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23 de novembro de 2011

Amando a Deus e a família na ordem certa


Os Dez Mandamentos devem ser aplicados em todas as áreas da sociedade, especialmente na família. A Lei Moral são princípios absolutos, imutáveis e universais, ou seja, ela sempre será verdade em qualquer cultura, em todas as épocas e em todos os lugares. Não importa a geração, nem mesmo a experiência ou a falta de maturidade de vida, a Palavra de Deus dura para sempre e eternamente será reguladora para determinar como devemos viver de modo agradável diante de Deus.

O primeiro mandamento do Decálogo determina que não devemos amar ninguém acima do SENHOR Deus. Esta é uma ordem que não pode ser negociada. Somos devedores do cuidado que nossos pais dispensaram a nós. Numa outra relação, também temos um vínculo afetivo intenso com os nossos filhos, mas isso não seria motivo para amá-los acima do Senhor.

A tendência natural de supervalorizar os nossos pais e filhos acima das outras pessoas comuns é uma forma saudável de amá-los. Entretanto, isto torna-se numa atitude perigosa, quando os colocamos acima de Deus. Por isso, o nosso Senhor exige um amor exclusivo que é dEle, numa relação incomparavelmente superior em intensidade e qualidade. Isto significa que devemos amar, temer e obedecê-Lo prioritariamente acima de qualquer pessoa que valorizamos, mesmo que sejam nossos pais, ou os nossos filhos. O Senhor Jesus nos adverte declarando que "quem ama seu pai ou mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim" (Mt 10:37).

Como advertência lembremos do negativo exemplo do sacerdote Eli e os seus dois filhos, Hofni e Finéias (1 Sm 1:3-4:18). A profecia contra a casa de Eli foi terrível por causa da gravidade do seu pecado, isto é, ele idolatrava os próprios filhos. Deus reprovou o sacerdote, dizendo: "por que pisais aos pés os meus sacrífcios e as minhas ofertas de manjares, que ordenei se me fizessem na minha morada? E, tu, por que honras a teus filhos mais do que a mim, para tu e eles vos engordardes das melhores de todas as ofertas do meu povo de Israel?" (1 Sm 3:29). Qualquer sentimento por nossos filhos que supere o nosso amor e temor pelo SENHOR torna-se numa disposição ou ato de idolatria contra Deus.

A Escritura Sagrada narra a submissão de Abraão pelo SENHOR, quando Ele exigiu que o pai da fé sacrificasse Isaque sobre o monte Moriá (Gn 22:1-19). O amor e devoção de Abraão estava acima de tudo, direcionada para a glória de Deus. Ele foi honrado pela sua obediência. O Anjo do SENHOR lhe disse: "jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho" (Gn 22:16). Por serem nossos filhos herdeiros da Aliança, devemos conduzi-los como eles são: do Senhor Deus.

Você deve amar os seus filhos e os seus pais, entretanto, adoração é algo que somente Deus merece. Não podemos obedecer aos nossos pais, se eles exigirem que façamos algo contrário à Palavra de Deus. Do mesmo modo, não devemos satisfazer aos caprichos dos nossos filhos, mimando os seus desejos pecaminosos, isto é uma forma de idolatria, porque desonramos voluntariamente a ordenança de Deus de sermos santos, e de consagrarmos tudo a Ele, em todas as circunstâncias, em especial, a nossa família. Não coloquemos a nossa família em perigo, lembre-se: Deus odeia a idolatria!

Os nossos pais e filhos precisam ter certeza de que em nossos relacionamentos estarão seguros, não porque os amamos acima de qualquer um, ou de todas as circunstâncias, mas sim, porque amamos ao Senhor sobre todas as coisas.

17 de novembro de 2011

Esposa: Seu Marido é Seu Senhor!

O texto de I Pedro 3:5,6 deixa as mulheres de cabelo em pé, pois no contexto de falar de submissão, Pedro trás o exemplo de Sara, que sendo grande exemplo a ser seguido, chamava Abraão de Senhor, e assim, diz Pedro, as mulheres crentes devem agir.

