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13 de agosto de 2010

O Problema Pode Ser Você

Quem é aquele que nunca teve vontade de mudar o mundo?

Creio que todo ser humano sente, ainda que no âmago, o desejo de ser relevante e de se fazer ouvir, seja para levantar uma bandeira por uma causa social justa, seja para defender uma determinada bandeira política, ou até mesmo para ovacionar seu time de futebol.

Com o crente não é diferente, e nem deveria ser, afinal de contas temos a mais justa causa, a mais gloriosa bandeira e o mais santo objetivo.

Se como pessoa você sente que deveria ser ouvido para mudar o mundo, ainda mais como Igreja, quantas pessoas sentem que mereciam (e até tentam) ser usadas para ‘fazer diferença’ no meio em que estão inseridas.

Uma e outra coisa são causas nobres e justas. Logo, a pergunta é: por que você não consegue mudar o mundo, assim como a sua Igreja não possui a menor relevância na sociedade?

As respostas imediatas e acertadas apontam diretamente ao caminho da soberania de Deus, pois o vento sopra onde quer. Todavia, temo que muitos estejam se acomodando nessa afirmação, pois fiados nisto terminam por não perceber que existem fatores pelos quais o Deus Soberano não usa quem tanto quer ser usado.

Começarei com a Igreja. Não é de hoje o discurso e o clamor por um avivamento em nosso meio, assim como não são novidades as frustrações ministeriais devido à ausência deste avivamento tão sonhado!

Com base nisto, vejamos como está a Igreja (corpo) nos nossos dias. Hoje em dia, o sincretismo e o ecumenismo nunca foram tão livres e elogiados nas igrejas ditas evangélicas. Na maioria das vezes as mensagens se tornam cada vez mais moralistas e menos expositivas (vide o texto de Robério). Os conceitos de liberdade são substituídos pelos conceitos de legalismo ou de licenciosidade. A preocupação com a doutrina anda tão frouxa que muitos julgam de neo-radical os que se debruçam sobre as Escrituras em busca do genuíno conhecimento. A liturgia dos cultos está tão aberta às inovações que não há mais distinção entre o solene de uma igreja que prega a Cristo e as cerimônias místicas de magia e incorporação.

Como pode uma Igreja com tanta confusão influenciar os confusos que estão fora dela? Não há dúvidas de que quando eles chegarem a tais igrejas certamente encontrarão as mesmas mazelas, politicalha, sujeira e desprezo pela Palavra de Deus.

Então, o que precisamos mesmo é de uma mudança na própria igreja. Podemos até alimentar o desejo inicial de mudar o mundo, mas devemos fazer isso superarando o desafio de que a Igreja é feita por pessoas como eu e você, prezado leitor.

Como mudar a Igreja (para depois mudar o mundo) se muitos vivem de forma tão diferente daquilo que pregam? Como pode alguém que não abre mão de seus próprios pensamentos falar sobre aquele que ensinou dizendo “negue-se a si mesmo”? Como pode alguém, que se deleita no pecado às escondidas, querer convencer os outros de que devem buscar uma vida de santidade, uma vez que sem ela ninguém verá o Senhor?

Ao ler esse texto, espero que você possa refletir sobre o cristianismo composto pela grande massa de gente enganada pelos falsos mestres que ensinam aquilo que lhes dá lucro, além de engodarem e massagearem o ego das multidões. Aos fiéis resta apenas uma coisa: glorificar a Deus por fazerem parte do remanescente que será martirizado nesse mundo e se alegrar por terem sidos recebidos na glória.

Por outro lado, quem sabe, a sua própria consciência o tenha denunciado, uma vez que você busca mudar as coisas, mas quem mais precisa de mudança é você mesmo.

Será? O Problema pode ser você!

34 comentários:

Unknown disse...

Parabéns Samuel!

Gostei do post. De fato, o que nós cristãos contemporâneos mais necessitamos é aplicar para nós mesmos os valores ensinados por nosso Senhor Jesus no sermão do monte.

Deus te abençõe amigo!

Anônimo disse...

Quando lemos esse tipo de artigo, quase por reflexo pensamos apenas nos outros, quando deveríamos sempre começar a pensar naquilo que podemos mudar em nós.
Pertinente o tema!
Deus continue os abençoando!

A Esperança Puritana disse...

