúons e bósons de força fraca e forte), mais o bóson de Higgs (hyperscience.com).
(2) O Deísmo é uma cosmovisão que enfatiza a transcendência de Deus e não em consideração a sua interação e influência na criação. Para os deístas, Deus criou as leis naturais que regem o universo e não interfere em seu funcionamento. O universo é um sistema fechado de causa e efeito (leia mais sobre isso no livro de James Sire, Universo ao Lado, United Press).
(3) Naturalismo é a cosmovisão que entende que a causa última de todas as coisas é a matéria. O naturalismo não fala de História Humana, mas de História Natural. O naturalismo ganhou força com a teoria da evolução de Charles Darwin.

7 de julho de 2012

Pensando alto sobre o UFC e afins...

UFC_BLOOD MMA VIOLENCE

Tivesse a frase “Vou acabar com a cara dele e com cada um dos dentes da boca” saído dos lábios de uma pessoa “qualquer”, logo seria taxada de violenta, mas na boca de Anderson Silva ela ganhou o status de “promoção do esporte”.

O lutador brasileiro, sempre “polido” em suas declarações, surpreendeu a todos nos dias que antecederam a luta de hoje à noite sua última luta ao fazer declarações bastante duras, chegando a afirmar que seu adversário “vai precisar de um cirurgião plástico”.

Antes que você conclua: “Lá vem mais um texto de alguém que não gosta de esportes”, preciso informar que isso não é verdade. Sempre gostei de esportes (apesar do “biotipo” atual... rs) e sempre gostei de artes marciais. Pratiquei por um bom tempo a capoeira (alguns não sabem que é a única arte marcial genuinamente brasileira) e por pouco tempo o taekwondo. Antes de minha conversão e até há bem pouco tempo eu era um admirador de UFC, MMA, Vale-tudo e afins, mas ultimamente, na tentativa de levar todo o meu pensamento cativo ao pensamento de Cristo, muitas coisas têm me incomodado, incluindo a empolgação de cristãos com tudo isso.

Começando pelas declarações cheias de ira, citadas no início, já temos um sério problema. No Sermão do Monte o Senhor Jesus ensinou a interpretar de forma correta a lei. Os fariseus, preocupados somente com a guarda externa dos mandamentos, entendiam, quanto ao homicídio, que o problema residia no fato de eles tirarem a vida de alguém. Fosse outro a matar, não haveria problema. Lembre-se de que, ao entregar Jesus ao julgamento de Pilatos, os fariseus ouviram do governante: “Tomai-o vós outros e julgai-o segundo a vossa lei” – ao que responderam hipocritamente – “A nós não nos é lícito matar ninguém” (Jo 18.31).

O Senhor corrige essa interpretação hipócrita da Lei afirmando: “Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo” (Mt 5.22).

Já ouço alguém dizer: “Pastor, mas você é muito inocente mesmo... não vê que essas declarações são somente para promover a luta?” E eu já respondo: Isso não torna menos problemática a declaração, visto que a mentira, conforme o Senhor Jesus, procede do diabo (Jo 8.44).

Não consigo crer que o prazer pecaminoso de ver alguém ser surrado até sangrar, desmaiar e/ou até mesmo morrer se adeque à orientação paulina de que “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4.8).

Para os cristãos presbiterianos, que é o meu caso, há ainda outra questão a ponderar. Somos uma igreja confessional, isto é, temos a Escritura como regra de fé e prática e adotamos como sistema expositivo de doutrina e prática a Confissão de Fé, o Catecismo Maior e o Breve Catecismo de Westminster[1]. Isso quer dizer que acatamos essa interpretação das Escrituras como fiel.

Na resposta à pergunta 136 do Catecismo Maior – “Quais são os pecados proibidos no sexto mandamento?” – temos:

“Os pecados proibidos no sexto mandamento são: o tirar a nossa vida ou a de outrem, exceto no caso de justiça pública, guerra legítima, ou defesa necessária; a negligência ou retirada dos meios lícitos ou necessários para a preservação da vida; a ira pecaminosa, o ódio, a inveja, o desejo de vingança; todas as paixões excessivas e cuidados demasiados; o uso imoderado de comida, bebida, trabalho e recreios; as palavras provocadoras; a opressão, a contenda, os espancamentos, os ferimentos e tudo o que tende à destruição da vida de alguém” (grifos meus).

Creio que não é preciso explicar que toda a violência desses “esportes” vai contra o que professamos como fé.

Em dias que até pastores têm tentado justificar o UFC e afins citando a “briga” entre Davi e Golias, é necessário dar ouvidos ao salmista que diz: “O Senhor põe à prova ao justo e ao ímpio; mas, ao que ama a violência, a sua alma o abomina” (Sl 11.5).

Milton Jr.


[1] O catecismo de Heildelberg, padrão de Fé de outras igrejas reformadas, também trata do sexto mandamento. Nele temos:

P.105. O que exige Deus no sexto mandamento?