Não existe dúvida que nossa sociedade rejeitaria tamanha reverência de mulheres aos seus maridos, mas eu gostaria de abordar aqui a razão pela qual Pedro faz essa retumbante declaração, e eu espero que isso sirva às mulheres com o propósito de fazer-lhes entender o seu papel e ainda, consolá-las quanto às conseqüências dessa assertiva aos homens.

Primeiro, entendamos rapidamente o texto. Os versos de 1-6 são dirigidos por Pedro às mulheres e apenas o verso 7 aos homens. Ele vem dando, desde I Pedro 2:11,12 alguns conselhos aos peregrinos e forasteiros - que na época eram literalmente dispersos (1:1), mas que se aplica a todos os crentes – a se comportarem frente a suas autoridades:

  1. Governamentais (2:13-17), mesmo que sejam maus naquilo que fazem;
  2. Patronais (2:18-25), mesmo quando são injustos; e agora:
  3. Familiares (3:1-7), mesmo quando eles não obedecem a Palavra.

E é aqui que as dúvidas começam, pois como ser submissa a alguém que não conhece a Palavra, como o Apóstolo sugere?

Irmãs, esse texto não deve ser visto por vocês com tristeza ou peso, mas ao contrário, como pretendo mostrar aqui.

Sempre que se fala desse texto, pensa-se imediatamente que ele fala do jugo desigual, e, de fato, há aplicações fortíssimas, pois mesmo em jugo desigual a verdade desse texto não muda e nem tampouco suas aplicações. Sendo claro, se você for casada com um descrente e ele mandar que você não vá para a Igreja, você deverá obedecê-lo, pois é seu dever criacional fazê-lo. Espero que as moças leiam isso com muita atenção antes de cometer tamanha loucura. Mas...

Parece que esse texto não fala diretamente a casais em jugo desigual, mas se aplica a crentes que não obedecem a verdade, e bem que isso acontece com freqüência. Daí entendermos porque Abraão e Sara foram trazidos como o casal exemplo do texto nos versos 6,7.

Sendo bem prático: Abraão não obedeceu a verdade quando mandou Sara se passar por sua irmã no Egito e ela corria riscos terríveis ali (Gênesis 12:10-20), e por mais que Sara não concordasse com aquela postura de seu marido, obedecia porque Abraão é o seu Senhor (kurios – mesma palavra usada para o Senhor).

Qual a consequência disso? Aí é onde os homens é que devem tremer diante das verdades do versículo 7 (algumas delas eu já coloquei nesse post: A Reforma começa em casa), mas no contexto dos versos anteriores, os homens assumem toda a responsabilidade quando não obedecem a Palavra e suas esposas lhe obedecem (como manda a Palavra).

Notem que isso é quase uma revolução ao pensamento atual que reza que as mulheres devem desobedecer seus maridos quando pensam que farão algo errado, mas esse texto mostra que tamanha responsabilidade os homens precisam carregar, pois como o Senhor, com quem são comparados, eles precisam assumir a culpa pelos erros de suas esposa, assim como Cristo o fez pela Igreja (Cf. Efésios 5:25 e contexto).

Então quando Sara obedeceu Abraão e lhe chamava de Senhor, lembrava a ele da responsabilidade que tinha até mesmo pelos atos que ela realizava. O casamento perfeito diante de Deus é aquele em que o homem é homem de verdade e não divide responsabilidades com a esposa, mas coloca todas elas sobre as suas costas, mas divide todas as glórias e louros, como alguns exemplos Bíblicos nos lembram:

  • Adão levou a culpa pelo pecado de Eva, mas ainda assim lhe deu o nome de Vida!
  • Salomão era o Rei sábio e poderoso, mas louvou a virtuosidade e dividiu a glória com sua Sulamita.
  • José sairia sem difamar Maria, mesmo quando pensava ter sido traído por ela, pois ela estava grávida sem que tivessem coabitado.
  • Finalmente, Jesus paga o preço por cada erro de sua noiva Igreja e a convida para gozar as mais deliciosas bênçãos juntamente com ele e sua herança.