Pr. Samuel,

É fascinante a vitalidade da vida cristã exalada no livro de Atos. Os nossos irmãos do primeiro século revolucionaram sua geração e mudaram o mundo apenas com uma mensagem simples que dizia aos descrentes: "Olhem para nós! Voces notaram a diferença que a mensagem da cruz efetuou em nós? Então, a boa nova é: da mesma forma que Cristo mudou a nossa história, Ele pode mudar também a sua". Eles testemunhavam de Cristo na medida em que eles também eram o testemunho. Harmonizar fé e prática é o desafio atual do nosso cristianismo hoje. Creio que o assunto que mais leio e medito versa sobre o culto público. Há muito pensava que o grande problema nosso era litúrgico. Mudei a minha perspectiva. Hoje,talvez, a maior crise da Igreja contemporânea é a falta de conversão sincera e prática. Parabéns por proporcionar essa reflexão.

Samuel Vitalino disse...

Caros irmãos:

Alan,
De fato essa é uma grande necessidade mesmo.

Ligian,
O grande desafio da leitura bíblica é a aplicação dela para nós mesmos e não para os outros, como sempre é a nossa tendência.

Jefté disse...

Excelente post. Ecoa o que dizia John Owen, "o exame próprio precede o juízo". Deus o abençoe cada dia mais.

Samuel Vitalino disse...

Naziaseno,

Creio que pensadores como você que tentam aliar a teologia com a vida prática vão contribuir, e muito com o prioogresso da fé reformada no Brasil.

Vá em frente, meu velho.

Weligton Marques disse...

Caro amigo Samuel gostei muito do seu artigo, visto que, fala de uma realidade evidenciada no evangelicalismo contemporãneo que atualmente ao invés de influenciar a sociedade tem sido influenciado pela mesma.
Precisamos de mais pessoas com essa perspectiva.

Weligton Marques disse...

Caro amigo Samuel gostei muito do seu artigo, visto que, fala de uma realidade evidenciada no evangelicalismo contemporãneo que atualmente ao invés de influenciar a sociedade tem sido influenciado pela mesma.
Precisamos de mais pessoas com essa perspectiva.

Anônimo disse...

Muito bem Samuel! O seu texto denuncia o que muitos "crentes" mascaram, que é o pregar o Evangelho aos outros sem se passar por uma negação de si mesmo. Realmente, o cristão deve ser um filho da luz e deve permanecer na verdade fazendo tudo em nome de Deus. Por isso sempre devemos pensar se agimos para a Glória Dele. O que eu nem sempre faço e sempre me arrependo quando erro nisso. O que me surpreendeu também, talvez por pouca experiência foi a presença de cultos ecumênicos pois nunca ouvi isso nas igrejas evangélicas e que me preocupa muito por fazer prosperar a ideia de que todos os caminhos levam a Deus quando na verdade só o nosso Rei dos Reis, Jesus Cristo, pode.
Abração de mim, Daniel, e dos primos do Rio!

Samuel Vitalino disse...

Daniel,

Há uma tendência sincretista de se aceitar qualquer grupo que apenas diga "Jesus é o Senhor" como grupo irmão.

Isso é que temos chamado de reducionismo teológico. Creio que precisamos voltar a um Cristianismo APENAS centrado na Escritura (mas em todo Consleho de Deus).

Por isso é que somos Confessionais. Veja na topo do nosso blog a nossa Confissáo.

Grande Abraço,

Adelson disse...

De nada adianta querermos que as coisas mudem se antes de tudo não mudarmos a nós mesmos. É preciso que a cada dia nos avaliemos e busquemos corrigir os nossos erros.Porém é preciso muito mais do que isso, temos que a cada dia buscar em Deus,na pessoa de Cristo Jesus, o reconhecimento pelos nossos pecados e o respectivo abandono dos mesmos. Só assim temos respaldo para pregar a Palavra e exortar os nossos irmãos a viverem em conformidade com as escrituras.

Charles Melo disse...

Samuel,

Muito bom o seu post! Enquanto lia, pensava no compromisso que assumi quando fui ordenado ao ministério. Afirmei que aceitava os símbolos de fé da IPB como fiel exposição das Escrituras Sagradas. Isso é muito sério. Precisamos mesmo olhar para dentro de nós mesmos e verificar como anda o cumprimento dos nossos compromissos. O problema pode estar mesmo em cada um de nós! Também me lembrei do texto em que Paulo diz: "mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado" (1Co 9.27).

