“A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe” (Pv 29.15)
As câmaras dos deputados e dos senadores aprovaram o projeto de lei que proíbe a “palmada”. Se os pais disciplinarem seus filhos através de palmadas, varadas e similares, a partir da sanção presidencial, e forem denunciados, poderão ser processados e condenados. Isso levanta uma série de questionamentos. Tem o governo direito de regular ou controlar a maneira como cada pai ou mãe resolvem governar sua casa e educar os filhos? De quem é a responsabilidade pelo descaso com os filhos? O que a Bíblia diz sobre a educação dos filhos através de punições com vara e palmadas?
“Disciplina” é a tradução do termo grego paidéia ou do hebraico mussar, e significa primordialmente “punição”, “castigo”, indicando claramente a correção com a vara. O objetivo da disciplina na criação dos filhos é moldar o caráter da criança ajudando-a a refrear seu desejo natural de rebeldia ou pecado. Pense: você ensinou seu filho a fazer birra, manha ou pirraça? Elas já nascem com essa tendência natural. É só questão de tempo, e a maldade se aflora sozinha. Uma criança não pode ficar entregue a si mesma, porque ela é pecadora. São terríveis as conseqüências quando os pais deixam os filhos à mercê de seus próprios desejos. Os pais devem necessariamente impor a ordem, a disciplina, o controle sobre os filhos, usando a vara para corrigir os desvios que ocorrem naturalmente. O texto de Provérbios 22.6 diz: “Ensina a criança no caminho que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”. Esse texto não é tanto uma promessa; ele é também uma advertência aos pais. Se os pais ensinarem desde cedo, a criança guardará os valores bíblicos quando crescer. Mas se eles deixarem a criança entregue a si mesma, quando ficar velha, não se apartará do estilo de vida adquirido. Pais que deixam os filhos decidirem o que comer e o que vestir, onde e quando ir passear, pais que permitem aos filhos fazer birra, mal-criação e desobedecer, também os verão mais tarde dando golpes no mercado, indo a bailes, bebendo, fumando, usando drogas, tendo relações sexuais ilícitas, tudo porque elas se acostumaram a um estilo de vida autônomo e não foram corrigidas enquanto crianças.
A nova medida revela o interesse do Estado de interferir no âmbito dos lares. Isso não é bom, pois a responsabilidade pela educação dos filhos não é do governo, mas dos pais. Cada progenitor sabe das características de cada filho e como cada um deve ser criado. A decisão de como educar tem que ficar para os pais. O governo ignora o fato de que a disciplina forma um caráter nobre e responsável. Se essa lei pegar, no futuro, a sociedade será mais perversa ainda, as cadeias estarão superlotadas, o número de adolescentes que ficarão grávidas será cada vez maior, o vandalismo se alastrará e o consumo de drogas baterá recorde nacional. Mas aí será tarde demais. E quem vai assumir a responsabilidade? O governo não poderá ser disciplinado; nem os pais! E temos de cogitar filhos ameaçando denunciar os pais na justiça.
Querido leitor, esse assunto é questão de obediência ou à Palavra ou aos homens com suas leis absurdas. Então escolham obedecer ao Senhor, porque importa antes obedecer a Deus do que aos homens. “Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno” (Pv 23.13,14). Mas cuidado! Não discipline na hora da raiva. Escolha uma varinha e a guarde longe do lugar onde você costuma disciplinar seus filhos. Até você buscá-la, a ira já passou e você disciplinará na medida certa. Vara também era instrumento de medida, o que nos ensina a não exceder em rigor. A disciplina tem que ser sempre em amor. E que nossos filhos cresçam em estatura e graça diante de Deus e dos homens! Amém!
Pr. Charles
15 comentários:
Caro Charles,
Parabéns pelo post!
É interessante apresentarmos e defendermos o que a Bíblia ensina, e você fez isso muito bem.
A disciplina física como educação para os filhos não implica em espancamento ou violência doméstica, ambos pecaminosos e criminosos, mas quando disciplinamos no tempo e na medida certa ela cumprirá o seu papel na formação do caráter e comportamento dos futuros cidadãos do nosso país.
Forte abraço,
Alan
É nesta hora que a Igreja deve latejar na consciência do Estado, lembrando-o dos seus deveres e de suas limitações.