Se você é mulher, descanse na submissão ao seu esposo, pois a responsabilidade é dele.

Se você for homem, assuma. Essa é a sua responsabilidade!
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Assista a pregação sobre esse tema na íntegra clique aqui

[Reli o texto. Não quero que as meninas pensem que esse posicionamento abre portas para que ela não pensem como devem pensar ao buscar o casamento...

Mas fui convencido que o mesmo que é dito acerca de outras autoridades se aplica também ao marido.

Mesmo isso não ficando claro no texto, por inferência mostrada por amigos, faço essa retificação sem prejuízo da necessidade do estudo no assunto!

Agradeço aos amigos que me ajudaram nisso!]

10 de novembro de 2011

O dEUS DO ABISMO!

Há dois artigos escritos por E. R. Kivitz em seu Blog “Outra Espiritualidade” que muito me chamaram a atenção . De início não posso negar a honestidade do autor em se associar ao subjetivismo pós-iluminista muito em moda hoje. Em sua inflamada crítica à Teologia Reformada, ele se agrega (sem nenhum constrangimento) à escritores que produziram, do ponto de vista teológico, o que eu chamo de lixo letrificado. São pessoas da laia de Marx, Nietzsche, Freud e Sartre. Sem contar os “outros caras do tipo” que fizeram minha mente vaguear por Michel Foucault, Wilhelm Reich, Claude Alzon, Jacques Lacan e por aí vai. Surpreendeu-me a forma como tais autores foram harmonizados em suas propostas teóricas quando, na verdade, travaram batalhas epistemológicas colossais.

O assunto central já é conhecido de todos por aquilo que se chama Teísmo Aberto, porém os artigos citados trazem uma colherada a mais ao asseverar que pessoas crédulas no que está em 1 Crônicas 29: 10 – 19 são: alienadascovardes e infantis. Se esta afirmação leviana atingisse apenas pessoas ínfimas e desconhecidas como eu, tudo estaria bem. O problema é que pessoas muito melhores foram atingidas. Dentre elas cito o Apóstolo Paulo que ousou afirmar: “Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? ‘Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: Por que me fizeste assim?’”. Ou Davi quando escreveu: ”Todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir”. Nabucodonosor foi reduzido a um tolo quando exclamou: “Todos os povos da terra são como nada diante dele. Ele age como lhe agrada com os exércitos dos céus e com os habitantes da terra. Ninguém é capaz de resistir à sua mão ou dizer-lhe: ‘O que fizeste?’”. E Jó a um insano ao declarar diante da sua tragédia: “O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor”. Até o Salvador Jesus foi afrontado por dizer: “Não se vendem dois pardais por uma moedinha? Contudo, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados.” Minha indignação cresce quando contrasto estas palavras do Senhor com a afirmação: “Muita gente procura em Deus o pai que nunca teve e ou gostaria de ter tido, isto é, aquele protetor e provedor incondicional, para quem se corre quando a vida faz careta.”. Embora haja ironia e desprezo por parte de Kivitz, foi assim que Deus se revelou, foi assim que Jesus o apresentou!

Quanto ao comentário “Não são poucos os que se apegam ao ‘fator Deus’ em busca de consolo para sua infelicidade na existência e sobrevivem do sonho do paraíso pós-morte, deixando a história entregue aos oportunistas”, não vejo como alguém pode “entregar” a história aos oportunistas por uma (pseudo) passividade paradisíaca. Aliás, esse discurso marxista com relação à História já passou do obsoleto, chegando às raias do inaceitável, pois a História não é um ente que se entrega a um espertalhão, mas é uma simples construção da memória. Em outras palavras, História não se faz no cotidiano cultural, mas se constrói por meio de pesquisa como atividade majoritariamente acadêmica. O historicismo hegeliano precisa ser exorcizado juntamente com a metodologia dialética estruturada no pensamento socialista. Além disso, bem ao contrário do que é insinuado, eu desejo ouvir na eternidade: “Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo”. Aleluia, nada posso fazer por este paraíso, pois o Deus soberano o preparou completamente há muito tempo.