Pr.Gibson Portela disse...

Samuca, texto muito bem escrito dentro de uma lógica bem fundamentalista, gostaria de levantar algumas questões:

1.Como influênciar sem inculturar-se, sem abertura para o diálogo?

2. Que tipo de culto ou liturgia vc se refere, à tentativa de voltar a liturgia reformada puritana criada e inserida dentro de um ambiente calvinista do século passado?

3.Quem são os fiéis a quem vc se refere os neo puritanos?

Acredito que o problema pode ser o individuo, porém a estrutura podre do sistema eclesiástico em sua grande maioria impede o reino de se expandir como deveria e esse é o principal problema.
Bom amigo por ai vai gostaria de escrever um pouco mais mas vamos aos poucos.
Valeu por ter levantado a discursão
Um abraço Fraterno,
Do seu amigo Gibson.

Samuel Vitalino disse...

Charles,

O auto exame no ministéro é fundamental, meu amigo.

Esmurrando o corpo,

Samuel Vitalino disse...

Gibson,

Vamos lá. O uso do termo fundamentalista pode precisr de alguma explicação e talvez você possa trazê-la.

O movimento fundamentalista tinha alguns aspectos positivos na luta conta o liberalismo teológico e na época (anos 50 no Brasil), creio que não há dúvidas sobre sa sua importância, entretanto alguns aspectos da teologia fundamentalista (abstraído os fundamentos que todos subscrevemos) foram de labor no erro: cito os mais conhecidos: dispensacinalismo e fraqueza na liberdade cristã.

Agora, às perguntas:

1. Não dá. Precisamos sempre estar abertos ao diálogo. Aliás, acho que é esse um grande diferencial do Cristianismo verdadeiro. Estamos absolutamente abertos ao questionamento, pois sabemos que a verdade se estabelece (Gl. 1:6-9 e Atos 17:11).

2. Nós, Presbiterianos (e os Batistas históricos também) subscrevemos uma confissão (a diferença entre a batista e presbiteriana reside em batismo e forma de governo) que estabelece quais são os elementos de culto: Leitura e Pregação da Palavra, Oração, Salmos (música) e Sacramentos. É essa simplicidade que precisamos resgatar.

3. Creio que os rótulos apenas servem para destruir e não construir. Os fiéis são os que prezam pelos votos que fizeram e não abrem mão de cumprir a Palavra do Senhor.

Gibbs, obrigado pela sua intervenção.

Receba meu carinhoso e saudoso abraço, pois, você é um grande Batista - hehehe.

Unknown disse...

O texto é muito lúcido, verdadeiro e edificante.
Ele me faz lembrar o que o Senhor da Igreja nos diz a respeito do Reino de Deus: ele está dentro de nós. Por isso, a mudança precisa começar "dentro de casa".
Presb. George Almeida

Anônimo disse...

Samuca,
O Fundamentalismo no Brasil perdeu a essência,e se tornou paranóico, por isso questionei o diálogo. Com relação ao culto entendo que a forma não implica em simplicidade e com relação as confissões entendo que as mesmas deveriam ser revistas constantemente para responder as questões atuais se não podemos cair se é que já não aconteceu no uso da tradição como regra, aproximando-nos da fé católica.
Discutir forma de governo, questões de batismos, amilenismo, prémilenismo,predestinação, livre arbitrio dentre outros entendo como perca de tempo.
Acredito que teólogo atual deveria se deter em questões de relevância para a existência é isso que o homem precisa e a teologia serve pra isso. Com relação aos rótulos concordo por isso entendo que o nosso conceito de cristianismo deve se abrir para outras possibilidades de reflexão.

Alfredo de Souza disse...

Grande Geléia.

Muito boa a reflexão. Parabéns.

Fernando Mattos disse...

show d bola pastor, li o artigo e os comentários, com toda certeza me levarão a refletir e repensar opiniões e algumas atitudes. esse mes nos foi lançado um desafio aki na igreja, de nos 31 dias deste mes entregar um folheto e orar por quem o receberá a cada dia. tenho percebido que, ao dizer que somos evangélicos, vem a mente de algumas pessoas o evangelho que é pregado por alguns pastores e até "apóstolos" na tv, e isso não é legal. Na verdade, o desafio é ainda maior: pregar o evangelho e despregar muitas coisas erradas.
Grande abraço Pastor, esperamos ve-lo em setembro em BH, me manda o dia e o endereço para nos encontrarmos!

