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5 de outubro de 2010

Senhora ou Serva?

1538Na próxima terça-feira (12/10), como acontece a cada ano, milhares de romeiros se dirigirão à cidade de Aparecida que recebe anualmente cerca de 8 milhões de romeiros que “reverenciam” a Senhora Aparecida.

Maria é adorada pelos romanistas apesar de eles, oficialmente, afirmarem que ela é somente reverenciada, pois adoração é somente a Deus. Mas, contrariando a sua própria afirmação, eles consideram-na corredentora, mediadora, sem pecado e prestam culto a ela.

Fazendo jus à proposta do blog pergunto: “E a Bíblia com isso?”. Vamos olhar para as Escrituras questionando:” será que Maria se agradaria de tudo isso?”, e deixar que ela mesma responda.

No Evangelho segundo escreveu Lucas temos registrado no capítulo 1.46-56 o conhecido cântico de Maria. Essas palavras foram proferidas por ela na ocasião da visita que fez à sua prima Isabel, logo depois de ouvir que ela era uma bem-aventurada. Analisemos as palavras de Maria nos quatro primeiros versículos:

“A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador” (vs. 46,47).

Já de início podemos perceber algo maravilhoso. Maria estava engrandecendo e se alegrando em seu Salvador. A despeito dos romanistas dizerem que ela foi concebida sem pecado, ela própria se vê nesta condição. É por isso que chama Deus de seu Salvador. Só necessita de Salvador aquele que pecou. Esse entendimento de que ela se via como pecadora fica ainda mais claro quando nos lembramos do que o anjo afirmou a José sobre a criança no ventre de Maria: “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles (Mt 1.21).

Maria continua:

“porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada” (v 48).

Ela agora se coloca como uma escrava do Senhor. Este é o sentido da palavra traduzida por “serva” neste versículo. Maria se via como uma humilde serva e isso foi o que Deus contemplou nela. O entendimento de que era uma pecadora carente também da salvação produzia nela essa humildade.

Entretanto, as palavras seguintes parecem contradizer isso. Isabel havia afirmado ser Maria uma bem-aventurada e ela agora assume que, de fato, todas as gerações a considerariam assim.

Estaria Maria então reconhecendo seus méritos? De forma alguma. Ela afirma no versículo 49:

“porque o Poderoso me fez grandes cousas. Santo é o seu nome.”

Ela sabia exatamente a causa de ser uma bem-aventurada e entendia que o mérito era todo do Senhor. Seria bem-aventurada não por causa de quem era, mas por causa das grandes coisas que Deus estava fazendo em sua vida.

Esse é o entendimento de Maria e é por esta razão que ela se coloca humildemente na condição de serva, sabendo que toda a glória era do seu Senhor, e que, mesmo com o privilégio e a bênção de ser a mãe do Salvador, continuava sendo apenas uma humilde serva de Deus.

Diante das palavras da nossa irmã Maria, podemos afirmar que ela nunca gostaria de ser chamada de Senhora, mas se satisfaria em continuar sendo tratada como uma serva de Deus.

Maria foi, sim, bem-aventurada como são também todos aqueles que humildemente se achegam a Cristo, confiados unicamente em seu sacrifício vicário e não em suas próprias obras e reconhecendo-o como Senhor e Salvador.

Tanto a ela como aos demais servos de Deus se aplicam as palavras de Davi: “Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto” (Sl 32.1).

Milton Jr.

4 comentários:

Charles Melo disse...

Milton,

Tenho lamentado muito o fato dos brasileiros ignorarem a essência do cristianismo e continuarem prestando culto e dedicando o país a uma absurda invenção dessas. A vista grossa que Roma faz em relação a Nossa Senhora Aparecida denuncia o negócio da fé e a falta de compromisso com a verdade. O catolicismo é uma heresia que precisa mesmo ser confrontada com a Palavra de Deus.
Parabéns pelo tema escolhido e pela riqueza em sua argumentação em prol da verdade sobre Maria, uma mulher bem-aventurada pelo fato de ter sido escolhida para ser a mãe do nosso Redentor.

Abraço!

Ashbel Simonton Vasconcelos disse...

Pr Milton,
Este texto faz justiça a uma das personagens mais injustiçada da história do cristianismo, pois Maria jamais arrogou sobre si esta ideia de ser considarada igual a Deus ou igual a Jesus que é Deus. Nenhuma pessoa que de fato ama a Deus gostaria de ser adorada como se fosse Deus. Certamente, se Maria pudesse ver o que acontece na terra ela ficaria muito triste com esta idolatria em torno do seu nome.
Muito bom texto.
abçs,
Simonton

Unknown disse...

Grande Milton!

Muito esclarecedor o seu post. Poderíamos transformá-lo futuramente em um folheto evangelístico.

Abs,

Alan

Milton Jr. disse...

Charles,
Pior ainda é a imposição de um feriado católico um um estado teoricamente 'laico'.

Simonton,
Ouvi alguém dizer uma vez que enquanto o catolicismo tem "Maria demais" o protestantismo tem "Maria de menos", com isso, perdemos de aprender lições preciosas com a vida da nossa irmã.

Alan,
Boa ideia essa do folheto.

Grande abraço,