R. Que eu não devo desonrar, odiar, injuriar nem matar o meu próximo por pensamentos, palavras, ou gestos e muito menos por ações, por mim mesmo ou através de outros; antes, devo fazer morrer todo desejo de vingança. Além disso, não devo me fazer mal nem me expor levianamente ao perigo. Por isso também o governo empunha a espada para impedir homicídios.

P.106. Mas, esse mandamento fala somente de matar?

R. Ao nos proibir de matar Deus nos ensina que detesta a raiz do homicídio, a saber: a inveja, o ódio, a ira e o desejo de vingança e que Ele considera tudo isso como homicídio.

P.107. Então, basta que não matemos o nosso próximo dessa maneira?

R. Não. Deus ao condenar a inveja, o ódio, a ira e o desejo de vingança nos ordena a amar os nossos inimigos como a nós mesmos, a demonstrar paciência, paz, mansidão, misericórdia e amizade para com ele, a protegê-lo do mal o tanto que pudermos e a fazer o bem até mesmo aos nossos inimigos.

27 de junho de 2012

Drogas aprovadas e famílias desestruturadas

clip_image002[4]Neste mês de maio de norte ao sul do país tivemos várias manifestações em prol da descriminalização da MACONHA.

Autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), as marchas pela legalização da maconha acontecerão em 33 cidades brasileiras em maio.

Em algumas cidades o refrão se repetiu:

 

"Ei, polícia, a maconha é uma delícia" e "maconha é natural  big-mac é que faz mal".

Atualmente, encontra-se prestes a ser julgado no STF o Recurso Extraordinário (RE) 635.659, que deverá definir se a proibição do uso da maconha é constitucional. Caso a matéria seja julgada inconstitucional, será o primeiro passo para a descriminalização.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já tinha esse discurso “Pode-se descriminalizar o consumo, deixando o usuário livre da prisão. As experiências mais bem-sucedidas têm sido as que vêm em nome da paz, e não da guerra:” [1].

Quando se recomenda a descriminalização do consumo da maconha, deixando a mesma de ser ilícita para tornar-se lícita, sem dúvida, aumentará a estatística dos viciados em decorrência da permissividade.

Está mais do que provado que a maconha é a porta de entrada para outras drogas.

Ano passado recebi pelo carreio, uma carta de um viciado que estava cumprindo pena em um dos presídios aqui da região. Era uma carta manuscrita de quatro páginas. Esse jovem me pedia para ler a sua carta para toda a igreja, não o fiz, julguei ser muito pesada, me arrependo, devia ter lido.

Lembro-me do seguinte apelo:

“Jovens não se iludam com o baseado [maconha], ela é a mais poderosa de todas as drogas, é o portal para o inferno de tudo que as drogas podem fazer com vocês”.

Conforme relatam as pesquisas, a maconha aumenta o risco de transtornos mentais, especialmente esquizofrenia[2]. Infelizmente pude comprovar essa triste realidade na vida de um primo da família.

A maconha piora o desempenho na escola e diminui a motivação dos jovens quanto aos seus ideais e futuro.

Todos sabem que as drogas ilícitas são nocivas à saúde, mesmo as “lícitas”, como o álcool e o tabaco.

Não “punir” o usuário de drogas mais “leves” mesmo que não roubem ou matem, é institucionalizar o tráfico no seu primeiro degrau.

A Bíblia diz sobre esse tipo de aprovação:

Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo! (Isaías 5.20).

A questão das drogas é um problema que envolve muitas causas, não querendo desconsiderar todas elas, quero ressaltar a questão familiar. Um fator de risco principal para a dependência química é a ausência da mãe em quantidade de tempo e a do pai em qualidade.

A família é o fator crucial para a prevenção das drogas, quando a família vai mal, os jovens estarão mais suscetíveis a suprirem suas carências com outras fontes, e as drogas é uma delas.

A Bíblia diz:

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” Provérbio 22.6.

Entendo que esse princípio bíblico deposita sobre os pais a responsabilidade de criar bem seus filhos, ter tempo com eles, serem sensíveis às suas necessidades, proporcionando-lhes oportunidades de uma vida saudável tanto no seio familiar, como na sociedade.

Pensando no conceito que o mundo tenta passar sobre a família, alguns alertam sobre a desestrutura dos lares, e outros infelizmente formam opiniões negativas de como devem ser os lares.

clip_image002Lembro-me dos Simpsons. As personagens de Homer e Marge são bem típicas da realidade de muitas famílias. O pai “Homer” um tipo bonachão, inconsequente, “emasculado”, sem muita noção da vida e sem autoridade e respeito sobre os filhos. A mãe “Marge”, matriarca, tipo tranquila e séria, mas que não cumpre com suas obrigações de mãe, e assim como Homer, meio que alienada da realidade dos filhos. Infelizmente essa é a realidade de muitas famílias, marido e esposa não cumprindo suas funções, e os filhos sendo vítimas de lares desestruturados.

A Bíblia diz:

“Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade...”. (1ª Pedro 3.7)

Pesquisas relatam que a maioria dos usuários de drogas, são filhos de pais separados, ou de lares desestruturados, onde os pais não cumprem suas funções, não vivendo a “vida comum do lar”.