Fernando e Shirley - Juiz de Fora

Pr.Gibson Portela disse...

Samuca,
O Fundamentalismo no Brasil perdeu a essência,e se tornou paranóico, por isso questionei o diálogo. Com relação ao culto entendo que a forma não implica em simplicidade, e com relação as confissões entendo que as mesmas deveriam ser revistas constantemente para responder as questões atuais se não podemos cair, se é que já não aconteceu, no uso da tradição como regra, aproximando-nos da fé católica.
Discutir forma de governo, questões de batismos, amilenismo, prémilenismo,predestinação, livre arbitrio dentre outros entendo como perca de tempo.
Acredito que teólogo atual deveria se deter em questões de relevância para a existência é isso que o homem precisa e a teologia serve pra isso. Com relação aos rótulos concordo por isso entendo que o nosso conceito de cristianismo deve se abrir para outras possibilidades de reflexão.

Samuel Vitalino disse...

Pb. George e Pr. Alfredo (Shrek),

Agradeço suas palavras.

Samuel Vitalino disse...

Fernando e Shrirley,

Saudade de vocês.

Estaremos em BH e quero ver vocês lá.

Samuel Vitalino disse...

Gibson,

Leia Hebreus 5 e 6 e veja que algumas coisas não precisam mesmo discussão, uma vez que são claras nas Escrituras.

Meu forte abraço,

Salma kellya disse...

Olá Pr. Samuel, excelente post!! realmente ansiamos por tanta mudança, e que o mundo olhe para nós como servos de Cristo, e nos esquecemos de colocar em prática o evangelho de Deus, buscarmos viver em santidade, colocar o joelho no chão e a boca no pó, talvez ainda há esperança.
Grande abraçoo!!!

Samuel Vitalino disse...

Salma, menina,
Como estão as coisas aí no Pará?
Obrigado pelo seu comentário!

Milton Jr. disse...

Graaande Samuel,
Belo post. Estou de férias, por isso não passei aqui antes.
grande abraço.

Anônimo disse...

Parabéns, Pr. excelente post.
que todos nós possamos parar e pensar a respeito da nossa própria conduta nesta obra de reforma...

Salma kellya disse...

Estamos todos bem graças a Deus...aguardando vc pra tomarmos um açaí rsrsrs

Samuel Vitalino disse...

Açaí é coisa muito boa.

Uma pena que por aqui ele seja tão diferente em consistência e sabor.

Anônimo disse...

A responsabilidade de cada um realmente precisa ser elevada. o que vemos hoje é ninguém querer assumir os seus erros e vivendo na hipocrisia.
valeu pela denuncia.

Anônimo disse...

Hello Pastor Samuka
Obrigada pelas maravilhosas mensagens do seu blog.
Eu penso que um dos problemas da nossa Igreja hoje é que falamos muito e nao fazemos nada, temos sido como igreja como aquela figueira muita folha e nenhum fruto, exigimos que os outros sejam perfeitos e somos miseraveis.
O reavivamento nao acontece porque nossas açoes como Cristaos nao existem...prwcisamos ajudar em açao mais os necessitados, irmos ao encontro do pobre mendigo, precisamos repartir do nosso pao com quem ta com fome e trazer pras nossas igrejas os perdidos para encontrarem o caminho para o reino de Deus!
Que Deus continue abençoando sua vida e seu Ministerio
Beijinhos
Fatima

Samuel Vitalino disse...

Fátima...
Quanto tempo!
Coerência é a palavra da vez!
O seu antônimo, nesse sentido é a hipocrisia.
Vamos construir uma Igreja com base em Fp. 1:27 - "Vivei acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo".
Forte abraço,

Marcius disse...

Olá Pr.Samuel

Muito bom o seu post.

Abs,
Marcius

JORGE disse...

Olá Pr Samuel, sempre, que leio esse post percebo o quanto a igreja se distância das Escrituras. E como fica notório essas praticas dentro de muitas das nossas igrejas. Creio eu que algo que contribui para isso seja a ausência também dos nossos símbolos de fé que sempre foram usados para distinguir e defender a igreja dos falsos ensinos e heresias. Sabemos que os símbolos de fé são importantes instrumentos da igreja como coluna e baluarte da verdade contra o erro. Que possamos usá-los contra todos os que querem corromper o significado das Escrituras. Um abraço