Com a afirmação “[Deus] manipulava todas as circunstâncias da minha vida como um tapeceiro que corta fios e dá nós no emaranhado do avesso do tapete, para revelar a bela paisagem ao final do processo, capaz de encantar todos aqueles que olham pelo lado certo”, Kivitz transforma Romanos 8 em uma grande trapaça. Eu, ao contrário, acredito numa soberania que ultrapassa a minha mente. E nenhuma ‘metanóia’ kivitziana (“expansão de consciência”) fará com que eu alcance esta suprema divindade do Criador.

Vejo problema também quando o articulista afirma que Nietzsche, Marx, Freud e Sartre lutaram, não contra Deus, mas contra a religião somente. Reificar a religião protestante é atividade de cientistas sociais ateus que, desde Feuerbach, desprezam qualquer conhecimento revelado objetivamente. Nietzsche, por exemplo, apregoava o surgimento do super-homem que suprimiria o escravo-homem. Tomar a ideia de um Deus objetivo neste contexto seria, no mínimo, paradoxal. Marx esperava uma sociedade sem classes (pobre utopia) em detrimento da escatologia transcendental. Tomar a ideia de um Deus objetivo neste contexto seria, no mínimo, ilógico. Freud acreditava no que ele mesmo chamou de “mal estar da civilização”, ou seja, um tipo de sublimação cultural que fazia do indivíduo um re-direcionador da sexualidade. Tomar a ideia de um Deus objetivo neste contexto seria, no mínimo, imoral. Sartre contradisse o existencialismo cristão (quanto à sua metafísica transcrita) com as três fases denominadas: desamparoangústia e desespero, tidas como características da existência em contraposição à essência (basta lembrar o impagável exemplo do ‘cortador de papéis’). Tomar a ideia de um Deus objetivo neste contexto seria, no mínimo, incoerente. Logo, tais produtores de lixo letrificado do ponto de vista teológico estavam na onda do ateísmo que se propagou a partir do século XIX. Sim, seus canhões se voltaram contra Deus, até porque, não concebo a revelação divina fora da esfera do cristianismo, da Igreja ou do corpo de Cristo na terra.

A meu ver, o Teísmo Aberto conduz, no final das contas, o indivíduo a um desespero abissal pelo fato de ele conviver com uma divindade que não é capaz de guiá-lo ou de agir soberanamente. Pensar que o meu futuro e o futuro dos meus filhos estão lançados à própria sorte é, no mínimo, angustiante. Talvez seja por este motivo que Kivitz ceda à lógica Reformada ao dizer: “Descanso no fato de que, apesar de Deus não ser a causa primeira de tudo quanto me acontece, não há qualquer coisa que venha me acontecer que esteja fora do seu conhecimento, controle e cuidado.” Embora haja aqui um contraste com a doutrina da Providência por retirar de Deus o status de causa primeira, salta aos olhos a necessidade de se ter uma divindade que, de uma forma ou de outra, é a mesma pregada pelos Pais Apostólicos, por Agostinho, por Calvino e pela Teologia Reformada.

Concluo dizendo que os textos analisados não escapam à subjetividade visceral peculiar a todos os que defendem a Teologia Relacional como proposta que retira das vísceras um deus estranho à revelação textual das Escrituras. É por isso que eu prefiro conhecer o Criador por meio da sua bendita Palavra que revela o suficiente à minha vida de cristão e de servo eleito que crê na soberania divina, na providência teísta e na majestade absoluta de Deus. Neste caso, até mesmo Aristóteles, com sua teoria do Motor Imóvel, conseguiu se aproximar da Verdade sem, contudo, alcançá-la. Proximidade que não ocorre com os defensores de um deus fraco e passional semelhante aos deuses do monte Olimpo. Quanto a mim, fico com Aristóteles, fico muito mais com as Escrituras.

Que Deus seja Deus!

SOLA SCRIPTURA