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4 de abril de 2011

Pelo que devemos orar?

clip_image002Aos santos peregrinos leitores, aqueles que estão no caminho de graça e paz rumo à casa do nosso pai celeste. Saudações.

Nesse post quero refletir um pouco mais sobre nossas orações. Digo um pouco mais porque o assunto foi tratado no post “Por que Calvinistas não Orariam do meu nobre, estimado e sábio colega Rev. Ewerton B. Tokashiki, o qual recomendo ler se ainda não o fez.

Temos visto que mais e mais os cristãos estão perdendo o foco de suas orações e petições. Além da conhecida frase “a reunião de oração morreu ou esta morrendo”, quero ressaltar que os motivos e desejos espirituais dos crentes em relação à suas vidas e à Igreja estão cada vez mais superficiais. Raramente, nas reuniões de oração, ouvimos um irmão voluntariamente orar por crescimento e compreensão espiritual.

Podemos ver em algumas epístolas paulinas que umas das petições, desejos, orações do apóstolo Paulo, era o crescimento espiritual dos crentes.

Na carta aos Efésios (Ef. 1.15-23), depois de agradecer a Deus pela fé e amor dos seus leitores, ele pede por compreensão espiritual (v.17).

Paulo ora pela igreja (v.16) destacando a prerrogativa da filiação que ela tem com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo (v.17). Calvino define esse pedido de Paulo com as seguidas palavras: “que Deus, o glorioso Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, seja vosso[1].”

Paulo sabia que só Deus, por meio do Espírito Santo, poderia dar aos crentes sabedoria e conhecimento espiritual. Ele sabia que seus ouvintes eram “carentes e dependentes” das REVELAÇÕES ESPIRITUAIS para viverem de modo digno de sua alta vocação.

“Paulo, pois, pede por seus leitores que recebam uma crescente porção de sabedoria e pleno conhecimento. Combine as duas virtudes e se notará que ele está pedindo que fosse dada aos crentes uma percepção mais profunda do significado do evangelho e uma visão mais clara da vontade de Deus para suas vidas, capacitando-os, em todo tempo, a fazer uso dos melhores meios de se alcançar o alvo mais elevado, a saber, a glória do Deus Triúno”[2].

Paulo também menciona esse desejo aos crentes de Colossos (Cl 1.9): Por esta razão, desde o dia em que o ouvimos, não deixamos de orar por vocês e de pedir que sejam cheios do pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda sabedoria e entendimento espiritual.” (NVI).

Para refletirmos:

Caro amigo, se existe algo que todos os crentes em Jesus Cristo precisam desesperadamente e pelo qual devem sempre orar é por sabedoria e compreensão espiritual.

Temos observado o caminhar da Igreja, e não é nada animador. Até mesmo aquelas denominações tradicionalmente defensoras da Sã Doutrina não estão sendo tão sãs assim.

Os falsos profetas televisivos, com suas profetadas descaradas, têm confundido a muitos. Não são poucos os crentes que assistem esses falsos profetas e depois, ao “assistir” o culto em suas igrejas, questionam e armam contendas com aqueles que lhes ministram a Sã Doutrina!

Quando o crente tem compreensão espiritual a sua vida muda, os seus valores mudam, o seu relacionamento com as pessoas muda e, principalmente, sua vida com Deus muda.

Spurgeon disse: Toda revelação (compreensão espiritual genuína de Deus) tem sobre si esta marca: ela faz com que Deus pareça mais glorioso.[3]

Quando compreendemos quem é Deus, quem nós éramos, o que somos e o que temos em Cristo Jesus, vivemos mais e mais para o louvor de Sua glória.

Compreensão espiritual é fundamental para definir a nossa prática.

O avivamento na Igreja só vem pela compreensão espiritual, a igreja só cresce verdadeiramente quando tem compreensão espiritual, você e eu só crescemos na fé, no testemunho, na fidelidade, na vitória contra o pecado, quando temos compreensão espiritual.

Para você que acha que a sua compreensão espiritual esta satisfatória, Paulo insiste: “no pleno conhecimento dele”.

Deus tem muito mais para nós do que podemos imaginar. Ele quer que cheguemos a “Estatura” de Cristo, quer o melhor para nossa vida e não se satisfaz com pouco. Ele mesmo deu tudo quando morreu por nós na Cruz.

Paulo disse: “Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.” (1Co 13.12).

Jesus se deu plenamente, Ele amou plenamente, nos salvou plenamente, nos perdoou plenamente e nos deu plena revelação para vivermos plenamente conforme a alta vocação de sermos seus seguidores (leia 2Pe 1.3-7).

Paulo continua pedindo pelos crentes! Agora ele usa uma expressão que fala sobre o mais íntimo do nosso ser: “Iluminados os olhos do vosso coração” (v. 18). Ele sabia que é do coração que vêm as motivações e direção da vida, daí a expressão. Nas Escrituras o “coração” é considerado o próprio centro e âmago da vida. O autor de provérbios escreve: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem às fontes da vida.” (Pv 4.23).

Considere: Antes estávamos nas trevas, apagados pelo pecado, agora estamos acesos, iluminados pelo Espírito Santo, passamos a compreender as coisas espirituais que antes estavam encobertas e fomos feitos luz do mundo.

Amado leitor que você ore sempre pelo seu crescimento espiritual e da sua Igreja. Que tenha sempre uma disposição para ler, meditar, estudar a Palavra e aplicá-la em toda a sua vida, e que assim o “Pai da Glória” seja mais e mais honrado e glorificado por você.

Grande abraço, Deus te abençoe.

Eduardo Ferraz


[1] Efésios – Série Comentários Bíblicos – João Calvino. Ed. Fiel.

[2] Efésios – Comentário do novo Testamanto William Hendriksen. Ed. Cultura Cristã

[3] Pérolas para a Vida. Ed. Vida Nova.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eduardo,

Interessante. Você caminhou muito bem durante o texto para nos encorajar no final a orar pelo nosso crescimento espiritual e da igreja. O caminho da sabedoria envolve empregar nosso tempo com coisas edificantes e úteis. Sem dúvida, esta compreensão nos levará a uma vida de oração.

Obrigado pelo post!
Abraço!

Anônimo disse...

Amém!
Abraço na Karen e nos meninos!

Anônimo disse...

Eduardo,

Você está tocando num ponto fundamental. O Cristianismo está tão soberbo que tem tratado a oração como coisa de somenos importância.

Obrigado pelo post,