Subscribe Twitter Twitter

30 de agosto de 2011

Não se brinca com Quem é sério!

O terceiro mandamento ensina que não podemos tratar com leviandade tudo que se refere ao nosso Deus. Quando Ele advertiu o Seu povo ordenando “não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:) recebemos a ordem de não blasfemar, ou não brincar com o que procede de Deus. O Catecismo Maior de Westminster comentando as suas implicações declara que esta ordem “exige que o nome de Deus, os Seus títulos, os atributos, as ordenanças, a Palavra, os sacramentos, as orações, os juramentos, os votos, as sortes, as Suas obras e tudo pelo qual Ele se dá a conhecer, sejam santa e reverentemente usados ao se pensar, meditar, falar e escrever; mediante uma santa profissão de fé e um viver digno, para a glória de Deus e o bem de nós mesmos e dos outros.”[1] Este mandamento se aplica de modo direto a algumas situações como 1.O uso desvalorizado dos nomes de Deus, de modo fútil, desautorizado, irrefletido e desnecessário; 2. A invocação do Seu nome numa falsa ou corrompida forma de adoração; 3. Recorrer ao Seu nome para apoiar uma mentira; 4. Frontalmente zombar de Deus.

Toda irreverência em relação a Deus é pecado! É algo muito perigoso brincar, fazer piadas e mencionar de forma irreverente e irresponsável o nome ou as obras de Deus. Às vezes, ouço crentes fazendo piadas que ridicularizam ao SENHOR ou, mais especificamente de Jesus, fazem para entreter pecadores com o santo nome do Todo-Poderoso. Como é comum que pecadores corram inconseqüentemente, onde os anjos até mesmo temem pisar! Paulo nos adverte afirmando que “não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7).

Quando pais contam piadas desta espécie diante dos seus filhos, eles estão ensinados a serem blasfemadores. Conseqüentemente, com dificuldades estas crianças, adolescentes, ou jovens se comportarão nos cultos, que é o ajuntamento solene do povo de Deus, com reverência necessária. Brian H. Edwards observa que “a nossa adoração também mostra o que pensamos do nosso Deus e, sendo que a adoração sincera a Deus é a culminação da existência humana, a adoração blasfema é o ponto mais baixo que um homem ou uma mulher pode chegar.”[2] Mas, aquilo que fazem nas reuniões nada mais é do que reflexo do culto a Deus prestado no seu dia a dia. Assim, podemos imaginar com tristeza no coração como é o relacionamento diário, e qual a seriedade com que vivem o evangelho de Cristo em cada momento de suas vidas.

Não poucas pessoas, sem peso de consciência, fazem seus votos e juramentos sem calcular as conseqüências, simplesmente apelando para o nome de Deus. A Escritura diz que devemos ser conhecidos pela nossa seriedade e firmeza de convicção, de modo que a nossa palavra seja confiável. O nosso “sim” deve significar “sim”, e o nosso “não” realmente deve ter o absoluto sentido de “não” (Mt 5:37). Não é pecado jurar ou fazer votos quando somos exigidos pelas autoridades instituídas por Deus, mas não podemos recorrer aos juramentos de modo tão irresponsável, ou em situações em que são desnecessários. O nome de Deus somente deve ser invocado para ser testemunha do que dizemos ou fazemos, quando o nosso testemunho é insuficiente e a glória de Deus é ameaçada de escândalo (1 Ts 2:5 e 10).

É possível blasfemar duas vezes numa mesma relação. Se já não bastasse o uso indevido, ou imoral de um dos nomes de Deus, há uma situação relativamente nova na desobediência deste mandamento, me refiro ao vício de linguagem no uso de alguns dos nomes de Deus, que em geral, cristãos e ateus mencionam o Seu nome sem realmente pensar nEle. J. Douma denuncia que “as pessoas mencionam a Deus, todavia, sem pensar realmente nEle. Na Bíblia maldizer tinha um significado religioso, mas na atualidade maldizer está tão secularizado que as pessoas utilizam a palavra ‘deus’ sem pretender nada dizer com ela. Para a maioria das pessoas que assim fazem, Deus está morto, alguém contra quem não se pode insultar.”[3]

Ninguém pode por descuido desrespeitar Àquele que é fonte de toda autoridade, ignorando momentaneamente que ofender a Deus com zombarias provoca a Sua santa ira. A sentença sobre este pecado está declarada “o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. Estas coisas foram escritas para que não pequemos, entretanto, se loucamente ofendermos a reputação de Deus, devemos urgentemente recorrer com sincero arrependimento e confessar o nosso pecado, pela intercessão dAquele que tem o nome sobre todos os nomes (Fp 2:9-11). Assim, diante do mau uso do nome do Senhor, devemos recorrer ao seu nome, para que sejamos perdoados com misericórdia, “porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10:13).

A nossa língua deve se mover com santo temor. Ao orarmos a Ele, ou ao falarmos dEle diante ou para as pessoas, seja o nosso coração cheio de reverência e do prazer desta íntima comunhão, por meio de Cristo, de modo que, “não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para a edificação, conforme a necessidade e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4:29).

NOTAS:
[1] Catecismo Maior de Westminster, perg/resp. 112
[2] Brian H. Edwards, Los Diez Mandamientos para hoy (Ciudad Real, Editorial Peregrino, 2000), pág. 146
[3] J. Douma, Los Diez Mandamientos – manual para la vida Cristiana (Grand Rapids, Libros Desafío, 2000), pág. 105

6 comentários:

Alceu Lourenço disse...

Tokashiki, foi excelente a relação entre tomar o nome de Deus em vão e invocar o nome de Jesus para perdão. Que tal uma série no decálogo?

Unknown disse...

Excelente post Tokashiki!

Não somente em piadas o nome de Deus pode ser blasfemado, mas também em sungas de lutadores de UFC, estabelecimentos comerciais, camisetas e adesivos de carros, etc.

É preciso muito zelo quanto ao uso dos nomes e títulos pelos quais o Senhor se revela a nós.

Grande abraço,

Filipe Machado disse...

Olá, amado.

Faço coro com sua postagem. Aliás, foi bom ler e perceber que não somente eu estava tendo essa abordagem, mas que é necessário que todos atentemos para o fato de que estamos vivendo diante de um Deus três vezes santo. Certamente que a igreja tem muito a aprender, principalmente com "momentos de louvor" que mais se assemelham à carnalidade do que à espiritualidade.

Tomarei a liberdade de republicar em meu blog.
Grande abraço!

Em Cristo e para a progressão do Seu reino,
Filipe Luiz C. Machado
www.2timoteo316.blogspot.com

Ana Carolina disse...

Lendo a este artigo pude refletir sobre as vezes que uso o nome santo do nosso Deus em vão, em expressões rotineiras... Arrependo-me e vigiarei mais minha língua.
Infelizmente o ser humano é um "especialista" em irreverência ao Senhor. Tanto me entristece ver pessoas no culto esperando serem servidas, ao invés de servir genuinamente a Ele que merece toda honra, glória e reverência...

Charles Melo disse...

Bela postagem! Me lebrei de Belssazar fazendo pouco caso do nome de Deus. Foi pesado na balança, achado em falta e o reino dele foi dividido entre Medos e Persas!

Abraço!

Ewerton B. Tokashiki disse...

Rev Alceu, pensei em escrever uma série sobre o assunto. Tenho pregado no Decálogo e preciso separar tempo pra expandir minhas notas.