E parabéns pelo artigo!
Abraços,
Pr Ewerton
Posso dizer que temos experimentado a fidelidade de Deus nessa questão, pois temos disciplinado nossos filhos como prescrito nas escrituras e temos sido abençoados, nós, como pais, e nossos filhos, como servos de Deus. A disciplina bíblica não pode causar outra coisas se não a melhora do caráter e o crescimento na fé, tanto dos pais, como dos filhos.
Eu tenho a impressão de que esse tipo de lei, assim como a PL122, são só o comçeo do que teremos que passar para sermos fiéis ao Senhor.
Olá Charles,
E o que vão fazer com as crianças recém nascidas? Elas precisam da palmadinha para chorar depois que nascem... rsrs
Deus abençoe sua vida Charles,
Renan
Alan,
Obrigado pelo encorajamento! Desde o dia em que ouvi o Rev. Wadislau falar que a vara é tanto instrumento de punição como também de medida, tenho meditado a respeito do equilíbrio na hora de disciplinar os filhos. Nem espancamento, nem omissão.
Abraço!
Ewerton,
Obrigado! A interferência do governo em assuntos eclesiásticos e de ética cristã tem que parar. Essas intervenções são, na minha opinião, inconstitucionais, pois o Estado é laico. Entendo que, em vez do governo orientar a população contra a violência doméstica, prefere impossibilitar a disciplina. Mal sabe ele que os frutos colhidos no futuro serão terríveis e trarão mais problemas ainda para a segurança pública.
Maranata! Vem, Senhor Jesus!
Charles
Ligian, querida,
Quando o tio Levy esteve aqui em casa, manifestou grande admiração pela prontidão do Davi em obedecer a um comando logo na primeira vez que o ouvia. Falei para ele que o treinamento custou algumas varadas, mas valeu. Nossos filhos são inteligentes e não precisarão de correção o tempo todo, pois à medida que vão aprendendo, a disciplina se torna menos necessária.
Que Deus continue a abençoar o nosso lar!
Charles
Charles,
Valeu mesmo. Obrigado pelo texto.
Uma outra coisa é que disciplina é necessária para o ensino, inclusive por fazer parte da mesma raiz da palavra discípulo.
Abraço forte,
Samuel,
Obrigado! Foi muito interessante ver seus filhos recitando o catecismo de cor.
A criação deve envolver as duas coisas numa dinâmica inseparável: paidéia e parakaléo, correção e admoestação,vara e conversa. Também só vara não adianta muito. Tem que haver conversa para que a instrução seja completa.
Abraço!
Renan,
Com a proibição da palmada, acho que eles terão de introduzir outra prática. Choque elétrico ou espetada com agulha de seringa, talvez (eheh).
Charles
Parabéns Senhores.
Alguns conheço somente de nome, porém ja tive a oprtunidade de ler a todos. Mas aos que ja posso desfrutar da amizade um grande abraço. Sou membro da IPB Poá, pastor Jônatas Abdias, e ja tive a oportunidade de estar com o o pastor Samuel (Conf. Fiel), pastor Milton e Eduardo (conf. Aconselhamento).
Os textos que aqui estão são muito bons. Por isso estou colocando o blog de vocês nos favoriitos do blog da nossa igreja.
Visitemos
www.ipbpoa.blogspot.com
Fernando Vargas
Obrigado, Fernando, e não esqueça de dar o nosso abraço no Jônatas.
É um artigo muito corajoso Pr Charles, parabens!!
O Pr. Luiz R Nunes criou um abaixo assinado contra este projeto de Lei:
http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/6564
Assinem.. divulguem.
Abraço
gostei... muito importante..
Deus seja louvado por sua palavra.
http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/12/comissao-vota-nesta-terca-projeto-que-proibe-pais-de-bater-nos-filhos.html
"O projeto de lei que proíbe os pais de baterem nos filhos será votado em caráter conclusivo nesta terça-feira (13), às 14h30, na Comissão Especial criada na Câmara dos Deputados para analisar a matéria. Se aprovada, a chamada "Lei da Palmada" irá direto para votação no Senado, a não ser que seja protocolado recurso com assinatura de 10% dos deputados para que a matéria seja apreciada em plenário."
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