As drogas vão sempre existir, o combate principal contra elas, não é na sua estrutura de plantio, produção, fronteiras, tráfico e usuários, mas sim na reestruturação da família.

Só Jesus pode mudar essa situação, só Jesus pode reestruturar os lares. Em seu artigo Paul A. Jongeward, relata que a família esta desestrutura por que “Jesus Cristo é uma ‘Pessoa ausente’ na maioria dos lares ‘cristãos.’ A Sua presença e o Seu amor vivificadores foram substituídos por um padrão de costumes rigidamente imposto, mas, de modo geral, sem significado.[3] Jesus foi banido dos governos, das escolas, da sociedade e infelizmente até de algumas igrejas.

Para Reprovar as Drogas e Estruturar a sua Vida e Família, confie em Jesus Cristo, siga os seus ensinamentos e arrependa-se de seus pecados.

Deus te abençoe.

Grande abraço.

Eduardo Ferraz


[1] O Desafio das Drogas - Fernando Henrique Cardoso, O Estado de S. Paulo, 06/12/09.

[2] http://www.portalnatural.com.br/vida-saudavel/saude-e-bem-estar/juventude-e-drogas.

Dra. Sigrid Terezinha C. Calazans, médica pediatra e voluntária na Comunidade Terapêutica Associação Rios de Água Viva em Ipatinga, MG, especializada em jovens dependentes químicos.

[3] Filhos Precisam de Pais. – “Jesus Está Em Casa?” Ed. Fiel. Pg. 16

13 de junho de 2012

Como Escolher o Meu Futuro Cônjuge?


Observe seu pretendente em apenas duas áreas, e isso será um grande balizador para fazer uma escolha que agrada a Deus. Não priorize nada que seja exterior ou passageiro, mas lembre que, sendo você crente, está diante da mais importante decisão da sua vida. Como escolher meu cônjuge?

I - Seu relacionamento com Deus

Jesus resumiu a lei dizendo que em primeiro lugar devemos amar a Deus sobre todas as coisas, então:

a) Ser crente não é tudo; mas é apenas um ponto de partida, mas deve-se observar se ele/ela tem a Cristo como o seu maior tesouro. Como fazer isso?

Note por exemplo o valor que dá às coisas de Deus: culto, igreja, etc. em detrimento de qualquer outra coisa. Entre o futebol e a igreja qual a opção dele? Entre ficar com uma amiga que ela não vê há muito tempo e chega de surpresa na casa dela, qual a opção dela?

b) Veja especialmente que valor dá ao culto a Deus e se se preocupa em agradar a Deus de todas as formas possíveis: como líder ou como auxiliador idônea, todos precisam ser observados nisso.

c) Veja que valor ele dá ao nome de Deus e à sua Palavra.

d) Observe seu pretendente no domingo. Isso ajudará você a entender muita coisa.

II - Seu relacionamento com as outras pessoas

Nosso relacionamento com Deus pode, por vezes, ainda ser subjetivo. Aliás, João diz isso em I João 4:20 – Se alguém disser: amo a Deus, e odiar seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.

Por isso, de forma mais objetiva, Jesus completa o resumo da lei dizendo: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Como?

a) Veja atentamente como seu pretendente trata seus pais; e consequentemente outras autoridades e as pessoas mais velhas. Isso será um indicativo importante de como será o seu futuro.

b) Veja como trata seus irmãos e como se refere a outras pessoas. Se fala mau dos outros, se é rixoso, etc.

c) Seu comportamento com você ou pessoas do sexo oposto. Leia I Tes. 4:1-8 e veja se pureza está ao seu alcance. Como ele (ou ela) trata você e se mantêm distância do seu corpo, pois aguarda o momento correto de Deus no casamento.

d) Veja a sua conduta ética. Tem algum problema do pequenas contravenções?
Pirataria, trânsito, como lida com dinheiro e bens?

e) Como é a sua palavra? Seu sim é sim? Seu pretendente tenta se safar de situações e as vezes usa você como fonte de mentira? Seja lembrado de quem é o pai da mentira e veja se é isso mesmo que você quer para a sua vida!

f) Quais são seus planos de futuro? Onde a ambição suplanta a devoção? Qual o lugar de Deus nos planos?

Conheço pessoas que mudam seus planos de vida, pois preferem suprimir a ambição (que em certo sentido é coisa boa para o homem), mas jamais assumem nada que possa interferir na sua devoção ao Senhor!

Concluindo, creio que o padrão aqui estabelecido é mais alto que o que a maioria tem buscado em nossos dias, pois os jovens estão indo atrás de futilidades, estética e coisas do gênero, e com isso, veja tantas vezes alguns perderem tesouros porque pensam com o coração enganoso e não com a mente cativa a Jesus.

Mas como o padrão é alto demais, mas bíblico, creio que antes de procurar essas coisas em alguém para você casar, é bom aplicar primeiramente a você, pois se ele/ela aplicar isso sua vida, certamente não vai buscar nada menos do que o que você deve buscar.


Com amor,


Samuel Vitalino