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26 de agosto de 2010

MUNDO IMUNDO!

Recentemente li um texto humanista escrito por um pastor cuja confiança no mundo beirava o panteísmo. Trata-se de um defensor do teísmo aberto que vê o mundo como um ambiente inocente e belo do ponto de vista espiritual. Diante disso, senti vontade de compor mais uma poesia. Reconheço que não é lá essa coisa toda, não sou poeta, mas, pelo menos, é sincera. Então, vamos lá:

Mundo mal, mundo vil, mundo indecente.
Para que sorrir? Para que esperar? Para que estar contente?
Que esperança há em ti, mundo imundo, carregado de iniqüidade?
Só há desconfiança na confiança que é volubilidade.
Por que buscar alegria numa bondade mentirosa?
Numa fonte asquerosa que maquina o mal?
Não há esperança, não há amor, não há sinal.
E por mais que eu tente achar no tal,
Decepciono-me por buscar água límpida na fonte estagnada, imoral.

Meus olhos devem te contemplar, oh Senhor!
Olhos da maldade que olham a grandeza de um olhar de amor.
Não perder tempo, mas ter tempo para te contemplar pela fé.
Sim, minha esperança é Deus, soberano Senhor.
Que do enraizado faz o peregrino, andarilho vencedor.
Sim, minha esperança é Deus, soberano Redentor,
Que do destruído faz um construtor, pedreiro forte.
Pois dos ruídos da perdição, que rui ao som da morte,
Posso clamar pela esperança sob o som triunfante do Deus vivificante.

Com o que se alegrar? Não com o efêmero abjeto, mas com o Eterno sublime,
Que um miserável pecador, ao escolher, redime.
Não espero por este mundo aborrecível, não há surpresa.
Somente o Senhor é o motivo da minha alegria, que grandeza.
Miserável é aquele que tenta poetizar num mundo sem proeza.
Maldito o que confia na ruína, cuja esperança firma-se na surpresa.
Bendito é o Senhor, fonte da poesia, cacimba do verso.
És o Redentor, meu escolhedor, Senhor do universo.
Como bradar? Apenas exclamando, não desabafando, mas acertando:

Mundo mal, mundo vil, mundo indecente,
De ti saí, dissabor que não me instiga.
Devo sorrir, devo esperar, devo estar contente.
Que esperança na certeza da imortalidade eterna!
Só há confiança e alegria sempiterna.
Por que buscar alegria numa bondade devida?
Porque disponho da fonte que irrompe a vida!
Deus bondoso, precioso, cuja graça estira,
A mim escolheste e te achegaste, Amor que me inspira.

Sola Scriptura Alfredo de Souza

11 comentários:

Samuel Vitalino disse...

Alfredo,

Para um Ogro você tem me saído um exímio poeta! O Título me lembrou João Cabral de Melo Neto, mas no seu caso é sim, uma solução e não uma mera rima!

Pela graça de Deus esperamos a redenção do IMUNDO, quando Cristo será tudo em todos.

Ahhh, que saudade do futuro!

Alfredo de Souza disse...

Sinto-me lisonjeado pelo fato do elogio ter vindo de um genuíno poeta. Valeu Geléia.

Ewerton B. Tokashiki disse...

Caro Alfredo
Fico admirado com a sua habilidade de produzir um texto rico em teologia e poesia!

Anônimo disse...

Devo concordar com o Ewerton! Costumo dizer que os bons poetas escrevem o que a gente sempre teve vontade, com palavras que nunca nos passariam pela cabeça!

Unknown disse...

Esse Alfredo é uma verdadeira autarquia!
Um caminhão carregado da mais fina poesia!:-D

Alfredo de Souza disse...

Queridos Ewerton e Alan, obrigado pelas bondosas palavras.

Querida Ligian, se o Senhor Deus permitir, iremos nos conhecer ano que vem!

Abraço a todos.

Samuel Vitalino disse...

Shrek,

Vamos pegar o shampoo (marido da Ligian) e colocar ele para musicar os alfarrábios ograis e geleiais.

Charles Oliveira disse...

Samuca e Alf,

Já topei firmar as parcerias. Só me falta um tiquim de tempo para compor. Que poema lindo, Alfredo! Como diz Milton Nascimento, "como não fui eu que fiz?"

Parabéns!

Alfredo de Souza disse...

Grande Charles, receber um elogio seu é uma honra.

Grande abraço.

Salma kellya disse...

Lindo poema, como eu queria ter esse dom =]

Alfredo de Souza disse...

Salma, obrigado pelas doces palavras.