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15 de fevereiro de 2012

Como me irrita financiar o carnaval!

montag_carnaval_101011O Carnaval é como Copa do Mundo, possui a vocação de iludir os brasileiros fazendo-os pensar que são os melhores do mundo. A mídia aproveita o momento para aumentar a sua audiência e abusa na cobertura, sempre mostrando a mesmice enjoada dos blocos carnavalescos no nordeste ou das escolas de samba no sudeste. A maioria da população entra no frenesi cujas oportunidades concentram-se na utilização das máscaras e das fantasias que manifestam os desejos mais íntimos do coração, principalmente os de ordem sexual ou política.

Nem preciso dizer da promiscuidade que corre solta nas grandes concentrações populares fazendo com que as campanhas oficiais sobre o uso de camisinhas cresçam consideravelmente. Junto com a promiscuidade vem a bebedeira e o uso de entorpecentes, ações que destroem o indivíduo em sua conduta e em sua saúde. Resultado: a festa do Carnaval é uma comemoração repulsiva que só promove a malandragem e a destruição que vêm travestidas de alegria e descontração.

Nisso tudo, o que mais me irrita é o fato dessa festa ser financiada com recursos públicos que poderiam ser aplicados em programas culturais mais construtivos como a música, a pintura, a poesia, a publicação de livros etc. Milhões de reais são literalmente queimados pelas pessoas que desejam apenas extravasar publicamente os seus pecados nessa festa onde tudo pode, inclusive o nu público.

Apenas como exemplo, quero mencionar uma prefeitura, a da capital do estado de Roraima, a cidade de Boa Vista. No ano passado, por questões políticas, o Fundo de Participação do Município (FPM) destinado à prefeitura local foi cortado em mais de 50% acarretando grandes transtornos aos munícipes. O ponto mais crítico foi o recolhimento de lixo que diminuiu de três para uma coleta semanal. tornando a cidade literalmente emporcalhada. Não posso negar o empenho do atual prefeito em tentar amenizar o problema que se alastrava para outras áreas como o controle da dengue, mas seus esforços eram praticamente inúteis. Agora vejam só, mesmo diante da calamitosa situação financeira, as verbas destinadas ao chinfrim desfile das escolas de samba boavistense aconteceram sem nenhum prejuízo. Conclusão: o lixo e a dengue podem tomar conta da cidade, mas o miserável Carnaval não pode deixar de acontecer.

É lamentável saber que boa parte das verbas públicas, dinheiro que sai também do meu bolso, serve para subsidiar a bebedeira, a folia, a promiscuidade e os descontroles decorrentes como a violência no trânsito. Além disso temos os exorbitantes gastos extras do Estado no aumento do número de bafômetros, hora extra dos policiais, distribuição gratuita de camisinhas etc. Num país onde a fome ainda persiste e onde a segurança pública e a saúde vivem o caos, é odioso saber que uma atividade tão fútil e tão dispensável como o Carnaval recebe milionárias quantias dos massacrantes impostos que eu e você pagamos.

Como isso me irrita!

Sola Scriptura.

Alfredo de Souza

5 comentários:

Samuel Vitalino disse...

Alfredão,

Precisamos "reformar" a política também.

Quem se habilita?

Charles Melo disse...

Alfredo,

Gostei muito do artigo. Mostra que o problema do carnaval não é estritamente religioso ou moral; é problema de má gestão dos recursos públicos; é problema de todos os cidadãos, especialmente dos que não pulam carnaval. Que este artigo faça com que os leitores, mesmo que não subscrevam nossa fé cristã reformada comecem a pensar mais na situação. Lembrei que ainda há municípios que destinam verbas para construção de igrejas católicas...

Abraço!

Jean Carlos Serra Freitas disse...

Caro Alfredo... isso também me irrita. Ver nossos impostos indo para o ralo da bebedeira e da promiscuidade. Não sei se você lembra, mas alguns anos atrás, o carnaval era usado para aumentar o preço da gasolina...rs. Hoje, não é necessário nenhuma distração, afinal, a impiedade estatal é escancarada mesmo. Grande abraço

Alfredo de Souza disse...

Grandes Samuel e Charles.

Estive neste Carnaval no acampamento Serra Grande e senti saudades.

Grande abraço meus amigos.

Shirley Mattos disse...

Perfeitamente colocado.