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12 de abril de 2012

"Evangelho" de Conveniências


Você sabe o que o “evangelho” de hoje tem em comum com lojas como “am pm”, “Hungry Tiger” e “Seven Eleven”? As conveniências. Essas lojas estão à disposição, em muitos lugares, 24 horas por dia, exibindo produtos dos quais você julgue precisar a qualquer momento. Geralmente, o leque de opções é impressionante e você jamais é obrigado a levar a loja inteira; só o que você julgar interessante ou necessário, embora o preço que se pague pelo produto é mais caro.
Semelhantemente, há um perigo que tem rondado a igreja de Cristo e ameaçado a sua saúde espiritual. É o perigo do evangelho de conveniências. Ele funciona mais ou menos assim: o evangelho seria um estilo de vida cheio de opções; basta você escolher aquilo que lhe é necessário e no momento da necessidade. Nesse sistema, você adota o que julgar conveniente do evangelho e descarta o que não lhe interessa. Por exemplo: falarem mal de mim é contra o evangelho e isso é conveniente para mim; nisso eu me apego. Se eu falar mal do outro, aí eu não adoto o evangelho; falo sem dó nem piedade. Conto com as orações dos irmãos, pois isso é coisa do evangelho conveniente para mim. No entanto, não oro a semana inteira, porque vivo numa intensa correria. Vou à igreja nos domingos porque adorar a Deus é coisa do evangelho; isso é conveniente. No entanto, falto às atividades da igreja durante a semana porque fico “cansado”, não cumprindo o que prometi no dia da profissão de fé (participar das atividades da igreja e das assembléias). Outro produto da loja evangélica de conveniências.
Se partirmos para outra abordagem, a coisa fica pior. O marido quer que a esposa seja fiel, pois isso é coisa do evangelho, mas ele olha para outras mulheres com intenção impura no coração, porque lhe é “conveniente”. A mãe exige uso equilibrado do computador pelos filhos porque isso é coisa nobre do evangelho, mas fica horas vendo novela, porque lhe é “conveniente”. Um menino se queixa do irmão ou da irmã (e vice-versa) aos pais, quando se sente injustiçado, mas quando ele é o perpetrador da injustiça, é “conveniente”. Um rapaz critica o que engravidou a namorada porque isso é contra o evangelho, mas ele faz sexo com a sua, porque é “conveniente”. Famílias guardam o Dia do Senhor, porque é coisa do evangelho; mas em dia de jogos e eventos interessantes convém dar uma “escapadinha”.
O problema desse evangelho de conveniências é que a Bíblia diz que todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm. Todas são lícitas, mas nem todas edificam. Todas são lícitas, “mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1Co 6.12; 10.23). O evangelho não é um guarda-roupa do qual você tira seletivamente aquilo que interessa em dado momento. O evangelho puro é absoluto e simples. Não admite que se faça uso dele apenas em parte, naquilo que é conveniente. A observância total é necessária. Tiago disse que se alguém tropeçar num só item da lei de Deus é transgressor da totalidade (Tg 2.10), justamente porque o Evangelho é simples e não pode ser dividido em compartimentos.
Pense: será que você tem feito uso do evangelho como loja de conveniências? Quer só a promessa, mas não quer o compromisso? Quer só as bênçãos, mas não quer cumprir os deveres? Quer que lhe respeitem, mas não quer tratar ninguém com amor e dignidade? Quer que os outros cumpram a Palavra de Deus, mas não refreia a língua? Há quem defenda a autoridade da Bíblia em muitos aspectos, mas quando a verdade da Palavra aponta para seu erro, interpreta como válido só para aquele tempo. É hora de mudar. Pense no evangelho como uma coisa só; indivisível! Comprometa-se com ele todo e o viva. Não é fácil, mas é necessário. Isso é de fato conveniente. Convém que em todo o tempo vivamos para a glória de Deus.
Pr. Charles

4 comentários:

Unknown disse...

Excelente post Charles!!!

Me fez lembrar da letra da música "Pós-modernidade", a preferida da Esterzinha ;-)

Saudoso abraço,

Charles Melo disse...

Obrigado, Alan,

Saudade de sua passagem por aqui!

Abraço!

Anônimo disse...

Pr. Charles: Mandei um e-mail ao senhor (no arroba itelefonica). Continua aquele? Pb. Valdemir

Anônimo disse...

Pr. Charles: meu e-mail é presb.valdemir e a página é a da ipb. Abraço